DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
28 DE AGOSTO DE 2015
Provocou correria nas cúpulas do PT e do governo a informação de que seria o ex-deputado Pedro Corrêa (PP) quem negocia um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. A força-tarefa considera que ele poderá esclarecer de forma definitiva suspeitas que envolvem a participação do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-presidente Lula no esquema de corrupção que roubou a Petrobras.
O envolvimento de Palocci foi citado pela primeira vez há um ano, em delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Lava Jato.
A força-tarefa acredita que Pedro Corrêa entrou nos esquemas do PP no “Petrolão” com autorização de Palocci e da cúpula do Planalto.
O doleiro Alberto Youssef disse à CPI da Petrobras, na acareação com Paulo Roberto, que um novo delator esclareceria o papel de Palocci.
Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, delatou Adhemar Palocci, diretor da Eletrobrás e irmão do ex-ministro, como recebedor de propina.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), garantiu apoio de partidos da oposição e até da base do governo: ele orquestrará o impeachment da presidente Dilma e, em troca, os líderes não vão pedir seu afastamento e cassação. Cunha confidenciou a aliados que o processo é político, independente de “fato jurídico concreto”: mas a compra da refinaria de Pasadena, “é suficiente para cassá-la”, diz ele.
“Não estamos no campo jurídico, mas político”, diz o presidente do partido Solidariedade, Paulinho da Força (SP), fiel aliado de Cunha.
Crítico contumaz de Dilma, Cunha diz que o governo perderá ainda mais apoio popular. Por isso, acha que pode “preparar” o impeachment.
O PT percebeu o movimento de Eduardo Cunha. O partido agora tenta reconstruir as pontes entre governo e o presidente da Câmara.
DEM e PSDB não contam com a condenação de Dilma nos processos no Tribunal Superior Eleitoral e no Tribunal de Contas da União: dizem que a Câmara de Eduardo Cunha é a via “certa” para o impeachment.
Não faltou crítica à ideia do governo de recriar o imposto do cheque (CPMF). Nem a bancada petista no Congresso admite apoiar a ideia, onerando (ainda mais) o contribuinte em tempos de grave crise.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, embarca para Nova York, onde participa de conferência de parlamentares internacionais. O presidente do Senado, Renan Calheiros, não vai participar do encontro.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) desconversa sobre sua candidatura à prefeitura do Recife. Diz que a antecipação favorece o candidato à reeleição, Geraldo Júlio (PSB). O deputado está só em pré-campanha.
O movimento de deputados que pedem a saída de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara virou motivo de chacota. Dos 513 deputados federais, apenas 35 defendem abertamente o afastamento de Cunha.
Após discutir com Sílvio Costa (PE), Marco Feliciano (SP) se disse vítima de preconceito do colega de PSC e abandonou o plenário. Costa explicou: não é contra a igreja, mas Feliciano “é muito metrossexual”.
À exceção do relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), nenhum dos outros sete petistas da comissão deu as caras no plenário para evitar a convocação do ex-ministro José Dirceu.
As suspeitas de fraude no seguro defeso não poupam nem o estado do ministro da Pesca, Helder Barbalho. Só no Pará, o órgão determinou o recadastramento de 10 mil pescadores. Querem pegar os fraudadores.
... causou calafrios a nova data limite para a entrega da defesa de Dilma no caso das “pedaladas fiscais”: 11 de setembro.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 28.08.15 06:48 Comentários (0)
Quanto mais o TSE investiga a campanha de Dilma Rousseff, mais ela se enrola com a Lava Jato.
Hoje a Folha de S. Paulo informa que a gráfica Braspor emitiu uma nota fiscal de 350 mil reais para a campanha da petista. A nota não foi declarada ao TSE e, por esse motivo, caiu na malha fina do ministro Gilmar Mendes...
Brasil 28.08.15 06:25 Comentários (2)
Rodrigo Janot, durante a sabatina no Senado, respondeu ao PSDB: “A doação eleitoral passa a ser ilícita se vem travestida de propina. Aí ela não é doação eleitoral, é uma forma de lavagem para dentro”.
Segundo a Folha de S. Paulo, “peemedebistas viram esse trecho da fala de Rodrigo Janot como sinal de que o procurador-geral pode, uma vez reconduzido, se debruçar sobre a análise da campanha de Dilma”...
Não é o bastante, Janot?
Brasil 28.08.15 04:49 Comentários (8)
O Antagonista, ontem à noite, lembrou Antonio Palocci de ligar o despertador. Se ele se esqueceu de apertar o botão, repetimos agora:
- Acorda, Palocci!
Os dois milhões de reais em propina que Antonio Palocci deu a Dilma Rousseff, segundo Paulo Roberto Costa, tem tudo para destruir o pouco que resta do mandato presidencial...
Cinco? Mas não eram apenas dois milhões de reais?
Brasil 27.08.15 23:23 Comentários (10)
Michel Temer foi questionado pelo G1 sobre o possível retorno da CPMF.
Ele disse o seguinte:
- Evidentemente que a primeira ideia é sempre esta: não aumentar tributo. Por outro lado, há, muitas vezes, a necessidade, e eu não estou dizendo que nós vamos fazer isso, de se apoiar medidas de contenção e, talvez, a medida da CPMF seja uma dessas medidas. Mas [a volta da CPMF] não está sendo examinada pelo governo e, por enquanto, isso é burburinho...
Brasil 27.08.15 21:57 Comentários (50)
Um dia depois de Joaquim Levy cogitar o aumento de impostos, o Palácio do Planalto ressuscita a velha CPMF como solução para "equilibrar" as contas. O governo não conseguiu enxergar a crise e tampouco demonstra capacidade para propor saídas. Fala em enxugar a máquina, mas não sabe por onde começar...
Brasil 27.08.15 21:19 Comentários (91)
Os leitores do Antagonista, já devíamos saber, não aceitam nada passivamente. Eles questionam, cutucam, reclamam, exigem... Nos últimos dias, sentiram falta das reuniões de pauta. A abstinência provocou protestos tão grandes que o Datafolha não acreditaria - nem nós, nele. A caixa de e-mails lotou com dezenas, centenas de milhões de mensagens de cobrança: "Onde vocês se meteram? Por que deixaram de gravar? Foram abduzidos por alienígenas infláveis? Será que renunciaram?"
A gente só conta se tucanos e peemedebistas pedirem o impeachment da Dilma.
Brasil 27.08.15 21:09 Comentários (84)
Marcelo Odebrecht, informa a Veja, pediu para não comparecer às audiências de testemunhas de acusação previstas para a próxima semana. Há mais de dois meses preso em Curitiba, MO ficaria frente a frente com Sérgio Moro pela primeira vez...
Brasil 27.08.15 20:30 Comentários (68)
Advogados contratados pela Odebrecht na Suíça entraram com ação na Justiça para tentar impedir que o Ministério Público envie ao Brasil os dados relativos a contas secretas da empresa, informa Jamil Chade, do Estadão. A empreiteira deve estar desesperada com a possibilidade de que a Lava Jato descubra a conta suíça que abasteceu a campanha de Dilma...
Brasil 27.08.15 20:00 Comentários (28)
O vice-almirante Othon Luiz Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear, foi indiciado pela PF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em relatório de 30 páginas, a PF disse que "há evidências" de que as empresas do consórcio que estava construindo Angra 3 "fizeram um ajuste", ou seja, combinaram o resultado da licitação...
Brasil 27.08.15 18:47 Comentários (65)
O CADE abriu em junho uma investigação sobre o cartel das empresas de saco lixo. O Globo noticiou que a quadrilha atuou de 2008 a 2014 em cinco estados, SP, MG, PR, MT e MS. Foram arroladas na apuração um total de 14 empresas. Curiosamente, a Izzoplast não foi incluída na investigação do CADE...
Economia 27.08.15 18:41
Um desavisado que conferir como andam as ações da Petrobras na Bolsa, nesta quinta-feira (27), pode pensar que a problemática estatal se redimiu de todos os problemas, da noite para o dia. As ações preferenciais, as mais negociadas, subiam mais de 7% à tarde. Mas, calma... não há nenhum mérito da empresa nessa valorização, a não ser o de ser uma petrolífera. O combustível para a alta vem da Shell, que interrompeu suas exportações a partir da Nigéria. Motivo? Um oleoduto com trincas e outro atacado por ladrões de óleo foram fechados para reparos. Com isso, a cotação do petróleo subiu como um foguete. E a Petrobras vai de carona.
Brasil 27.08.15 18:22 Comentários (42)
O ministro Gilmar Mendes mirou no que viu e acertou no que não viu. Ao pedir à Receita paulista informações fiscais de fornecedores da campanha de Dilma, Mendes queria acertar a Focal e a VTPB. Acabou descobrindo outro esquema envolvendo os empresários Juliana e Flávio Dini.
Ambos são donos da Izzoplast, que prestou serviços à campanha de Dilma e é investigada por participação num cartel nacional de vendas de saco de lixo...
Brasil 27.08.15 18:16 Comentários (59)
A decisão de validar a delação de Alberto Youssef foi tomada por unanimidade no STF. Os advogados de empreiteiros e políticos podem começar a abandonar a tese de anular a Lava Jato.
Sérgio Moro já não está sozinho.
Brasil 27.08.15 17:59 Comentários (10)
A Bolsa fechou em alta de 3,64% e a cotação do dólar ficou em R$ 3,55 - a maior queda no mês. O clima de otimismo não tem origem na economia brasileira, mas na americana. O Departamento de Comércio dos EUA revisou para cima, em 3,7%, o crescimento de abril a junho.
Por aqui, não há novidades.
Brasil 27.08.15 17:15 Comentários (127)
O Globo publicou um dado que merece ser comemorado: neste ano, em São Paulo, o PT já perdeu aproximadamente 20% dos prefeitos que elegeu em 2012.
"De acordo com o presidente do Diretório Estadual, Emídio de Souza, 13 ou 14 dos 68 prefeitos se desfiliaram formalmente ou comunicaram ao partido a decisão de sair...
Economia 27.08.15 17:03 Comentários (38)
Nouriel Roubini disse que S&P, Moody's e Fitch demoraram demais para perceber o engodo petista:
"O Brasil deveria ter perdido o grau de investimento no ano passado, quando a economia lutava com um déficit fiscal em expansão, um fardo da dívida crescente em toda a economia e um ambiente de negócios fraco e piorando"...
Cultura 27.08.15 16:45 Comentários (34)
Mas pra mim tá pior. Demitido por tudo e por todos, é cada vez mais negra, quer dizer, cada vez mais afrodescendente a minha situação financeira. Para meu consolo (na verdade, o consolo é da Isaura, a minha patroa), estou no mesmo barco que os 8,3% dos brasileiros desempregados que foram pra rua. Uma das poucas leis que pegaram no Brasil, a Lei de Murphy, diz o seguinte: nada está tão mal que não possa piorar. O país está na m*#!!*erda e, o que é pior: a merda não vai dar pra todo mundo...
Os sanguinários terroristas do ISIS planejam fazer seu próximo ataque no Brasil para dinamitar as ruínas da economia brasileira, tombadas pela UNESCO e pela Dilma


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
27/08/2015 às 20:48
Não é possível! Como os leitores estão cansados de saber, acho que o melhor lugar para Dilma Rousseff é o conforto do lar, lendo seus livrinhos de Antropologia, deixando esse papo de governo para quem tem mais vocação, mais talento, mais paciência para ouvir. Mas não sou inimigo da presidente, obviamente. A inimizade é uma expressão da intimidade, ainda que vivida pelo avesso. A inimizade é o amor negativo, né? Na origem, podem procurar, estão a inveja, o afeto não correspondido, a traição, o ressentimento… Notem que todos eles são expressões de uma admiração destrambelhada. O que eu sinto por Dilma? Nada. Mas há, certamente, quem a odeie por um daqueles motivos acima elencados. Quem?
Bem, não sei o nome da pessoa. Mas sei que ela existe e o que ela quer: no caso, sugeriu à presidente que deixasse correr a ideia de que o governo planeja recriar a CPMF — e não com alíquota pequena, não: 0,38% sobre qualquer transação bancária. Desta feita, já escrevi aqui, nem mesmo se pretexta a necessidade meritória de dar verba para a Saúde. É que o Governo está com um rombo no Caixa, está fabricando déficit primário e precisa dar um jeito de tapar o buraco. Então, o tal inimigo íntimo pensou: “Por que a gente não tunga de novo o contribuinte?” É espantoso!
Bem, tão logo a notícia começou a circular, os protestos pipocaram de todo lado. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, mesmo na sua condição de neoconvertido, advertiu que será difícil a proposta passar na Casa. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não se converteu, fez advertência idêntica sobre a Câmara, que ele preside.
A Folha ouviu algumas opiniões. Robson Andrade, da Confederação Nacional da Indústria, classificou a ideia de “absurda”: “Mais um imposto para a sociedade pagar, enquanto o caminho ideal seria o governo promover uma redução de gastos públicos para deixar a economia se recuperar”.
“É um total retrocesso na economia do país. Os gastos do governo é que devem ser reduzidos e mais bem-administrados, enxugando a máquina pública”, disse Kelly Carvalho, assessora econômica da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). Não é diferente a estupefação do presidente da CNS (Confederação Nacional de Serviços), Luigi Nesse: “É uma loucura criar novo imposto no Brasil em um momento de crise e fragilidade das empresas”.
Só tubarões?
Já andei nas ruas hoje. A revolta é imensa — e não creio que seja só em São Paulo, onde, com efeito, o PT não é um partido muito popular. Cada vez mais, experimenta-se a sensação de um governo contra a sociedade.
Foi tal o desarvoramento que o vice-presidente, Michel Temer, mesmo fora da coordenação política, tachou a ideia, por enquanto, de “burburinho”. Neste momento, ele participa de um jantar com empresários na Fiesp, onde um novo imposto não deve ser, assim, uma ideia muito popular…
Não! Eu não sou inimigo de Dilma porque, reitero, a inimizade é uma forma de intimidade desde, ao menos, a Ilíada, de Homero. Vejam lá o confronto entre Heitor e Aquiles. Sou apenas um duro crítico do governo. Mas não tenho dúvida de que Dilma vive cercada de pessoas que querem vê-la pelas costas.
CPMF agora? A esta altura do campeonato? Talvez alguém lhe tenha proposto algo, assim, toscamente maquiavélico: “Presidente, arranque o couro do povaréu enquanto a senhora está com 7% de popularidade e use o dinheiro da brasileirada para tentar melhorar a sua reputação”. É um jeito de ver o mundo.
Eu tendo a achar que o novo imposto esgarçaria a frágil sustentação que o governo conseguiu junto ao empresariado. Já disse aqui: essa gente do PT não tem cura porque tem uma natureza.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 28/08/2015 03:54
Dois dias depois de Aécio Neves ter cancelado a reunião em que discutiria o impeachment com líderes da oposição, surgiu na Câmara o embrião de um movimento suprapartidário pelo afastamento de Dilma Rousseff. Num jantar iniciado na noite de quarta-feira (26) e esticado até a madrugada de quinta (27), 24 deputados de partidos oposicionistas e governistas unificaram-se em torno de um objetivo: transformar em energia o vapor que vem das ruas e que leva 66% dos entrevistados do Datafolha a informarem que desejam ver a presidente pelas costas.
O jantar que teve Dilma como prato principal ocorreu na casa do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). Dele participaram inclusive quatro personagens que estariam na reunião cancelada por Aécio: Roberto Freire, presidente do PPS, e os líderes Mendonça Filho (DEM), Rubens Bueno (PPS) e Bruno Araújo (PSDB). A diferença é que foram ao repasto como convidados, não como organizadores. Dessa vez, a iniciativa veio de baixo. Coube a um deputado do PMDB, o baiano Lúcio Vieira Lima arrebanhar o grupo.
Além de Lúcio, foram à mesa outros quatro colegas de partido do vice-presidente Michel Temer: os peemedebistas Jarbas Vasconcelos (PE), Osmar Terra (RS), Darcísio Perondi (RS) e Lelo Coimbra (ES). Jarbas sugeriu que o grupo se aproxime de Temer, que, na hipotética possibilidade de Dilma renunciar ou sofrer impeachment, herdaria o cargo de presidente. O grupo aprovou os últimos movimentos do vice-presidente, que se afastou do varejo da articulação política do Planalto.
Ouviram-se durante o jantar cobranças dirigidas ao tucanato. Avaliou-se que, além do PMDB, hoje o fiel da balança do impeachment, também o PSDB, maior partido da oposição, precisa adotar uma posição uniforme sobre qual a melhor saída para a crise. Havia dois tucanos na sala: Bruno Araújo (PE), que responde pela liderança da oposição na Câmara, e Pedro Cunha Lima (PB), filho do líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima. Coube a Bruno informar que o alto tucanato está muito próximo de fechar uma posição favorável ao impeachment.
A um quê de exagero nesse vaticínio. Conforme já noticiado aqui, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, posiciona-se em privado contra o afastamento de Dilma. Ele prefere que a presidente agonize na cadeira até 2018, quando estará livre do governo paulista, em plenas condições de entrar no jogo da sucessão presidencial.
Enquanto o tucanato hesita, deputados filiados a partidos do campo governista começam a se posicionar. Além dos correligionários de Temer, estiveram no jantar do impeachment Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara; Benito Gama (PTB-BA); e Cristiane Brasil (RJ), presidente do PTB federal e filha do deputado cassado Roberto Jefferson.
É certo que grandes movimentos políticos começam de mansinho. Mas a infantaria anti-Dilma está muito longe de obter a quantidade mínima de votos de que necessita. Num colegiado de 513 deputados, são necessários pelo menos 342 votos para aprovar a abertura de um processo de afastamento da presidente. Para consumar o impeachment no Senado, teriam de virar a cara para Dilma 54 dos 81 senadores.
Afora os votos, falta um motivo. Não há nenhum delator da Lava Jato acusando Dilma de ter embolsado verbas sujas do petrolão. Por ora, chegou-se apenas às arcas do PT e à caixa registradora da campanha de Dilma. Mas o TSE ainda não deu um veredicto sobre as propinas “lavadas” pelo PT na Justiça Eleitoral. Há, de resto, as chamadas “pedaladas fiscais”. Mas tampouco o TCU emitiu o parecer final a ser remetido ao Congresso.
À espera da evolução da conjuntura, o grupo planeja manter a “pressão” sobre Dilma. Um dos participantes do jantar conta que Jarbas Vasconcelos disse que o ideal seria que Dilma renunciasse. É difícil, mas, em política, nada é impossível, declarou Jarbas. O país está muito próximo do fundo do poço, mas ainda não chegamos lá, ele acrescentou.

Josias de Souza - 28/08/2015 06:13
Autobiografado nas páginas do livro ‘Abaixo a Ditadura’, de 1998, José Dirceu orgulhava-se de ser um protagonista nato, um ego empinado desde a primeira mamada, um colecionador de façanhas.
Relembre a trajetória do ex-ministro José Dirceu
José Dirceu durante encontro do PT em 1982. Ele foi um dos fundadores do partido, em 1980 
Leia mais R.Silveira - 31.05.1982/Folhapress
Criança, Dirceu integrava uma “pequena gangue de garotos”. Divertia-se na cidade de Passa Quatro (MG) amarrando barbante em rabo de cachorro e assaltando frutas em quintais alheios.
Jovem, fundou a “Turma da Canalha”, um grupo de estudantes que, dedicado à subversão das regras de uma conservadora PUC de São Paulo, ateava paixões nos corações femininos.
“(…) Derrubamos essa história de precisar nos levantar quando o professor entrava na sala (…). Nessa época eu havia deixado o cabelo crescer e, como ninguém usava cabelo comprido, acabei virando um personagem. Foi um escândalo''.
Líder estudantil, Dirceu saboreou a existência: “É difícil reproduzir o que foi o espírito de 68, mas posso dizer que havia uma poderosa força simbólica impulsionando a juventude (…). O mundo parecia estar explodindo. Na política, no comportamento, nas artes, na maneira de viver e de encarar a vida, tudo precisava ser virado pelo avesso. Para nós, o movimento estudantil era um verdadeiro assalto aos céus''.
Mandarim do petismo, Dirceu enroscou-se em assaltos menos metafóricos. Condenado no julgamento do mensalão, foi em cana. Seu olhar parou de vazar luz. Pilhado no petrolão, está novamente atrás das grades, dessa vez em Curitiba.
Convocado a depor na CPI da Petrobras, Dirceu receberá a visita dos membros da comissão na semana que vem. De antemão, seu advogado informa que o personagem ficará calado. É como se o ex-guerrilheiro tentasse restaurar a velha clandestinidade.
Daquele Dirceu habituado a clandestinidades mais honrosas esperava-se outro tipo de atitude. Desse Dirceu que a PF acusa de enriquecer ilicitamente não se espera muita coisa. O silêncio acaba sendo útil para ouvir os pequenos ruídos ao redor. O barulho que você ouve ao fundo é o ranger da culpa de Dirceu.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sexta-feira, agosto 28, 2015
Por Olavo de Carvalho
Transcrito do site Mídia Sem Máscara
Interrompo temporariamente as considerações teóricas da série “Ilusões democráticas” para analisar brevemente o atual estado de coisas.
A premissa básica para se chegar a compreender a presente situação política do Brasil é a seguinte: o PT não subiu ao poder para implantar o comunismo no Brasil, mas para salvar da extinção o movimento comunista na América Latina e preparar o terreno para uma futura tomada do continente inteiro pelo comunismo internacional.
É fácil comprovar isso pelas atas das assembléias do Foro de São Paulo, o qual foi fundado justamente para a realização desse plano.
Na operação, o Brasil exerceria não somente a função de centro decisório e estratégico, mas o de provedor de recursos para os governos e movimentos comunistas falidos.
No décimo-quinto aniversário do Foro, em 2015, o comando das FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, reconheceu em documento oficial que a fundação desse organismo pelo PT havia pura e simplesmente salvado da extinção o comunismo latino-americano, debilitado e minguante desde a queda do regime soviético.
Robson Andrade da CNI e Lula: unha e carne
Para a consecução do plano, era necessário que o PT no governo prosseguisse na aplicação firme e constante da estratégia gramsciana da “ocupação de espaços” e da “revolução cultural”, aliando-se, ao mesmo tempo, a grandes grupos econômicos que pudessem subsidiar e consolidar, pouco importando se por meios lícitos ou ilícitos, a instrumentalização partidária do Estado, o controle da classe política, a supressão de toda oposição ideológica possível e a injeção de dinheiro salvador em vários regimes e movimentos comunistas moribundos.
Basta isso para explicar por que o então presidente Lula pôde ser, numa mesma semana, homenageado no Fórum Social Mundial pela sua fidelidade ao comunismo e no Fórum Econômico de Davos pela sua adesão ao capitalismo, tornando-se assim o enigmático homem de duas cabeças que os “verdadeiros crentes” da direita acusavam de comunista e os da esquerda de vendido ao capitalismo. Mas as duas cabeças, no fundo, pensavam em harmonia: a confusão ideológica só podia favorecer aqueles que, por trás dos discursos eslogans, tinham um plano de longo prazo e a determinação de trocar de máscara quantas vezes fosse necessário para realizá-lo.
O plano era bom, em teoria, mas os estrategistas iluminados do comunopetismo se esqueceram de alguns detalhes:
1. Dominando a estrutura inteira do Estado em vez de se contentar com o Executivo, o partido se transformou no próprio “estamento burocrático” que antes ele jurava combater. Já expliquei isso em artigo anterior (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/150611dc.html).
2. O apoio dos grandes grupos econômicos o descaracterizava ainda mais como “partido dos pobres” e o identificava cada vez mais com a elite privilegiada que ele dizia odiar.
3. O uso maciço das propinas e desvios de verbas como instrumentos de controle da classe política tornava o partido ainda mais cínico, egoísta e desonesto do que essa elite jamais tivera a ousadia de ser. O PT tornou-se a imagem por excelência da elite criminosa e exploradora.
4. O PT havia sido, na década de 90, a força mais ativa nas campanhas que sensibilizaram o povo para o fenômeno da corrupção entre os políticos. Ele criou assim a atmosfera de revolta e até a linguagem do discurso de acusação que haveriam de fazer dele próprio, no devido tempo, o mais odioso dos réus.
5. A “revolução cultural”, a “ocupação de espaços” e a instrumentalição do Estado deram ao PT os meios de fazer uma “revolução por cima”, mas o deixaram desprovido de toda base popular autêntica. Ao longo dos anos, pesquisas atrás de pesquisas demonstravam que o povo brasileiro continuava acentuadamente conservador, odiando com todas as suas forças as políticas abortistas e a “ideologia de gênero” que o partido comungava gostosamente com a elite financeira e com o “proletariado intelectual” das universidades e do show business. Desprovidas as massas de todo meio de expressar-se na mídia e de canais partidários para fazer valer a sua opinião, no coração do povo foi crescendo uma revolta surda, inaudível nas altas esferas, que mais cedo ou mais tarde teria de acabar eclodindo à plena luz do dia, como de fato veio a acontecer, surpreendendo e abalando a elite petista ao ponto de despertar nela as reações mais desesperadas e semiloucas, desde a afetação grotesca de tranqüilidade olímpica até a fanfarronada do apelo às “armas” seguido de trêmulas desculpas esfarrapadas.
A convergência de todos os fatores produziu um resultado que só pessoas de inteligência precária como os nossos congressistas, os nossos cientistas políticos e os nossos analistas midiáticos não conseguiriam prever: quando a mídia pressionada pelas redes sociais e pela pletora de denúncias judiciais desistiu de continuar acobertando os crimes do PT (voltarei a isto em artigo próximo), a revolta contra o esquema comunopetista tomou as ruas, nas maiores manifestações de protesto de toda a nossa História e, mesmo fora dos dias de passeata, continuou se expressando por toda parte sob a forma de vaias e panelaços, obrigando os falsos ídolos a esconder-se em casa, sem poder mostrar suas caras nem mesmo nos restaurantes.
As pesquisas mostram que o apoio popular ao PT é hoje de somente um por cento, já que seis dos famosos sete consideram o governo apenas “regular”, isto é, tolerável.
Como é possível que um partido assim desprezado, odiado e achincalhado pela maioria ostensiva da população continue se achando no direito de governar e habilitado a salvar o País mediante desculpinhas grotescas que, à acusação de crimes, respondem com uma confissão de “erros”?
Em que se funda o poder que o PT, acuado e desmoralizado, continua a desfrutar? Esse poder funda-se em apenas quatro coisas:
1. O apoio da oligarquia cúmplice.
2. A militância subsidiada, cada vez mais escassa, incapaz de mobilizar-se sem o estímulo dos sanduíches de mortadela, dos cinqüenta reais e do transporte em ônibus, tudo pago com dinheiro público.
3. O apoio externo, não só do governo Obama, dos organismos internacionais e de alguns velhos partidos da esquerda européia, mas sobretudo do Foro de São Paulo, já articulado para mover guerra ao Brasil em caso de destituição do PT.
4. Uma militância estudantil , também decrescente, que tudo fará pelas grandes causas idealísticas que a animam: drogas e camisinhas para todos, operações transex pagas pelo governo, banheiros unissex, liberdade de fazer sexo em público no campus, reconhecimento do sexo grupal como “nova modalidade de família”, etc., etc.
A base de apoio do PT é uma casquinha da aparências na superfície de uma sociedade em vias de explodir.
O único fator que realmente mantém esse partido no poder é o temor servil com que as forças ditas “de oposição” encaram uma possível crise de governabilidade e, sob a desculpa da “legalidade”, e da “normalidade democrática”, insistem em dar ao comunopetismo uma sobrevida artificial, encarregando a classe política de ajudá-lo a respirar com aparelhos ou pelo menos a matá-lo só aos pouquinhos, de maneira discreta e indolor.
Mas que legalidade é essa? Por favor, leiam:
Constituição Federal, Título I, Art. V, parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente.”
Será que o “diretamente” não vale mais? Foi suprimido? Os representantes eleitos adquiriram o direito de decidir tudo por si, contra a vontade expressa do povo que os elegeu? Só eles, e não o povo, representam agora a “ordem democrática”? Senhores deputados, senadores, generais e importantões em geral: quem meteu nas suas cabeças que a ordem constitucional é personificada só pelos representantes e não, muito acima deles, por quem os elegeu? Parem se ser hipócritas: defender “as instituições” contra o povo que as constituiu é traição. A vontade popular é clara e indisfarçável: Fora Dilma, Fora PT, Fora o Foro de São Paulo! Contra a vontade popular, a presidente, seus ministros o Congresso inteiro e o comando das Forças Armadas não têm autoridade nenhuma. Se vocês não querem fazer a vontade do povo, saiam do caminho e deixem que ele a faça por si.
___________________
MEU COMENTÁRIO: O artigo de Olavo de Carvalho está perfeito. Adicionei a foto que foi publicada no site da própria CNI - Confederação Nacional da Indústria, presidida por Robson Andrade, para mostrar o contubérnio entre o setor industrial representado pela CNI com o PT, na figura de seu líder máximo, o Lula. Deve-se ainda acrescentar que essa aliança entre o lulopetismo com os mega empresários brasileiros não se circunscreve apenas a demorados apertos de mão, como aparece na foto. O Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (SESI), mais poderosa organização de assistência e promoção social dos industriários, órgão que compõe o Sistema CNI e que maneja uma verba milionária, está sob o comando do PT desde que Lula chegou à presidência. Até há pouco era o sindicalista companheiro de Lula e também fundador da CUT, Luiz Meneguelli, que exercia o cargo de Presidente do Conselho Nacional do SESI, indicado por Lula. Meneguelli recentemente deixou o cargo. Para o seu lugar foi nomeado Gilberto Carvalho, que até há pouco era um dos principais assessores ministeriais da Dilma e é o operador dos ditos "movimentos sociais" do PT, além de ser homem de ligação direta com Lula.
Faço estas observações para reforçar e provar de forma cabal a análise de Olavo de Carvalho.

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