2ª EDIÇÃO DE HOJE DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
24/11/2015 às 11:48 \ Opinião
Publicado na revista EXAME
É coisa sabida há muito tempo que o Brasil, depois de todos os tipos de experiência, vive agora um novo modelo de organização política – a República sem presidente. No Diário Oficial, o cargo é atribuído à cidadã Dilma Rousseff, que vai a assembleias-gerais da ONU, por exemplo, ou a outros eventos sociais em que é requerida a presença de algum tipo de presidente da República, mas no mundo dos fatos concretos ela não preside nada há mais de um ano, pelo menos.
Deixou de exercer as funções de chefe do governo e da Nação em algum momento de sua inesquecível campanha eleitoral de 2014, quando reduziu a Presidência a uma operação de marketing destinada unicamente à sua própria reeleição — junto com isso, usou sem a menor cerimônia o Tesouro Nacional para ganhar votos e terceirizou o governo para todos os diabos que lhe financiaram os 300 milhões de reais gastos em sua campanha.
Depois de empossada no segundo mandato, e preocupada apenas em não ser deposta, nunca chegou de fato a governar; até hoje ninguém sabe o que Dilma quer, nem ouviu dela nada que pudesse ser chamado de “ideia”. De uns tempos para cá, enfim, deixou caracterizado o abandono de cargo — hoje não é ela quem demite e nomeia sequer os próprios ministros. “Fora Dilma”? Ela já foi. Ainda está lá de corpo presente, mas não está. Quem está é o ex-presidente Lula.
Um dos primeiros resultados desta situação já é bem visível para o público em geral: é nele, Lula, que vale a pena prestar atenção quando se pensa em governo no presente momento. Não resolve tudo sozinho, claro, mesmo porque ninguém resolve, e não pode resolver tudo como quer, mas não há nenhuma outra força maior do que a sua neste infeliz segundo mandato de Dilma Rousseff; é pura perda de tempo, no fundo, ficar procurando razões junto a uma presidente cujo impeachment já foi virtualmente aplicado por seu criador.
Tudo bem, mas acompanhar os movimentos de Lula não parece estar sendo muito útil para se ver a situação com mais clareza, a começar pela Economia. O que o ex-presidente pretende fazer? O mais provável é que nem ele saiba direito — ou melhor, até sabe o que quer, mas em termos concretos ainda não sabe como chegar lá.
Lula (e mais um monte de gente) tem certeza de que não dá para ficar olhando passivamente uma recessão de 3% ao ano, como está acontecendo em 2015 — um desastre de tamanho inédito que não pode ser aceito para 2016, 2017 e sabe-se lá quanto tempo mais. Não pode ser aceito, sobretudo, pelo próprio Lula.
Seria um veneno provavelmente fatal para o projeto mais importante, talvez o único, que tem: voltar à Presidência da República nas eleições de 2018, pois está convencido de que nem ele, nem o PT conseguirão sobreviver politicamente fora da máquina do governo.
Seu retorno ao Palácio do Planalto seria também o atalho mais eficaz, aparentemente, para ele se livrar de sua atual coleção de problemas potenciais perante a Justiça Penal. Assim estamos, portanto: a Economia tem de se recuperar com urgência, pois com recessão não existe Lula em 2018.
A complicação é de bom tamanho, pois as estratégias do ex-presidente para reagir às calamidades fabricadas por sua criatura não inspiram maior confiança, pelo menos até agora. Lula parece acreditar que, demitindo o ministro Joaquim Levy e colocando algum outro em seu lugar (tem se falado muito em seu velho parceiro Henrique Meirelles), o grosso do problema vai embora.
Imagina, também, que o governo pode liquidar a recessão assinando medidas administrativas — menos juro, mais crédito, menos competição, mais favores a empresas que prometem “empregos”, menos saneamento fiscal, mais gasto público, mais dívida, mais imposto. Acha que resultados duvidosos do passado são garantia de sucesso futuro — e continua convencido de que, no fundo, tudo se resolve com “comunicação” e “imagem”.
Sai Dilma e entra Lula, pelo que se vê — mas, na prática, o que isso pode resolver? Vai ser preciso combinar com a realidade, e aí sempre fica difícil.

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NO O ANTAGONISTA
Brasil 24.11.15 16:20 Comentários (2)
Lauro Jardim informa que José Carlos Bumlai comprou um jatinho de US$7,5 milhões e já o colocou à venda. O Antagonista contou a história do jatinho do pecuarista há um mês.
Releiam o nosso post...
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A pedido do MPF, Sérgio Moro determinou busca e apreensão na sede da Heber Participações, assim como na Fazenda Eldorado e na Tinto Holding, dos Bertin. É o fio da meada para tentar descobrir os negócios de Lula no setor pecuário...
Brasil 24.11.15 15:55 Comentários (90)
A prisão de José Carlos Bumlai, segundo O Globo, causou preocupação ao governo e irritou petistas próximos a Lula.
"Para auxiliares da presidente Dilma Rousseff, essa situação amplia ainda mais a crise, dificultando a recuperação política do governo. Para ministros ligados a Lula, a prisão desgasta o ex-presidente, que tem percorrido o país em defesa do seu governo e de sua biografia...
Bumlai algemado, em O Globo
Brasil 24.11.15 15:40 Comentários (25)
Outro empréstimo do BNDES cercado de mistério foi feito com a empresa São Fernando Energia I, de José Carlos Bumlai, no valor total de R$101,5 milhões. O dinheiro saiu em 23 de julho de 2012, quando a empresa tinha apenas 7 funcionários e iniciava sua atividade operacional.
Chamou a atenção do Ministério Público Federal o fato de que a São Fernando Energia I teve entre seus sócios, até o final de 2011, a Heber Participações, controlada por Natalino Bertin e Silmar Bertin. O Antagonista revelou aqui a existência da Heber...
Brasil 24.11.15 15:25 Comentários (35)
No despacho de Sérgio Moro, consta movimentações suspeitas realizadas por José Carlos Bumlai no Banco BVA, outro que quebrou - ou foi quebrado pelo esquema...
Brasil 24.11.15 15:08 Comentários (31)
Uma das empresas de José Carlos Bumlai, que recebeu 64 milhões de reais do BNDES, em 2005, era fantasma, segundo o procurador Diogo Castor de Mattos, da Lava Jato: “A Receita constatou que a empresa estava inativa na época, não tinha empregado, nem receita operacional quando ocorreu o primeiro empréstimo”...
Brasil 24.11.15 14:56 Comentários (11)
Eduardo Musa, que delatou a propina de R$60 milhões para quitar dívida da campanha de Lula, também recebeu sua parte no butim. Na condição de gerente internacional da Petrobras, Musa atuou fortemente para viabilizar o contrato do navio-sonda Vitória 10.000...
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Uma explosão causou várias mortes no ônibus dos seguranças do presidente da Tunísia.
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A força-tarefa da Lava Jato comparou os relatos de três colaboradores (Eduardo Musa, Fernando Baiano e Salim Schahin), além dos depoimentos de Sandro Tordin e Marcos Valério. Chegou-se ao seguinte...
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Pausa para tratar do resto do mundo.
Além do avião militar abatido pela Turquia, os russos perderam também um helicóptero, destruído pelos rebeldes sírios:
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Embora Salim Schahin tenha dito à força-tarefa da Lava Jato que o empréstimo solicitado por José Carlos Bumlai era para o PT, sem citar Celso Daniel, sua narrativa dos fatos coincide com a de Marcos Valério...
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A Lava Jato identificou o policial militar Marcos Sérgio Ferreira como autor dos saques de uma conta de José Carlos Bumlai, que totalizaram R$3 milhões...
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Salim Schahin confirmou, em delação premiada, a versão de Fernando Baiano. Segundo ele, em 2007, reuniu-se com o João Vaccari Neto para saber do andamento das negociações com a Petrobras sobre o negócio do Vitória 10.000.
O responsável pela estruturação do financiamento para as operações da área de Petróleo e Gás era seu filho Fernando Schahin. "Bumlai chegou a dizer a Fernando que o negócio estava 'abençoado' pelo presidente Lula" e que recebeu de Vaccari a mesma informação de que Lula estava a par...
Brasil 24.11.15 12:56 Comentários (13)
Eis a íntegra do trecho do depoimento em que o delator Fernando Baiano conta em detalhes como se deu a contratação da Schahin pela Petrobras, para operar o navio-sonda Vitória 10.000 e a influência de Lula no negócio...
Brasil 24.11.15 12:46 Comentários (25)
No pedido de prisão de José Carlos Bumlai, o MPF compara o esquema montado por José Carlos Bumlai com o mensalão e anexa o depoimento de Marcos Valério sobre o empréstimo do Banco Schahin para Bumlai.
Nesse depoimento, Valério diz que o dinheiro era para comprar o silêncio de Ronan Maria Pinto sobre o assassinato de Celso Daniel...
Brasil 24.11.15 12:36 Comentários (25)
Em outro trecho inédito da bombástica delação de Fernando Baiano, ele conta que pressionou José Carlos Bumlai a acionar seus contatos, em especial José Sérgio Gabrielli e o presidente Lula, pois a cúpula da Petrobras resistia a contratar a Schahin para operar o navio-sonda Vitória 10.000...
Bumlai respondeu: "Fique tranquilo, pois vou acionar Gabrielli e o Barba...
Brasil 24.11.15 12:28 Comentários (34)
Fernando Baiano contou muito mais à Lava Jato. Um grande trecho de sua delação premiada, mantido em sigilo até agora, revela a proximidade da relação de José Carlos Bumlai com o ex-presidente Lula - algo que ambos tentaram negar...
Brasil 24.11.15 12:13 Comentários (23)
No despacho de Sérgio Moro, há uma descrição dos empréstimos do BNDES às empresas Usina São Fernando e São Fernando Energia I, que totalizaram cerca de meio bilhão de reais. Duas coisas chamaram a atenção da força-tarefa...
Brasil 24.11.15 12:00 Comentários (237)
Em seu despacho, Sergio Moro disse que não há provas do envolvimento de Lula com as negociatas de Bumlai.
É também para obter essa provas que ele mandou prender Bumlai.

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