PRIMEIRA EDIÇÃO DE 04-5-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
04 DE MAIO DE 2016
Os três comandantes militares já bateram continência para o vice-presidente Michel Temer, até para reiterar o compromisso das Forças Armadas com a normalidade democrática e o respeito à Constituição. Para o staff de Temer, as reuniões foram importantes para sinalizar que as Forças Armadas jamais se deixariam utilizar pelo projeto de poder petista, como alguns próceres do governo Dilma Rousseff pretendiam.
Contaram ao ministro Aldo Rebelo (Defesa) que os comandantes militares foram recebidos por assessor de Michel Temer. Ele acreditou.
Os comandos da Aeronáutica e Marinha negam o encontro com Temer; o do Exército admite ter ido ao Jaburu apenas entregar um convite.
Dilma avaliou assinar decreto Estado de Defesa, no auge dos protestos que levaram entre 4 e 6 milhões às ruas, em favor do impeachment.
Consultados, comandantes militares recusaram apoio ao “Estado de Defesa”, que suprimiria sigilo até de telefonia e o direito de reunião.
Provocou certo desconforto na Polícia Federal o fato de o vice Michel Temer ter recorrido à Polícia Civil de São Paulo para investigar a invasão do computador de sua mulher, Marcela Temer, do qual foram roubadas mensagens e fotografias. Há o entendimento de que crimes cometidos contra familiares de autoridades federais, como é o caso do vice-presidente da República, devem sempre ser conduzidas pela PF.
Assessores explicam que Temer confiou o caso à PC paulista por sua expertise em investigações do gênero e por suspeitar de crime comum.
Podem estar a serviço de adversários os invasores do computador de Marcela Temer, mas não estão descartados criminosos comuns.
A família de Michel Temer só soube da invasão após o início da chantagem exigindo dinheiro para não usar o conteúdo roubado.
A participação do advogado Marcelo Lavenère, ontem, 03, na comissão do impeachment, não foi constrangedora apenas porque fez parecer que seu papel (aliás, tardio) no impeachment Fernando Collor foi a única coisa que fez na vida. Mas por acreditar nas fantasias que expôs.
Os “defensores” governistas foram ao Senado desqualificar a oposição, falar sobre economia, fantasiar sobre “imperialismo ianque” e dar aulas de “democracia representativa” aos senadores. Já defender Dilma...
A proximidade do fim está levando pânico ao chamado “circuito Helena Rubinstein” do Itamaraty, ou sejam, embaixadas e consulados em locais como Paris, Madri e Nova York, “aparelhadas” pelo PT.
Durante abusivo veto ao WhatsApp circulou a piada que tudo foi obra da presidente Dilma, para se vingar do impeachment inevitável. Se foi isso mesmo, o vice (aplicativo Telegram) funcionou direitinho.
O senador Ciro Nogueira e Guilherme Mussi, presidentes nacional e do PP-SP, tentam emplacar no ministério de Michel Temer o deputado Fausto Pinato, ex-relator do caso Eduardo Cunha no conselho de ética.
Logo após os discursos em que políticos tentaram faturar com a chegada da chama olímpica, Dilma recebeu a tocha rolando-a na pira um tempinho, como se estivesse assando espeto em churrasqueira.
O líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), afinou o discurso com Aécio Neves sobre participação no eventual governo Temer. “Depende do presidente, a quem cabe indicar ministros”, desconversa.
O deputado Danilo Fortes (PSB-CE) criticou o aumento de benefícios de Dilma no apagar das luzes do governo: “É demagogia pura”. Ele lembra que o governo sempre foi irresponsável com gastos públicos.
...ainda faltam oito dias para a votação que deve afastar Dilma da Presidência da República.

NO DIÁRIO DO PODER
CORRUPÇÃO
JANOT PEDE AO STF INQUÉRITO PARA INVESTIGAR DILMA POR OBSTRUIR A JUSTIÇA
DILMA E LULA ACUSADOS DE OBSTRUIR JUSTIÇA, O CRIME DE DELCÍDIO
Publicado: 03 de maio de 2016 às 21:58 - Atualizado às 01:09
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu que já há elementos suficientes para pedir a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois serão investigados juntos, sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Obstruir a ação da Justiça é um dos poucos crimes que dão cadeia na certa, no Brasil. O próprio senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS), que na ocasião era o influente líder do governo Dilma no Senado, foi preso em flagrante quando foi gravado tentando comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que negociava um acordo de delação premiada.
A investigação tem como base a delação de Delcídio e o imbróglio causado pela tentativa de Dilma indicar Lula para ministro-chefe da Casa Civil. Para que a presidente seja formalmente alvo de inquérito no STF, o procedimento ainda precisa ser autorizado pelo ministro Teori Zavascki.
Para os procuradores do grupo de Janot, a nomeação de Lula para o ministério fez parte de um "cenário" em que foram identificadas diversas tentativas de atrapalhar as investigações criminais da Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras.
Em parecer enviado ao Supremo, Janot diz que a decisão de Dilma (foto) de transformar Lula em ministro teve a intenção de "tumultuar" o andamento das investigações ao tentar retirar o caso do ex-presidente das mãos do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância. 
Esse entendimento foi reforçado após o vazamento de conversas telefônicas entre Dilma e Lula. Em uma delas, a presidente afirma que vai enviar o termo de posse com antecedência para que o petista use caso seja necessário.
Em sua delação, Delcídio também fez declarações nesse sentido. Ele citou como exemplo uma investida do Planalto sobre o Judiciário para influir nas investigações com a suposta indicação do ministro do Superior Tribunal de Justiça Marcelo Navarro Ribeiro Dantas.
A decisão de Janot de pedir uma investigação contra Dilma acontece no momento em que o Senado se prepara para votar o pedido de impeachment da presidente. Se o processo for aprovado pela maioria do plenário, Dilma ficará afastada do cargo por até 180 dias e o vice, Michel Temer, assume a Presidência no seu lugar.
Dilma, no entanto, continua com foro privilegiado até a análise sobre o processo que pede o seu afastamento ser concluída pelo Congresso. Por isso, a competência sobre os casos que envolvem Dilma permanece do Supremo.
No ano passado, Janot descartou a possibilidade de investigar a presidente mesmo após menção ao nome de Dilma por delatores da Lava Jato. Pela Constituição, alegou o procurador, não caberia uma investigação de presidente da República durante o mandato por atos alheios ao período e à função de presidente. 
Lula 
Nesta terça-feira, 03, Lula foi denunciado pelo procurador-geral da República com base na delação de Delcídio. Ele e outras 29 pessoas também foram incluídos no principal inquérito da Lava Jato, conhecido como quadrilhão. Para Janot, a organização criminosa que atuou na Petrobras "jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dela participasse".
Na segunda, Janot havia enviado um pacote de pedidos de abertura de inquérito contra políticos com base na delação de Delcídio, entre eles o senador Aécio Neves (PSDB-AL) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-AL).

31 PESSOAS NO TOTAL
JANOT PEDE AO SUPREMO QUE LULA, CUNHA E MINISTROS SEJAM INVESTIGADOS
PARA JANOT, PARTICIPAÇÃO DE LULA FOI VITAL NO ROUBO À PETROBRAS
Publicado: 03 de maio de 2016 às 18:49 - Atualizado às 20:23
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal, no dia 28 de abril, a inclusão do ex-presidente Lula, dos ministros Jaques Wagner, Edinho Silva, e Ricardo Berzoini, no inquérito da Operação Lava Jato em andamento na Corte.
No mesmo pedido, Janot pede investigação de outras 27 pessoas, incluindo parlamentares, ex-ministros, lobistas, doleiros e empresários, todos citados pelo senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) em sua delação premiada. No total, são 31.
Entre os parlamentares está o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Eduardo da Fonte (PP-PE), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), André Moura (PSC-SE), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Altineu Cortes (PMDB-RJ) e Manoel Júnior (PMDB-PB). Também são citados os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delcídio Amaral.
Há também pedido para investigar o ex-ministro e ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); os ex-ministros Erenice Guerra e Antonio Palocci (ambos ex-chefes da Casa Civil nos governos Lula e Dilma, respectivamente); o ex-ministro Silas Rondeau (que comandou Minas e Energia no governo Lula); e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.
Outros suspeitos relacionados pela PGR no pedido são Giles Azevedo (assessor e ex-chefe de gabinete de Dilma); José Carlos Bumlai (empresário e amigo pessoal de Lula); Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula); André Esteves (controlador do banco BTG Pactual); e Sérgio Machado (ex-presidente da Transpetro).
Há também pedidos de investigação do empresário Milton Lyra; o lobista Jorge Luz; o doleiro Lúcio Bolonha Funaro; os ex-deputados Alexandre Santos (PMDB-RJ), Carlos Willian (PTC-MG) e João Magalhães (PMDB-MG); o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Nelson Bournier, e a ex-prefeita da cidade, Solange Almeida, ambos do PMDB.
“No âmbito dos membros do PT, os novos elementos probatórios indicam uma atuação da organização criminosa de forma verticalizada, com um alcance bem mais amplo do que se imagina no início e com uma enorme concentração de poder nos chefes da organização”, afirma Janot.
De acordo com Janot, o esquema de formação de quadrilha investigado no processo jamais poderia ter existido sem o conhecimento de Lula.
“Pelo panorama dos elementos probatórios colhidos até aqui e descritos ao longo desta manifestação, essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse”, aponta Janot.
O inquérito conta atualmente com 39 investigados, entre parlamentares e operadores do esquema de corrupção da Petrobrás. Caso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, aceite o pedido de Janot, o inquérito passará a ter 69 investigados.

POR UNANIMIDADE
CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO APROVA CASSAÇÃO DE DELCÍDIO
CONSELHO DE ÉTICA APROVA CASSAÇÃO DO SENADOR DELCÍDIO DO AMARAL
Publicado: 03 de maio de 2016 às 18:58 - Atualizado às 19:07
Após um mês paralisado na mesma fase do processo, o Conselho de Ética do Senado aprovou por unanimidade nesta terça-feira, 3, a cassação do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS). O processo segue agora para análise na Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, para o plenário do Senado, que pode afastar definitivamente o senador.
Caso o Senado aprove a perda de mandato de Delcídio, o ex-líder do governo será o terceiro senador da História a ser cassado. O primeiro foi Luiz Estevão (PMDB-DF), em 2000, e o segundo, Demóstenes Torres (DEM-GO), em 2012.
A sessão desta terça, 03 teve pauta expressa. Dedicada à leitura das mais de cem páginas do parecer do relator Telmário Mota (PDT-RR), os senadores pediram para pular essa etapa e seguir diretamente para o voto.
“Pela procedência da representação e, por consequência, voto pela perda de mandato do senador Delcídio do Amaral Gomes”, anunciou Telmário. Novamente, no intuito de acelerar o processo, os senadores abriram mão de discutir a matéria e iniciaram a votação.
Treze senadores apoiaram o voto do relator, pedindo a cassação de Delcídio. O presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA), como é de praxe, se absteve de votar. O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), foi a única ausência.
Durante a votação, os senadores tiveram a oportunidade de justificar seu voto. Discretos, os petistas José Pimentel (CE), Regina Sousa (PI) e Paulo Rocha (PA), se limitaram a dizer que seguiriam o voto do relator, pedindo a cassação do ex-colega de partido.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) relembrou que, quando sorteado pela relatoria, preferiu rejeitar o cargo por se considerar muito próximo do senador Delcídio. Ainda assim, em sua justificativa, ele alegou que o encadeamento dos fatos impedia que ele tomasse uma posição diferente nesta tarde.
Lasier Martins (PDT-RS) fez um discurso um pouco mais longo e defendeu que as ações do senador estarão sempre ligadas a sua vida pública. "Não se pode separar a figura do amigo da figura do senador", alegou ao proferir voto favorável pela cassação.
O presidente do conselho explicou que a Comissão de Constituição e Justiça fará a análise puramente constitucional do caso, não competindo a este colegiado o julgamento do caso.
De acordo com a assessoria técnica do Senado, a comissão terá até cinco sessões ordinárias do plenário para dar o seu parecer. Não é preciso, entretanto, usar todo o prazo. Em seguida, o processo segue para o plenário, onde todos os senadores poderão votar o afastamento de Delcídio. Nas contas do relator, Telmário, a votação deve ocorrer até o fim do mês de maio.
Retrospectiva
O senador Delcídio Amaral foi preso preventivamente em 25 de novembro do ano passado, acusado de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A principal prova usada pela Justiça na época foi o áudio de uma gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da área internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, em que Delcídio estaria organizando um plano de fuga para Cerveró.
A Rede Sustentabilidade em conjunto com o PPS entrou com uma representação contra o senador Delcídio em dezembro de 2015, pedindo a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.
O senador foi solto em fevereiro deste ano. Na época, havia movimentação no Conselho de Ética para salvar Delcídio. Além do constrangimento dos senadores em julgar um colega, que cultivava boas relações com diferentes setores do Senado, muitos parlamentares também temiam ter o mesmo destino que ele, já que pelo menos treze senadores também são investigados no âmbito da Lava Jato.
Os planos de isentar Delcídio caíram por terra quando veio à público, por meio de matéria da revista IstoÉ, o conteúdo do seu acordo de delação. Além de citar a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, Delcídio fez menção ao presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), e outros parlamentares.
Os próprios advogados de Delcídio no Conselho de Ética, que desconheciam o acordo de delação, foram pegos de surpresa e deixaram o cargo. Os demais senadores se indispuseram com Delcídio após a reportagem revelar que o senador pretendia manter a delação em segredo até ter seu mandato salvo no Conselho de Ética. Cresceu no Congresso o entendimento de que Delcídio era agora réu confesso e a cassação seria apenas uma questão de tempo. (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
DIRETO AO PONTO - 03/05/2016 ÀS 21:00

DIRETO AO PONTO - 03/05/2016 ÀS 20:16

SANATÓRIO GERAL - 03/05/2016 ÀS 17:00

FEIRA LIVRE - 03/05/2016 ÀS 16:26


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 04-5-2016 ÀS 5:38

GERAL 4:51

GERAL 03/05/2016 ÀS 23:34

GERAL 03/05/2016 ÀS 22:50

GERAL 03/05/2016 ÀS 22:19

GERAL 03/05/2016 ÀS 21:54


NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 04/05/2016 05:12
O cronista Nelson Rodrigues ensinou que a morte é anterior a si mesma. Começa antes, muito antes. É todo um lento, suave, maravilhoso processo. O sujeito já começou a morrer e não sabe. Tome-se o caso de Lula. Fenece politicamente desde 2005, quando explodiu o mensalão. Mas demorou dez anos para que a Procuradoria-Geral da República providenciasse a lápide.
Veio na forma de uma denúncia e de uma petição ao STF. Na denúncia, o procurador-geral pede a conversão de Lula em réu por ter tentado comprar o silêncio do delator Nestor Cerveró. Na petição, requisita a inclusão de Lula e outras 29 pessoas no “quadrilhão”, como é conhecido o principal inquérito da Lava Jato. Nesse texto, Janot esculpiu um epitáfio com cara de óbvio:
“Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse.''
A conclusão do procurador-geral elimina uma excentricidade dos governos do PT. Está chegando ao fim a era da corrupção acéfala. Janot fez, finalmente, justiça a Lula, protegendo-o de si mesmo. A pose de Lula diante da roubalheira não fazia jus à sua fama.
O mal dos partidos políticos, como se sabe, é que eles têm excesso de cabeças e carência de miolos. O PT sofre da mesma carência, mas com uma cabeça só. Desde que empinou a tese do “não sabia”, Lula vinha renegando sua condição de cérebro solitário do PT. Reivindicava o papel de cego atoleimado.
Se aceitar a denúncia da Procuradoria, o STF não irá apenas transformar Lula em réu. Restabelecerá a lógica, acomodando o personagem no topo da hierarquia da quadrilha.
Mirando para baixo, Janot disparou várias balas que muitos davam como perdidas. Requereu a inclusão no inquérito do “quadrilhão” de vários 'nomões' do PT, do PMDB e da vizinhança de Dilma.
Gente como os ministros palacianos Jaques Wagner, Ricardo Berzoini e Edinho Silva; os ex-ministros Erenice Guerra, Antonio Palocci e Henrique Alves; os senadores Jader Barbalho e Delcídio Amaral; o deputado Eduardo Cunha… De quebra, foi alvejado o principal assessor de Dilma, Giles Azevedo.
Como se fosse pouco, Janot requereu a abertura de inquérito contra a própria Dilma, o advogado-geral do impeachment, José Eduardo Cardozo e, de novo, Lula. Acusa-os de tentar obstruir as investigações.
No início de março, quando foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal por ordem do juiz Sérgio Moro, Lula reagiu com uma entrevista de timbre viperino. “Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva.'' Pois bem. Janot acertou a cabeça da víbora.
Lula estava zonzo desde o dia em que o doutor Moro atrapalhou sua nomeação para a Casa Civil jogando no ventilador os diálogos vadios captados em grampos legais. Numa conversa com Dilma, a jararaca destilara todo o seu veneno:
“Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um Parlamento totalmente acovardado. […] Nós temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do Senado fodido. Não sei quantos parlamentares ameaçados. E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar…”
Depois disso, a Suprema Corte avalizou o rito do impeachment, o presidente da Câmara coordenou a goleada de 376 X 137, o presidente do Senado passou a flertar com o vice-presidente “conspirador”, os parlamentares traem madame gostosamente e Lula revela-se uma cobra sem veneno. Tornando-se réu, talvez chegue a 2018 mais perto da cadeia do que das urnas.
Quanto a Dilma, ninguém estranharia se o noticiário sobre sua Presidência migrasse da editoria de política para o espaço que os jornais reservam aos avisos fúnebres. Os curiosos lêem compulsivamente, à espera de uma surpresa agradável. Jurada de morte, madame tenta se convencer de que ainda está cheia de vida. Mas todos sabem, inclusive seus aliados, que, mais dia menos dia, acaba o seu dia a dia. Tudo passa, exceto o PMDB, que é imortal.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Terça-feira, maio 03, 2016
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato. O petista foi incluído no inquérito que investiga o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) na tentativa de evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.
Janot apresentou um aditamento à denúncia já oferecida ao STF contra Delcídio, seu assessor, Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves e o ex-advogado de Cerveró, Edson Ribeiro por tentarem comprar o silêncio do ex-diretor da estatal. No aditamento, o procurador-geral da República inclui, além de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício.
De acordo com Janot, os áudios captados pelo filho de Cerveró, Bernardo, deram “novos contornos” às investigações, e foi possível constatar que Lula, Bumlai e Maurício também atuaram na compra do silêncio de Cerveró “para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e a André Esteves”.
O inquérito em questão tramita sob sigilo na Suprema Corte e, até esta terça-feira, 3, não se sabia da inclusão de Lula no processo. A denúncia original foi oferecida em dezembro do ano passado ao STF e apura a tentativa do grupo de embaraçar as investigações da Lava Jato.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 4 de maio de 2016
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Arnaldo Jabor
Minha avó sempre dizia: “Toda desgraça tem seu lado bom”. Ou então, “Deus escreve certo por linhas tortas”. Será que Deus, brasileiro, está nos levando a um Bem, através dessa chuva ácida que nos arrasa?
Temos de encontrar um lado bom nessa crise que atravessamos. O Brasil virou um espelho refletindo nossa imagem. Isso, porque o Brasil não está nas cachoeiras e florestas; o Brasil é uma região interior dentro de nossas cabeças. E, sem dúvida, nossas cabeças estão mudando nesta crise. Hoje somos atores e espectadores. Não nos interessa nada, nem cinema, nem teatro, nada — só o filme de suspense de nossa vida. Nunca aprendemos tanto quanto nessa novela sem fim. O país está viciado em si mesmo.
Nossa crise tem personagens principais, coadjuvantes, vilões, peripécias e a expectativa de se atingir um clímax que nos seja leve. Estamos viciados até na sujeira que presenciamos. Queremos o excremento que nos ocultaram por tanto tempo, queremos nos deliciar com esta salada tropical de crimes, sangue, miséria, mentiras.
O verdadeiro golpista foi esse partido que nos desmanchou. O PT deu um golpe que arrebentou o discurso lógico sobre o país. Um golpe de que eles hoje acusam os adversários. A mentira virou a verdade oficial dessa gangue que vai deixar o Planalto, graças a Deus. Deixarão um legado de disquetes apagados, de sabotagem de todos os dados que possam servir ao governo que vai entrar. Eles são o Bem; nós somos o Mal.
Suas ações foram tão incoerentes, tão irracionais que os fatos superam as interpretações. Explicações políticas ou econômicas não bastam. Para entender a cabeça desses elementos temos de recorrer à psiquiatria. Movidos por estupidez ideológica (para eles nem o Muro de Berlim caiu), arrasaram a República. Dizendo-se revolucionários, eles refizeram todos os problemas do Brasil arcaico. Por isso, o Brasil Colônia finalmente ressurgiu depois das maquilagens da República patrimonialista e das repressões da ditadura. Por isso, muita gente diz que o Brasil é o inferno dos cientistas políticos e o paraíso de jornalistas. Será que sairemos deste trem fantasma para a calma administrativa de uma política normal, ou a política anômala vai ficar intacta, como sempre foi, depois do vendaval?
Qual será o “lado bom” deste transe que atravessamos?
Bem, a paralisia terminou por ora. Haverá cirurgia? A crise cria um suspense, a vida fica mais excitante. Algo está se movendo. A crise foi boa para despertar a sociedade civil, já que ninguém sabia onde estava a sociedade civil. Agora ela está viva e influindo, dando medo aos congressistas e vagabundos aparelhados.
Do ponto de vista histórico, a crise é boa por ser intempestiva, para ensinar que não há “sentido dialético”, nem “contradições negativas”, nem lógica alguma; o mundo se move em pingue-pongue eterno e injusto. Fica claro que nada tem fim. Nem começo. Nunca teremos harmonia.
A crise também é boa para acabar com grandes euforias, pois ela prova que a Lei de Murphy, ao menos no Brasil, é infalível, mais que as leis do mercado: “Se alguma coisa pode dar errado, ela dará”. A crise desnuda nossa tragédia ibérica. A crise nos lembra que não há solução, que a ideia de solução já é um problema.
A crise é boa para que os intelectuais percam a ilusão do Sentido, a perda da ilusão do controle que sempre tiveram. A dificuldade de tolerar o impalpável é muito grande. Contudo, talvez isso não seja ruim. A fé excessiva na finalidade avariou muito nosso pensamento. Os intelectuais (muitos) no Brasil têm uma espécie de saudade de um mundo que já “foi bom”.
Mas, quando? Durante as guerras, no nazismo, no stalinismo?
Hoje em dia, quando a esperança é mais remota, talvez surja uma reflexão mais finita. A crise desqualifica o futuro e valoriza o presente. A crise exige providências urgentes. Estamos descobrindo o óbvio: que os meios são mais importantes que os fins. Só que não temos meios.
Ou melhor, temos; mas só os descobriremos na prática concreta dos fatos. Sem ideias gerais, sem narrativas dedutivas; temos de pensar indutivamente o concreto, uma prática política de erro e tentativa, pelo aumento da qualidade de vida, sem recompensas metafísicas, um “iluminismo de resultados”, uma luta possível. Mas, para intelectuais orgânicos, partidários, a prática é chata. Eles detestam contas, safras de grãos, estatísticas, tudo que interessa à direita, que ganha sempre.
Por isso, é bom que esteja acabando o romantismo revolucionário dos anos 60, quando havia uma utopia que substituía o “possível” pelo imaginário. Nós só pensávamos em “universais”, mas, no mundo atual, só existe o singular e o mundial.
Ou seja, as coisas são mais complexas que as ideias. A matéria é mais do que o “espirito”; assim, nossos meios possíveis poderão, então, delinear um fim.
Estamos dentro de um momento histórico importante. Dentro e fora de nossas cabeças.
“Nunca antes”, um partido tomou o poder no Brasil e montou um esquema secreto de “desapropriação” do Estado, para fundar um “outro Estado”.
Nunca antes se roubou em nome de um projeto político alastrante em todos os escaninhos do Estado, aparelhado por mais de 30 mil militantes. Estão agora deixando todas as gavetas pilhadas para o Temer se ferrar. Creio que teremos no mínimo um período (cem dias?) de conforto ético. Pode ser que um governo de emergência dê conta do drama.
O perigo atual é que, aos poucos, o rabo do lagarto do atraso possa se recompor.
Com um leve sabor de sacrilégio, acho que só um choque de capitalismo e de participação da sociedade poderão destruir o “bunker” do estamento patrimonialista que nos anestesia. Não adianta anunciar catástrofes; é preciso ensinar a população a se defender do Estado vampírico. O resto é papo morto.
A crise pode ser uma renascença.
(Arnaldo Jabor é Cineasta e Jornalista. Originalmente publicado em O Globo em 3 de maio de 2016).

NO O ANTAGONISTA
Brasil 04.05.16 07:51
Em Recife, há um parque chamado Dona Lindu, em homenagem à mãe de Lula.
Agora os moradores do bairro estão colhendo assinaturas para mudar seu nome para parque Boa Viagem, com o argumento de que Lula responde a "inúmeros processos criminais"...
Brasil 04.05.16 07:10
A OAS está delatando todo mundo.
Inclusive Aécio Neves...
Brasil 04.05.16 06:22
Lula será julgado no STF como chefe do quadrilhão.
A decisão vai demorar um bocado. Pode ser que ele nem resista até lá...
Brasil 04.05.16 06:19
Lula está “deprê”.
Quem disse isso foi um de seus melhores amigos...
Brasil 04.05.16 06:04
Lula morreu. Pode comemorar.
Brasil 04.05.16 00:45
Em sua petição, Rodrigo Janot também transcreve os diálogos de Lula interceptados pela Lava Jato e conclui que, mesmo afastado formalmente do governo, o ex-presidente manteve "o controle das decisões mais relevantes"...
Brasil 04.05.16 00:27
Em outra revelação estonteante, executivos da Andrade Gutierrez confirmaram na delação que o PT também cobrou 1% sobre os empréstimos concedidos pelo BNDES...
Brasil 04.05.16 00:22
Em outro trecho de sua delação premiada, anexada ao pedido de investigação da PGR, o empreiteiro Otávio Azevedo confirmou que pagou a Lula um total de R$ 3 milhões em palestras no exterior...
Brasil 04.05.16 00:13
Em sua delação, Otávio Azevedo disse que Antônio Palocci e Giles Azevedo cobraram da Andrade Gutierrez ajuda financeira para quitar dívidas da primeira eleição de Dilma Rousseff, em 2010...
Brasil 03.05.16 23:58
A delação de Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, fundamentou o pedido de Rodrigo Janot para a inclusão de Ricardo Berzoini entre os investigados no chamado inquérito do "quadrilhão"...
Brasil 03.05.16 23:42
As chances de o STF desmembrar o inquérito chamado "quadrilhão", que reúne 69 investigados da Lava Jato, são cada vez menores...
Brasil 03.05.16 23:17
Henrique Alves, um dos escudeiros de Michel Temer, foi alvo de outro pedido de investigação de Rodrigo Janot, ao lado de Eduardo Cunha...
Brasil 03.05.16 23:09
Michel Temer falou a Gerson Camarotti que não vê problema em nomear ministros investigados na Lava Jato...
Brasil 03.05.16 23:02
O Estadão informa que Dilma Rousseff ligou para Lula no final da tarde para combinar um discurso de indignação...
Brasil 03.05.16 22:52
Os argumentos usados por Rodrigo Janot para pedir a investigação contra Dilma já foram externalizados em seu parecer ao STF na ação que questiona a nomeação de Lula...
Brasil 03.05.16 22:49
O Antagonista espera que Rodrigo Janot não esqueça de Guido Mantega, indicado no celular de Marcelo Odebrecht como parte da estratégia "blindagem JEC".
Brasil 03.05.16 22:40
Rodrigo Janot também resolveu pedir abertura de inquérito contra Dilma Rousseff, Lula, José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante por obstrução da Justiça...
Brasil 03.05.16 22:26
O Globo noticia que Dilma Rousseff desistiu de enviar ao Congresso uma PEC para a convocação de novas eleições. Resolveu apoiar publicamente uma proposta que já está no Senado.
É patético do mesmo jeito.
Brasil 03.05.16 21:31
Rodrigo Janot foi enfático ao acusar Lula de envolvimento no petrolão, mas incluiu o ex-presidente num inquérito que agora tem 69 investigados...
Brasil 03.05.16 20:55
Rodrigo Janot não só acusa Lula de ser o chefe da organização criminosa que depenou a Petrobras, mas de ter comprado o silêncio de Nestor Cerveró...

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