DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
30 DE JULHO DE 2015
Responsável pela escolha do almirante Othon Pereira da Silva para presidir a Eletronuclear, em 2005, quando era ministra de Minas e Energia do governo Lula, a presidente Dilma cogitou fortemente nomeá-lo para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil quando a titular, Gleisi Hoffmann, pediu demissão para se candidatar ao governo do Paraná. Na último momento, ela trocou Othon por Aloizio Mercadante.
Dilma e o almirante Othon se admiram. Têm em comum a forma rude de tratar subordinados. Essa característica os aproximou ainda mais.
Othon foi preso terça (28) na 16ª fase da Lava Jato, por receber R$ 4,5 milhões em propina de empreiteiras das obras da usina de Angra 3.
A Lava Jato avança definitivamente na corrupção da área de energia elétrica do governo, a favorita de Dilma, daí a alta tensão no Planalto.
O almirante Othon tinha outro admirador: o ex-presidente Itamar Franco o condecorou com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Levantamento em Salvador, realizado entre 22 e 26 julho pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido do portal Diário do Poder, mostra que os candidatos à prefeitura soteropolitana vão fugir do apoio de Dilma e de Lula, do PT, como o diabo foge da cruz. Dilma, a campeã de rejeição, tira 75% dos votos com seu apoio a qualquer candidato. O apoio de Lula faria 53,9% do eleitorado desistir de votar em seu escolhido.
O apoio do ex-governador e ministro Jaques Wagner (Defesa) é menos ruim: garantirá o afastamento de 46,2% dos eleitores de um candidato.
O apoio mais ambicionado em Salvador é o de Marina Silva (Rede). Ela acrescenta 40,1% de votos para o candidato que recomende.
O tucano Aécio Neves está bem melhor que Lula, em Salvador: apenas 24,3% dos eleitores rejeitariam o apoio dele a um candidato.
O acordo de delação premiada de Mário Góes tirou o sono de gente graúda no PT e no PMDB. Ele operava junto ao ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, o homem da cúpula do PT no afano geral da petroleira, e operava com o lobista Fernando Baiano, do PMDB.
Quem conhece o “operador” Mário Góes avisa que, inteligentíssimo, ele só dirá o que quer, e que seu acordo de delação pode ser uma maneira de “salvar os anéis” e preservar a grande herança do filho, Lucélio.
É gritante o silêncio da caserna sobre prisão do almirante Othon Pereira da Silva, presidente da Eletronuclear. Ele era mais admirado fora da Marinha, por sua notória especialização em energia nuclear.
A polêmica do Uber serve de holofote para governantes oportunistas e secretários inexpressivos, que perseguem motoristas trabalhadores para fazer demagogia com taxistas, em vez de regulamentar de uma vez o aplicativo. Pesquisas mostram que a população apoia o Uber.
O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), descartou ajudar Dilma em eventual apoio sobre as pedaladas fiscais. O tucano lembra que isso é um problema entre TCU e União.
Os partidos que fogem da relatoria de comissões parlamentares de inquérito citam a figura quase decorativa de Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI da Petrobras. Ele é motivo de piada nas audiências da CPI.
O primeiro troco de Eduardo Cunha no governo deve vir no projeto de repatriação de recursos do exterior. Cunha não vai mover uma palha para ajudar a aprovar a medida que turbinaria os cofres da União.
O PSDB vai produzir programas chamando a população para os protestos contra o governo, marcados para 16 de agosto. As inserções serão exibidas na TV a partir da próxima semana.
A observação é de Juca Carvalho, dirigente do PPS: “Com tantos escândalos do governo Dilma, a política foi lavada a jato...”

NO DIÁRIO DO PODER
CARLOS CHAGAS
NESSE JOGO DE FANTASIA, FALTA A BOLA
O embate entre a presidente Dilma e seu governo, de um lado, e as oposições, de outro, lembra uma partida de futebol onde os craques se esfalfam, entre correrias, chutes na canela, cabeçadas, pulos e dribles sem conta. A torcida, quer dizer, nós, a tudo assistimos entusiasmados, gritando slogans e distribuindo palavrões a torto e a direito. Até o juiz e os bandeirinhas suam a camisa, distribuem cartões amarelos e impõem sua autoridade.
Só que, na arquibancada, um menininho surpreende o pai, comentando estar faltando a bola. De repente, dão-se todos conta de que o pimpolho tem razão: não há bola em campo. Todo aquele esforço se faz por nada.
No caso, a imagem se aplica à tertúlia verificada há meses no país: governo e oposições se digladiam, ofendem e acusam, mas para que? Falta a bola, ou seja, o que pretendem para a sociedade, com tamanha algazarra?
Nem Madame apresentou até hoje um programa de metas e realizações para tirar-nos do sufoco, nem seus adversários revelam o que pretendem, se guindados ao poder. É claro que de um lado alegam a necessidade do ajuste fiscal, aumentam impostos e reduzem direitos trabalhistas. Do outro, denunciam o festival de corrupção que assola estruturas administrativas e instituições e acentuam que o adversário não sabe governar. Não sabemos, porém, quais as propostas de que dispõem para interromper a marcha do desemprego, recuperar as empresas privadas, evitar a inflação e retomar o desenvolvimento.
Falta a bola, capaz de dar sentido à farsa encenada pelos dois times. Inexistem proposições concretas e sucintas, em condições de dar sentido ao espetáculo. De lá e de cá, que obras públicas poderiam ser iniciadas de pronto, ampliando o número de empregos? Que sacrifícios exigir dos setores privilegiados, do tipo aplicação de parte do lucro dos bancos em atividades sociais? Imposto sobre grandes fortunas e estabilidade nos empregos? Proibição de remessa de lucros para o exterior, por tempo determinado? Duplicação do salário mínimo?
Em suma, inexiste um elenco de medidas de sacrifício para todos, com ênfase a categorias até agora beneficiadas pela crise. Estaria definido um objetivo para as partes em confronto. A bola, afinal, estaria em campo...

SWISSLEAKS
ROMÁRIO AFIRMA QUE BANCO SUÍÇO DESMENTIU CONTA EM SEU NOME
ELE ATRIBUI A DENÚNCIA À CPI E À SUA CANDIDATURA A PREFEITO
Publicado: 29 de julho de 2015 às 20:53
O senador e ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ) garante que o banco BSI, citado como utilizado por ele para abrir uma conta sua no valor de R$ 7,5 milhões, indicou que os extratos publicados no Brasil em seu nome são "falsos". Romário aponta que tanto o banco como ele abrirão processos criminais. O senador, porém, vê o incidente como um alerta contra seu trabalho na CPI do Futebol, que começa suas atividades no dia 4 de agosto.
Reportagem da revista Veja desta semana informou a existência da conta, que não teria sido declarada à Receita Federal no Brasil. Diante da revelação, Romário decidiu viajar até Genebra e, desde ontem, se reuniu com advogados e com o banco.
Segundo ele, o banco enviaria entre hoje e amanhã uma carta oficial a seus advogados para confirmar que a conta não existe. Contatado pela reportagem do Estado, o banco ainda não respondeu.
"Mostramos os extratos e o banco garantiu que esses documentos são falsos", disse Romário, que retorna ainda hoje ao Brasil. "Eu vim aqui e confirmei o que eu já imaginava. Eu não tenho relação com o banco e tinha certeza de que esse dinheiro era impossível de ser meu. Ninguém esquece R$ 7 milhões, principalmente na crise", disse.
"Estou triste e feliz. Se existisse esse dinheiro, seria algo ganho suado. Talvez eu teria esquecido, o que não é a minha cara", declarou.
Romário confessou que temia que uma conta pudesse ter sido aberta em seu nome, com documentos falsos, e deixou claro que vê a publicação da notícia como uma "manobra" para desestabilizá-lo antes da CPI ou mesmo de sua eventual candidatura para a prefeitura do Rio de Janeiro, em 2016.
"As pessoas sabem que a CPI vai começar e que tem a possibilidade de uma candidatura à prefeito do Rio em um ano”, disse. “Eles tentaram mais uma vez me destruir, denegrir a minha imagem. Mais uma vez, eles estão mostrando ao mundo que eu sou decente", insistiu, sem dar nomes.
No Brasil, porém, o senador vai pedir uma investigação para saber como os documentos foram produzidos.
Ironizando a situação, Romário ainda insistiu que não poderia "perder o gol". "Eu estava de férias, sentado, e a bola veio e quicou. Não tinha jeito. Está no sangue. Tenho que fazer o gol", disse.
Nas redes sociais, Romário também ironizou. “Chateado. Acabei de descobrir aqui em Genebra, na Suíça, que não sou dono dos R$ 7,5 milhões”. O ex-craque publicou uma foto sua em uma ponte de Genebra.
“Agora, aqueles que devem podem começar a contar as moedinhas, porque a conta vai chegar de todas as formas”.
No fim de semana, Romário anunciou a intenção de processar a revista e disse que não sabia se tinha uma conta na Suíça: “Obviamente, fiquei muito feliz com a notícia. Assim que possível irei ao banco para confirmar a posse dessa conta, resgatar o dinheiro e notificar a Receita Federal. Espero que seja verdade, como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado algum rendimento que chegou a essa quantia. Estou me sentindo um ganhador da Mega Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro”.
Nas redes sociais, ele ainda atacou. “Eu não finjo ser decente, não faço de conta ser sério e pareço ser correto. Eu sou!!!” 
Procurada, a revista não quis se pronunciar sobre as declarações de Romário.

MORDOMIA NA PGR
JUSTIÇA FEDERAL PROÍBE ATO DE JANOT POR 'VIOLAR PRINCÍPIO DA MORALIDADE'
JUSTIÇA PROÍBE PRIVILÉGIO DE VIAGENS AÉREAS EM CLASSE EXECUTIVA
Publicado: 29 de julho de 2015 às 19:29 - Atualizado às 20:59
A juíza Célia Bernardes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, acatou pedido da Advocacia-Geral da União que pedia a proibição de compras de passagens aéreas na classe executiva por parte da Procuradoria-Geral da República, chefiada por Rodrigo Janot.
De acordo com a decisão da Justiça Federal, o ato defendido pelo PGR “viola os princípios republicano (supremacia do interesse público sobre o interesse particular), da moralidade, da economicidade e da razoabilidade”. já que passagens aéreas na classe executiva podem chegar a custar até mais de cinco vezes o preço de uma passagem na classe econômica.
A decisão de Rodrigo Janot de fornecer passagens aéreas internacionais em classe executiva beneficiou membros do Ministério Público da União, além de outras categorias dentro do MPU e até os acompanhantes. Isso quer dizer que o contribuinte bancava a classe executiva dos procuradores e até de suas esposas e filhos.

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 30 DE JULHO DE 2015
(Congresso em Foco) Pela sétima vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou nesta quarta-feira (29) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Na reunião anterior, no início de junho, a taxa também tinha sido reajustada em 0,5 ponto.
Com o reajuste, a Selic retorna ao nível de outubro de 2006, quando também estava em 14,25% ao ano. A taxa é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em comunicado, o Copom indicou que os juros básicos devem ficar inalterados daqui para a frente. “O comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016″, destacou o texto.
Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. No entanto, ao anunciar a nova meta de esforço fiscal, na semana passada, o governo estimou que o IPCA encerre o ano em 9%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 9,31% nos 12 meses terminados em junho. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2015 em 9,23%. Este ano, a inflação está sendo pressionada pelos aumentos de preços administrados como energia e combustíveis.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo. De acordo com o boletim Focus, analistas econômicos projetam contração de 1,76% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2015. O governo prevê redução de 1,5% segundo as projeções enviadas pelo Ministério do Planejamento ao Congresso na semana passada.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 00:10:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
29/07/2015 às 17:56 \ Opinião
Maior responsável pela grave crise política, econômica, social e moral em que o País está mergulhado depois de mais de 12 anos de domínio petista, Luiz Inácio Lula da Silva tenta reagir à queda do pedestal em que se entronizou graças à conjugação de circunstâncias históricas alheias à sua vontade, com a habilidade e a falta de escrúpulos com que manejou um populismo irresponsável. Diante da revelação, da forma mais dolorosa possível para os brasileiros, de seu legado maldito e apavorado com a perspectiva cada vez mais próxima de ter de prestar contas à Justiça de seu envolvimento em acontecimentos que o beneficiaram e a toda sua família, Lula entrega-se ao destempero retórico.
Perdeu completamente a compostura.
Na sexta-feira passada, em discurso na posse da diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC, em Santo André, Lula não teve o menor constrangimento em se colocar no papel de vítima de “nazistas” e de uma “elite perversa” que não aceita conquistas sociais. Numa tentativa canhestra de explicar a decepção em que se transformou o poste que escolheu para substituí-lo na Presidência, atribuiu o desastre ao machismo da elite: “Nunca tinha visto na vida pessoas que se diziam democráticas (sic) e não aceitaram uma eleição que elegeu uma mulher presidente da República”.
Com a popularidade em baixa, não seria agora que Lula se exporia diante do “povo”. Só fala a plateias selecionadas que não representem ameaça à sua megalomania. Diante de tal público, sente-se à vontade para derramar todo seu repertório de demagogo sacramentado. Parece não lhe ocorrer, no entanto, que o que ele imagina ser uma deferência especial sua a uma plateia selecionada significa, na verdade, um insulto aos cidadãos que, salvo a hipótese de se tratar de fanáticos irredimíveis, só estão ali porque Lula lhes atrai a curiosidade. E nada mais. Quanto aos áulicos, estes estão dispostos a aceitar e aplaudir qualquer barbaridade que profira, como essa de que a culpa pelo desastrado governo de Dilma é dos machistas que não aceitam o fato de ela ser presidente.
No cenário armado em Santo André, Lula lembrou seus dias de líder que fazia oposição a “tudo isso que está aí”: “Quero dizer para vocês que estou cansado de mentiras e safadezas; estou cansado de agressões à primeira mulher que hoje governa esse país; estou cansado com o tipo de perseguição e criminalização que tentam fazer à esquerda desse país. Parece os nazistas criminalizando o povo judeu e romanos criminalizando os cristãos”. Pois é. O homem, logo quem, está cansado de “mentiras e safadezas”. E ainda finge ser de esquerda, o que, definitivamente, é um dos poucos equívocos que não lhe podem ser imputados. A única coisa autêntica nessa arenga foram os erros de Português.
Embora seja hoje um rico e ativo membro do jet set internacional, Lula mantém a humildade: “Eles não suportam que um metalúrgico quase analfabeto tenha colocado mais gente na faculdade do que eles, não suportam que a gente não deixou privatizar o Banco do Brasil”. Defendeu as realizações sociais e econômicas que efetivamente promoveu em seu governo enquanto navegou nas águas de uma conjuntura internacional favorável e de uma política econômica interna pautada pelos princípios “liberais” herdados dos governos tucanos. Mas ignorou, é claro, que todas aquelas conquistas estão hoje comprometidas pela teimosia do governo Dilma em impor ao País uma “nova matriz econômica” estatista. E lamentou: “Eu, sinceramente, ando de saco cheio. Profundamente irritado. Pobre ir de avião começa a incomodar; fazer faculdade começa incomodar; tudo que é conquista social incomoda uma elite perversa”.
Para concluir, a manipulação desavergonhada dos números: “A inflação está 9%, com perspectiva de cair. Quando eu peguei esse país, a inflação estava a 12%, o desemprego a 12%”. Só esqueceu de mencionar que antes do Plano Real, em junho de 1994, a hiperinflação era de mais de 47% e que a meta do atual governo, de 4,5%, sempre esteve longe de ser cumprida.
Cada vez menos, Lula consegue reunir plateias dóceis para deitar falação. Muito pouca gente se engana com ele. Para a grande maioria dos brasileiros, Lula e tudo o que ele representa foram uma ilusão passageira.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
30/07/2015 às 6:16
Na Folha:
A campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição pagou R$ 6,15 milhões a uma gráfica que não tem nenhum funcionário registrado e cujos documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva, que em 2013 recebia R$ 1.490. A Rede Seg Gráfica e Editora, de São Paulo, aparece como a oitava fornecedora que mais recebeu dinheiro da campanha presidencial petista no ano passado, de acordo com os registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Funcionários do TSE que examinaram as contas da campanha de Dilma descobriram a situação da gráfica ao cruzar as informações da empresa com o banco de dados do Ministério do Trabalho. A descoberta fez surgir a suspeita de que a gráfica não tinha a estrutura necessária para prestar os serviços pelos quais foi remunerada pelo PT. Algumas das notas da gráfica entregues pelo partido ao TSE trazem a afirmação de que a empresa produziu folders para a campanha eleitoral.
(…)
Como a Folha revelou em dezembro de 2014, a Focal Comunicação, a segunda que mais faturou na campanha presidencial de Dilma (R$ 24 milhões), também tinha um motorista (salário de cerca de R$ 2 mil até 2013) como sócio. A Focal só ficou atrás da empresa do marqueteiro João Santana, destinatária de um montante de R$ 70 milhões. O empresário Carlos Cortegoso admitiu na época que era o verdadeiro dono da Focal, tendo justificado o registro em nome do motorista como fruto de uma inclinação sua de dar chances para seus empregados progredirem.
(…)
30/07/2015 às 6:33
O Ministério Público anunciou nesta quarta-feira (29) que há seis outros acordos de delação premiada que correm em sigilo, além de uma lista de 16 nomes que foi apresentada, a saber: Paulo Roberto Costa e seus familiares (Marici da Silva Azevedo Costa, Shanni Azevedo Costa Bachmann, Arianna Azevedo Costa Bachmann, Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz); o ex-gerente da estatal Pedro Barusco; o doleiro Alberto Youssef; seu ajudante Rafael Ângulo Lopez; Dalton Avancini e Eduardo Leite, diretores da Camargo Corrêa; os lobistas Julio Camargo e Shinko Nakandakari e os empresários Augusto Ribeiro, Luccas Pace Junior e João Procópio.
Como da lista do MP não constam os nomes do Milton Pascowitch e do empresário Mauro Góes, o último a fazer acordo, então seriam apenas quatro os delatores por enquanto desconhecidos. As especulações correm soltas.
Góes, autor das mais recentes acusações, detalhou ao MP como funcionaria o esquema da Andrade Gutierrez, mantido no exterior, segundo ele, para a distribuição de propinas. Ele sustenta que, por meio da subsidiária Zagope Angola, a empresa teria repassado recursos para uma offshore na Suíça que ela própria controlaria — a Phad Corporation — , de onde migrariam para as contas do petista Renato Duque, ex-diretor de Serviços.
Segundo o MP, houve pelo menos 83 repasses de propina entre julho de 2006 e fevereiro de 2012 da conta de Góes para a de Pedro Barusco, que abrigariam também propinas para Duque, que era o chefe de Barusco. O total das operações teria chegado, aponta o MP, a US$ 6,42 milhões.
Os outros
As especulações ficam agora por conta dos quatro outros delatores anunciados pelo Ministério Público. Entre eles, pode estar um nome que leva verdadeiro pânico ao PT e que, até agora ao menos, tem-se mantido um túmulo: o petista Renato Duque.
Quando se deu a primeira prisão de Duque, circularam com força os boatos de que ele teria dito que não cairia sozinho. Depois, obteve um habeas corpus no Supremo, e a temperatura baixou. A segunda prisão, acusado que foi de tentar esconder ativos, levou a uma nova elevação da tensão. Comenta-se nos bastidores que a família pressiona Duque a fazer o acordo de delação premiada.
Há duas semanas, seu advogado chegou a dizer que essa não era uma hipótese descartada. Nos próximos dias, saberemos. O PT está mais ansioso do que nós.
Texto publicado originalmente às 23h35 desta quarta
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 30/07/2015 05:09
Dilma Rousseff reúne-se com os governadores nesta quinta-feira. Na definição de um dos convidados da presidente, será “o encontro da fome com a falta de comida.”
Como assim?, estranhou o repórter. “Com os tesouros estaduais em petição de miséria, os visitantes têm fome de dinheiro — um alimento indisponível na despensa de Dilma. Com a credibilidade em ruínas, a anfitriã tem fome de estabilidade congressual. Mas governador que pedir aos parlamentares apoio à impopularidade arrisca-se a receber uma banana como resposta.”
No convite aos governadores, Dilma informou que deseja discutir dois temas: governabilidade e responsabilidade fiscal. Seus operadores políticos chamam o entendimento desejado de “pacto pela governabilidade”. Dificilmente se inventará um nome mais pomposo para papo furado.
Se quisesse realmente ser tomada a sério, Dilma costuraria um entendimento nos bastidores antes de subir ao palco, sob refletores. Mas ela precisa da foto. Quer passar à opinião pública a impressão de que não é uma moribunda política.
Não é a primeira vez que Dilma procede dessa maneira. Ela repete agora a mesma coreografia de junho de 2013. Depois que os brasileiros foram às ruas para informar que estavam de saco cheio, a presidente convidou a Brasília governadores e prefeitos de capitais. Propôs cinco pactos. Ganha um doce quem se lembrar de um.
Enquanto a popularidade lhe sorriu, Dilma cultivou um tipo sui generis de diálogo, no qual ela obrigava o outro a calar a boca. Hoje, isolada e impopular, a grande ambição de Dilma é a de colher solidariedades que jamais plantou.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 30.07.15 04:17 Comentários (24)
Diego Escosteguy, da Época: “Adhemar Palocci, o irmão de Antonio Palocci, esteve ontem no Palácio do Planalto. Ninguém explica com quem foi conversar”.
O Eletrolão, portanto, já entrou na esfera de Dilma Rousseff....ver mais
Brasil 30.07.15 04:15 Comentários (7)
Claudio Dantas já havia tratado na IstoÉ da gráfica Red Seg, que ganhou 6,15 milhões de reais da campanha de Dilma Rousseff e está sendo investigada pelo TSE.
Agora, a Folha de S. Paulo fez uma boa reportagem sobre o assunto: “A campanha da presidente Dilma Rousseff pagou R$ 6,15 milhões a uma gráfica que não tem nenhum funcionário registrado e cujos documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva...,ver mais
Brasil 30.07.15 04:14 Comentários (53)
“O que o juiz pode fazer é muito limitado sem o apoio da opinião pública”. A frase, de Sergio Moro, foi pronunciada ontem à noite, durante uma palestra sobre Mani Pulite.
Ele já exprimira o mesmo conceito num artigo sobre o caso italiano, como lembrou Josias de Souza: “É ingenuidade pensar que processos criminais eficazes contra figuras poderosas, como autoridades governamentais ou empresários, possam ser conduzidos normalmente, sem reações....ver mais
Brasil 30.07.15 04:10 Comentários (10)
Em vez de se posicionar abertamente contra o pacto proposto por Dilma Rousseff na tentativa desesperada de salvar seu mandato, os governadores tucanos usam a imprensa para passar recados.
Folha de S. Paulo: “Os governadores vão nesta quinta-feira a Brasília para a reunião com Dilma Rousseff com um pé atrás....ver mais

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