DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
19 DE ABRIL DE 2015
Aos menos quarenta funcionários da Petrobras podem ter participado do esquema de corrupção desmantelado pela Operação Lava Jato, segundo fontes policiais. Experientes investigadores acreditam que os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento), corrupto confesso, e Renato Duque (Serviços), presos pela Justiça, não comandariam o fabuloso esquema de corrupção sem o auxílio de um “staff” corrupto.
Nesta fase, a Operação Lava Jato se empenha em definir o papel dos líderes do esquema, para depois identificar seus cúmplices.
A nomeação de Henrique Alves no Ministério do Turismo foi quase um gesto de rendição de Dilma, mas o deputado Eduardo Cunha continua insatisfeito. Ele exige, por exemplo, que o PT e o governo controlem a CUT e entidades sob sua influência, como ONGs gay, que o hostilizam por onde ele passa, Brasil afora. A irritação do presidente da Câmara pode dificultar a aprovação das medidas de ajuste fiscal do governo.
O governo Dilma já destinou R$ 4,7 bilhões ao programa Bolsa Família em 2015: a Bahia é o que mais recebe (R$ 610 milhões), seguida por São Paulo (R$ 404 milhões) e Maranhão (R$ 380 milhões).
A oposição aguarda o Dia do Trabalho (1º de maio) para realizar manifestação pelo impeachment de Dilma. Paulinho da Força (SD) afirma que a ideia é “deixar o governo sangrando no feriado”.
O deputado Tiririca (PR-SP) tem sério concorrente na Câmara: o líder do PT, Sibá Machado (AC), depois da atabalhoada defesa de Vaccari.

NO BLOG DO CORONEL
DOMINGO, 19 DE ABRIL DE 2015
E os dois já riam muito na inauguração...
(O Globo) Sobram mistérios na Petrobras. Um deles é o custo real das obras em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. Há uma década, começaram a ser construídas duas unidades de refino de petróleo, para produção de combustíveis e insumos petroquímicos. Ano passado, na esteira de uma crise gerencial e de endividamento, a companhia estatal reduziu o “complexo” a apenas uma refinaria — investimento bilionário e alvo de múltiplos inquéritos por suspeita de corrupção. 
A Petrobras tem ocultado informações sobre seus gastos no Comperj, diz o Tribunal de Contas da União (TCU), cujos auditores atravessaram o segundo semestre de 2014 conferindo a contabilidade do projeto e concluíram: “Não é possível identificar de forma precisa os investimentos totais”, tanto os realizados quanto os necessários à conclusão do empreendimento. A Petrobras informou que prefere não comentar.
A estatal, segundo eles, “não tem divulgado de maneira fidedigna” informações financeiras sobre a obra. As disponíveis são “conflitantes” e não refletem “o total de investimentos já comprometidos” — escreveram, frisando que não há “a preocupação formal” de divulgar dados exatos sobre o Comperj aos investidores, aos ministérios das Minas e Energia e Planejamento, e às comissões de valores mobiliários de Brasil e Estados Unidos.
Exemplificam: em abril de 2014, a Petrobras divulgou um total de investimento no Comperj de US$ 13,5 bilhões, em publicações para investidores — os Planos de Negócios de 2013 e 2014. Confirmou em relatório ao tribunal. 
No mesmo mês, porém, a Petrobras apresentou informe divergente à comissão americana de valores mobiliários (SEC, na sigla em inglês). Conhecido na burocracia como “Formulário 20-F”, é documento da rotina de fiscalização da SEC imposto às companhias com títulos negociados na Bolsa de Nova York. A estatal relatou à SEC os gastos na refinaria assim: “Completamos cerca de 66,3% da construção e investimos US$ 7,6 bilhões”. 
CUSTO É 59,2% SUPERIOR AO DIVULGADO
Diante da incoerência, em maio o TCU pediu as planilhas de investimentos no Comperj. Os auditores constataram outra realidade: “De acordo com a Estratégia Corporativa da Petrobras” — anotaram —, “o conjunto de obras necessárias para que o Trem 1 (primeira unidade) da refinaria entre em operação monta a US$ 21,6 bilhões, e esses investimentos já estariam integralmente comprometidos, contratados”. Os arquivos são datados de dezembro de 2012. 
Significa que, três anos antes, as contratações para a primeira refinaria do Comperj já somavam US$ 21,6 bilhões. Ou seja, 59,2% mais do que a empresa havia informado aos investidores, ao governo e aos órgãos de fiscalização em 2014.
Essa diferença de US$ 8,1 bilhões nas despesas divulgadas, segundo o TCU, tem origem na confusão gerencial que se espraia pela base de dados Sipe — abreviatura de “Seletividade de Investimentos do Plano Estratégico”. Ela é a provedora dos números usados nos papéis oficiais. Seus registros financeiros sobre o projeto em Itaboraí são “desconexos”, “inconsistentes” e “incompletos”, na avaliação do tribunal. 
Quando concluída, a refinaria do Comperj poderá processar 165 mil barris de petróleo por dia. Consideradas as variações nos dados enviados ao TCU e à SEC, é possível concluir que a produção da Petrobras em Itaboraí tanto pode custar US$ 80 mil quanto US$ 130 mil por cada barril de óleo refinado. A diferença de US$ 48 mil expressa a falta de clareza. 
As perdas da Petrobras no Comperj derivam de um padrão gerencial similar ao modelo aplicado na refinaria Abreu e Lima (PE), onde cada um dos 230 mil barris de óleo refinados custará no mínimo US$ 87 mil — acima do dobro da média internacional. Após uma década de gestão submissa a intenso loteamento político, a estatal será proprietária de um par dos mais caros empreendimentos da indústria mundial de petróleo. 
As sequelas da crise são visíveis na Região Metropolitana do Rio. Da ponte sobre a Baía de Guanabara, por exemplo, avista-se um improvisado estacionamento de rebocadores. — Estamos sob uma tempestade perfeita — diz Ronaldo Lima, presidente da Associação das Empresas de Apoio Marítimo. Ele diz que parte dos serviços de apoio à produção de petróleo foi cortada. A estatal nega. Nas ruas de Itaboraí, peões vagueiam atrás de ajuda para receber indenizações de fornecedoras da Petrobras, insolventes e sob investigação.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:04:00

Dilma tenta criar uma "midia paralela" para mentir aos pobres.
Sem poder botar a cara na TV devido aos panelaços e tendo que ser mais detalhista nas explicações tendo em vista que elas não correspondem aos fatos, Dilma e o PT partem para fazer jornalismo paralelo, em vez de comerciais. Quando era para destruir adversários com mentiras na campanha eleitoral, 15 segundos serviam. Agora vão precisar de 'programetes' de três minutos para engambelar o povão. A matéria abaixo é do Estadão.
O governo decidiu adotar nova estratégia para enfrentar o agravamento da crise política. Surpresa com o movimento da oposição para revestir de legalidade a tese do impeachment, a presidente Dilma Rousseff traçou um roteiro de emergência para tirar o governo das cordas. Além de forte ofensiva de marketing, com campanhas na TV para mostrar que o governo não está parado, a reação prevê a "pronta resposta", em contraste com o silêncio dos primeiros meses do segundo mandato, e uma distância regulamentar do PT. 
Dilma reuniu ministros no Palácio da Alvorada, na sexta-feira, e deu a senha para o contra-ataque. Na avaliação do governo, é preciso demonstrar a "total falta de amparo jurídico" no discurso do impeachment e, ao mesmo tempo, criar uma espécie de "cordão sanitário" em torno do Planalto, para proteger a presidente dos sucessivos escândalos de corrupção.
A preocupação dos conselheiros de Dilma é com as suspeitas, alimentadas pela Operação Lava Jato, de que o dinheiro arrecadado pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tenha chegado de alguma forma ao comitê da reeleição. Vaccari foi preso pela Polícia Federal e obrigado a se afastar do cargo.
"Todo o processo de arrecadação financeira foi coordenado por mim e se deu dentro da legalidade", insistiu o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de Dilma, em 2014. "Não houve nada informal."
Na última semana, o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, elevou o tom contra Dilma, aproveitando a prisão de Vaccari, acusado de desviar recursos da Petrobrás para abastecer o caixa do partido. Depois veio a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou irregulares as manobras fiscais feitas pelo governo, de 2013 a 2014. Foi outro prato cheio para a oposição, que tenta colar em Dilma o carimbo do "crime de responsabilidade".
"O candidato derrotado na eleição presidencial está adotando um revanchismo despropositado", disse ao Estado o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, numa referência a Aécio. "Falar em impeachment é mais uma tentativa de manter viva uma chama que não existe, porque não tem vela", ironizou o titular da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams. Questionado sobre ações jurídicas para barrar pedidos com esse teor, Adams respondeu: "Não luto contra fantasmas".
Propaganda 
Para reagir à crise, o governo vai inaugurar, a partir de maio, a temporada de propagandas no rádio, na TV e na internet. Uma delas, com o mote "Ajustar para Avançar", explicará as medidas do ajuste fiscal. Outra campanha, intitulada "Dialoga, Brasil", incentivará a população a escolher as prioridades do governo no Plano Plurianual (PPA). Além disso, o Planalto lançará uma ofensiva regional para divulgar programas sociais bem avaliados, como Minha Casa, Minha Vida."Queremos que a informação sobre nossas ações chegue sem ruídos, para que todos saibam onde o dinheiro dos impostos está sendo gasto", disse Edinho Silva.
Em outra frente, o Planalto iniciará a distribuição dos cargos de segundo escalão aos aliados. Estão na lista cadeiras em estatais e agências reguladoras, como a Anvisa. A articulação política com o Congresso é coordenada pelo vice Michel Temer e será reforçada pelo novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
"Estou pronto para entrar em campo com chuteira, camisa e calção", brincou Alves, que é amigo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A nomeação de Alves, que também comandou a Câmara, foi feita para agradar a Cunha, um desafeto do governo, mas acabou descontentando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Motivo: Vinícius Lages, afilhado de Renan, foi desalojado do Turismo. 
Na operação para apaziguar os ânimos no PMDB, Dilma jantou com Cunha na quinta-feira, no Alvorada. O diagnóstico do Planalto é que sua base de sustentação no Congresso está "instável" e propensa a traições. A força-tarefa para debelar a crise inclui o corpo a corpo no Senado, por onde passará a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fachin.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:46:00

NO O ANTAGONISTA
As provas da tramóia na CGU
Brasil 19.04.15 05:29
O depoimento do delator da SBM para os diretores da CGU foi gravado.
A Folha de S. Paulo, hoje, reproduz trechos do interrogatório.
O que se pode dizer com certeza é que, em 3 de outubro de 2014, a CGU já sabia que a empresa holandesa havia corrompido a Petrobras. O delator da SBM, Jonathan Taylor, disse expressamente:
"Os holandeses me disseram pessoalmente que propinas foram pagas pela SBM para funcionários da Petrobras". 
O que fez a CGU?
Abafou o caso até novembro, depois da vitória eleitoral de Dilma Rousseff. E continua a abafá-lo, porque até agora não obteve nada sobre o assunto.

O homem do impeachment
Brasil 19.04.15 05:13
O ministro Augusto Nardes, do TCU, disse ontem à tarde que Dilma Rousseff deve ser responsabilizada legalmente pelas pedaladas fiscais:
"Existem várias situações de ilegalidade em relação às pedaladas. Já no ano passado havíamos encontrado uma situação muito crítica pelo fato de o Ministério da Fazenda não ter contabilizado algumas operações. E agora constatamos que houve uma série de empréstimos feitos pela CEF e outras instituições que somam mais de 40 bilhões de reais sem uma sustentação legal".
Augusto Nardes é do PP, que corre o risco de ser extinto pela Lava Jato. Cassar o mandato de Dilma Rousseff por causa de suas tramóias fiscais é o melhor caminho para tentar esfriar o inquérito e garantir a sobrevivência de meia-dúzia de parlamentares de seu partido.









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