DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
29 DE JANEIRO DE 2015
O desrespeito com o dinheiro público segue imparável, na Câmara. O atual ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) foi deputado federal pelo PT-RS até 31 de dezembro, quando usou o “cotão” mensal (ou Cota para o Exercício de Atividade Parlamentar) de R$ 37.256 até para beber chope às nossas custas. É rotina. Em dezembro, Vargas pediu reembolso de R$ 31,80 de uma fatia de pizza e a cerveja long neck que a acompanhou. Os comprovantes estão em poder da coluna.
Na mesma linha de desrespeito, o deputado Francisco Tenório (PMN-AL) fez a Câmara ressarcir 4 reais pagos por uma dose de cachaça.
Wandenkolk Golçalves (PSDB-PA) pediu reembolso da “caipifruta” que bebeu para acompanhar uma picanha. Tudo por nossa conta.
Zé Silva (SD-MG) é outro que bebe por nosso conta, como quando fez o contribuinte pagar o vinho Carmen Carmenère que ele “enxugou”.
A verba indenizatória foi criada pelo então presidente da Câmara, Aécio Neves, para mascarar um aumento salarial para os deputados.
A ação civil coletiva proposta por acionistas da Petrobras nos Estados Unidos, na Justiça de Nova Iorque, atesta que o esquema de corrupção conhecido no Brasil como Petrolão “pagou propina a membros do Partido dos Trabalhadores (PT), partido da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.” Uma das provas apresentadas é o testemunho do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa à Justiça Federal.
Graça Foster e os ex-diretores da Petrobras, Sérgio Gabrielli, Renato Duque e Paulo Roberto Costa também são citados na ação.
A ação sustenta que a Petrobras não cumpre há pelo menos 5 anos o Exchange Act e as regras do mercado de ações nos EUA.
Os executivos enrolados no assalto à Petrobras tinham autoridade para dar contratos superfaturados às empreiteiras que queriam, diz a ação.
Insatisfeito com a perda de espaço no governo, senadores do PT ajudam a candidatura de Luiz Henrique (PMDB-SC) à Presidência do Senado contra a reeleição de Renan Calheiros, o candidato de Dilma.
Pretendendo mostrar que “não tem medo dele”, o senador Luiz Henrique esteve ontem no gabinete de Renan Calheiros para comunicar que vai desafiar sua reeleição. E ainda lhe pediu voto.
A TAM faz o mal sem olhar a quem: assim como adiou em 9 horas o vôo São Paulo-Paris, ontem, agora informa a centenas de passageiros, por e-mail, a mudança de data e horário em inúmeros voos domésticos.
…após Dilma sancionar a lei que criou Dia Nacional do Milho, o PT deve estar louco para criar também o Dia do Laranja.

NO DIÁRIO DO PODER
PETROLÃO
EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS, GABRIELLI TEM SIGILOS QUEBRADOS
SUPERFATURAMENTO DE 11.000% FAZ JUSTIÇA QUEBRAR SIGILOS DE GABRIELLI E ANDRADE GUTIERREZ
Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 19:31 - Atualizado às 19:49
Foto: Zeca Ribeiro / Ag. Câmara
Justiça do Rio autoriza quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli (Foto: Zeca Ribeiro/Ag. Câmara)
O ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e sete ex-diretores e ex-gerentes da estatal e da construtora Andrade Gutierrez tiverem sigilos fiscal e bancário quebrados nesta quarta-feira, 28. A decisão foi da 5ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, que deferiu liminar do Ministério Público fluminense. A quebra dos sigilos abrange o período de 2005 a 2010, quando Gabrielli presidiu a Petrobras.
A ação aponta um desvio de R$ 32 milhões em quatro contratos firmados entre a estatal e a Andrade Gutierrez para as obras de construção do Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD) e de ampliação do Centro de Pesquisas (Cenpes) da petrolífera. A denúncia tem como origem uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O MP alega que houve, entre 2005 e 2010, sucessivas e superpostas contratações da Andrade Gutierrez, sobrepreço e superfaturamento de até 11.000% nos contratos e ausência de transparência na seleção da construtora. Apesar de ter sido escolhida por licitação para fazer as obras do CIPD e do Cenpes, a empreiteira Cogefe Engenharia cedeu suas obrigações para a Andrade Gutierrez, que faturou R$ 133 milhões com o negócio. O MP afirma que essa cessão de obrigações não foi devidamente esclarecida.
Dois dos sete ex-funcionários da Petrobras que terão seus sigilos quebrados também são acusados de envolvimento no Petrolão. São eles: Renato Duque, ex-diretor de Engenharia e Serviços, e Pedro Barusco, ex-gerente-executivo de Serviços e Engenharia.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
28/01/2015 às 20:39 
Em 2005, o então presidente Lula assumiu orgulhosamente a paternidade de uma genuína ideia de jerico: instalar José Sérgio Gabrielli no comando da Petrobras. Como registrou o post de 2014 reproduzido na seção Vale Reprise, o palanque ambulante desdenhou dos que discordaram da escolha desastrosa: “Não faltaram pessoas que me diziam assim: o mercado não vai gostar, o mercado vai reagir, é melhor deixar quem está lá”, gabou-se o recordista sul-americano de bravata & bazófia. “Como eu não tenho nenhuma relação de amizade com o mercado, resolvi indicar quem eu queria”.
Quem ele queria era o companheiro baiano que, nesta quarta-feira (28), teve quebrado o sigilo bancário e fiscal de Gabrielli. Até agora, o piloto do naufrágio vinha escapando do mar de corrupção agarrado a ameaças veladas. Caso sentisse a aproximação do afogamento, avisou, afundaria atirando. Convém a Lula rezar para que o afilhado preze o sentimento de gratidão e não esqueça os favores devidos ao padrinho. Se contar tudo o que sabe, o Brasil saberá que Gabrielli virou presidente da empresa devastada pela ladroagem não pela desobediência às leis do mercado, mas pela obediência cega ao chefão que trata a lei a pontapés.

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 2015
(Estadão) A defesa do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, comparou o esquema de corrupção e propinas na Petrobrás ao Mensalão, escândalo que abalou o primeiro governo Lula e culminou com a condenação do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu. Em defesa prévia entregue à Justiça Federal do Paraná, base da Lava Jato, os advogados de Youssef refutaram a acusação de que ele foi o líder da organização criminosa que se instalou na estatal petrolífera e afirmaram que “o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos”.
“Sua participação foi subsidiária às ordens de agentes políticos e públicos os maiores responsáveis pelo esquema que desviou fabulosas quantias dos cofres da Petrobrás visando a manutenção de um projeto de poder bem definido, a vontade de submeter partidos, corromper ideias e subverter a ordem constitucional”, afirma o criminalista Antonio Figueiredo Basto, que coordena o núcleo de defesa do doleiro.
“Embora esse projeto de poder não seja novo, haja vista já ter sido implementado antes em outros órgãos públicos conforme restou provado no julgamento da Ação Penal 470/MG, conhecido como ‘mensalão’, no caso vertente foi superlativo quer pelo requinte dos malfeitos quer pela audácia e desmedida ganância dos agentes políticos, que incrustados no poder fizeram movimentar a máquina pública para atender suas exigências desviando valores vultosos da maior empresa do País a Petrobrás”, sustenta Basto.
O criminalista assegura que Youssef “não tinha poder para determinar o favorecimento de qualquer empresa ou pessoa junto à Petrobrás, somente atuava quando os acertos entre políticos, agentes públicos e empresas já haviam sido premeditados e executados”. “Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório”, destaca a defesa. “Podemos afirmar sem qualquer margem de erro que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos.” 
Basto invoca a delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. “A questão esta cifrada na gestão da Petrobrás. Conforme dito por Paulo Roberto Costa, “réu colaborador”, ele foi “colocado” na Diretoria de Abastecimento com as funções de atender aos pleitos dos partidos da base aliada do governo, PT, PP e PMDB, sendo certo que esses partidos dividiam os valores arrecadados pelo esquema de corrupção na base de 1% a 3%.”
O advogado do doleiro vai além. “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto do dinheiro subtraído dos cofres da Petrobrás ter sido usado para financiar campanhas políticas no legislativo e executivo. Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas.”
Ao final do documento de 86 páginas anexado aos autos da Lava Jato , a defesa do doleiro pede ainda a unificação de todas as ações penais e a nulidade das escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:35:00

Pesquisa do TSE: 76% dos brasileiros querem o fim do voto obrigatório e metade não confia nas urnas eletrônicas.








(Valor) Uma pesquisa encomendada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou o clima de ceticismo do eleitor em relação ao processo político. Clique aqui e baixe a apresentação completa. O levantamento, feito pela empresa Checon, teve 1.964 entrevistas feitas em dezembro e teve caráter tanto qualitativo quanto quantitativo. De acordo com a sondagem, disponível desde ontem na página do TSE na internet, 76% dos pesquisados se disseram contra o voto obrigatório e 55% se mostraram favoráveis às candidaturas avulsas, sem filiação partidária, o que evidencia a descrença na representatividade dos partidos.
O levantamento mostra também que é expressiva a desconfiança do eleitor em relação à segurança das urnas eletrônicas. Dos pesquisados, 38% avaliaram a confiabilidade do sistema com notas de zero a 4. Outros 27% afirmaram que a confiabilidade oscila entre 5 e 7. E apenas 35% afirmaram que a confiabilidade das urnas está acima de 8.
A pesquisa encomendada pelo TSE registrou indícios de que a compra de votos ainda é expressiva. Dos pesquisados, 28% afirmaram ter testemunhado ou tido notícias de compra de votos, enquanto outros 8% preferiram não responder a pergunta. Esta foi parte específica da pesquisa que teve o resultado antecipado pelo jornal "Folha de S. Paulo". A pesquisa busca segmentar o resultado para todos os Estados pesquisados. Na Paraíba, o percentual foi de 39%, com 101 entrevistas locais. No Rio de Janeiro, com 105 entrevistas, ficou em 23%. O caso extremo foi Roraima, com 71%, mas com amostragem extremamente reduzida, de apenas dezessete entrevistas.
Ao responderem a um questionário sobre qual "o recado" que gostariam de mandar para o TSE, 14% apontou o fim do voto obrigatório, 7% pediram mais controle sobre a segurança da urna e 5% reivindicaram transparência na apuração e aplicação da Lei da Ficha Limpa.
A eleição presidencial no ano passado, a mais acirrada desde o retorno da redemocratização, teve pela primeira vez um pedido de auditoria na contagem de votos por parte da candidatura perdedora no segundo turno. O PSDB, tendo por base notícias esparsas em redes sociais, levantou dúvidas sobre a totalização dos votos, que deram a vitória para a presidente Dilma Rousseff por três pontos percentuais de diferença. O TSE autorizou o partido a ter acesso às urnas do segundo turno.
No dia da diplomação da presidente como reeleita, representantes do PSDB pediram formalmente a cassação do registro de candidatura de Dilma, alegando irregularidades durante a campanha e solicitaram que o perdedor fosse proclamado presidente eleito. O presidente do TSE, José Antonio Dias Toffoli, em um pronunciamento contundente horas mais tarde, afirmou que não iria permitir "um terceiro turno". "As eleições de 2014, para o Poder Judiciário, são uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que os especuladores se calem", disse na ocasião Dias Toffoli.
A finalidade principal da pesquisa era medir o grau de "recall" das campanhas publicitárias feitas pelo TSE para estimular o eleitorado a comparecer às urnas. O grau de lembrança das peças publicitárias foi alto, acima de 70%.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:16:00

Mantega queria abafar rombo da Petrobras. Conselheiros ameaçaram denunciar estatal na CVM, se perdas de R$ 88,6 bi não fossem divulgadas.
(Valor) R$88,6 bilhões é a cifra que os brasileiros devem ter em mente, a partir de agora, para avaliar o tamanho do problema provocado pela gestão da Petrobras nos últimos anos - não apenas por corrupção, mas também por ineficiência, orientação política e risco do próprio negócio. Esse número foi apurado após um pente-fino em 52 empreendimentos da estatal que tiveram como fornecedores empresas citadas na Operação Lava-Jato. O valor foi obtido a partir de um estudo individual de cada ativo, como se não fizessem parte da mesma companhia. Portanto, ele exclui as sinergias da operação conjunta - fato que pode levar a uma redução do ajuste e, num extremo pouco provável, torná-lo desnecessário.
A partir desse número, a diretoria da Petrobras terá de chegar a um entendimento com sua auditora, a PricewaterhouseCoopers, sobre o efetivo ajuste nas demonstrações financeiras - se ele será feito e qual seu montante. Os R$ 88,6 bilhões representam a diferença entre o valor pelos quais os ativos estão registrados no balanço da Petrobras e o preço que um terceiro aceitaria pagar por eles, conceito conhecido como "valor justo".
A divulgação dessa cifra bilionária dominou as discussões da reunião do conselho da Petrobras, presidida pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, na segunda feira (26), que durou quase dez horas. O Valor apurou que representantes do governo não queriam inicialmente divulgar o número, ainda não definitivo. Os conselheiros independentes ameaçaram denunciar o caso à CVM e renunciar aos cargos caso o dado não fosse divulgado. A decisão de informar prevaleceu, porque a cifra, apurada nas avaliações de duas empresas independentes - Deloitte e BNP - foi considerada, ao final, um "fato relevante". A Petrobras espera publicar seu balanço completo, auditado, no fim de maio.
O Valor também apurou que a presidente da estatal, Graça Foster, deve ser substituída quando ficar claro que ela não teve envolvimento no esquema de corrupção. Na avaliação do Planalto, o afastamento de Graça, neste momento, poderia deixar dúvidas sobre sua participação nas irregularidades.
Investidores se decepcionaram com o fato de a Petrobras não ter realizado a tão aguardada baixa contábil em seu balanço e venderam ações da estatal, que lideraram a lista de baixas de ontem na bolsa de São Paulo - Petrobras PN caiu 11,2% e ON, 10,47%. Em nota, o presidente da gestora americana Aurelius Capital Managment, Mark Brodsky, afirmou que a empresa corre o risco de entrar em default técnico.
Para compartilhar esse conteúdo, por favor, utilize o link http://www.valor.com.br/empresas/3883596/r-88-bi-cifra-que-abala-petrobras ou as ferramentas oferecidas na página. 
POSTADO POR O EDITOR ÀS 05:58:00

Enquanto Dilma defende as empreiteiras corruptas, o juiz Moro adverte que só o rompimento de todos os contratos pode impedir a continuidade da roubalheira.
SÈrgio Fernando Moro
Ontem (28) Dilma defendeu que as empresas não devem ser punidas. Sérgio Moro, o Juiz da Lava Jato, tem posição diametralmente oposta.
(Estadão) Em ofício ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) no qual sustenta a necessidade de manter o decreto de prisão preventiva dos executivos da empreiteira OAS o Juiz Federal Sérgio Moro (foto), que conduz todas as ações da Operação Lava Jato, disse que “a única alternativa eficaz” para afastar o risco à ordem pública seria suspender todos os contratos com a Petrobras e com todas os outros setores da administração pública.
Ao todo, cinco executivos da OAS estão presos na carceragem da PF em Curitiba (PR). A empreiteira é suspeita de integrar cartel que tomou o controle de contratos bilionários na Petrobras. Ao decretar a prisão dos executivos, o juiz Moro alegou risco à ordem pública. Os advogados dos empresários entraram com habeas corpus no STJ pedindo revogação da ordem de prisão, alegando que eles se afastaram do comando da empresa. 
Nos ofícios encaminhados ao STJ referentes a cada réu, Moro assinala que “não é suficiente” o afastamento do acusado da empreiteira. Para o Magistrado da Lava Jato, “não há como controlar ou prevenir a continuidade da interferência dele na gestão da empresa ou dos contratos”. 
“A única alternativa eficaz para afastar o risco à ordem pública seria suspender os atuais contratos da OAS com a Petrobras e com todas as outras entidades da administração pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos. Somente dessa forma, ficaria afastado, de forma eficaz, o risco de repetição dos crimes”, assinalou o juiz. 
“Entretanto, essa alternativa não é provavelmente desejada pelo acusado ou por sua empresa e teria, sem cautelas, impactos negativos para terceiros, como demais empregados e para aqueles dependentes ou beneficiados pelas obras públicas em andamento”, anotou Sérgio Moro em relação a cada um dos réus.
O Juiz Federal adverte que “grande parte do esquema criminoso permanece ainda encoberto, sem que se tenha certeza de que todos os responsáveis serão identificados e todo o dinheiro desviado recuperado”.
“A prisão cautelar do paciente se impõe, lamentavelmente, para prevenir a continuidade do ciclo delituoso, alertando não só a ele, mas também à empresa das consequências da prática de crimes no âmbito de seus negócios com a Administração Pública”, observou o Juiz.
“Necessário, infelizmente, advertir com o remédio amargo as empreiteiras de que essa forma de fazer negócios com a Administração Pública não é mais aceitável – nunca foi, na expectativa de que abandonem tais práticas criminosas”, argumentou Sérgio Moro.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 00:15:00

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
29/01/2015 às 6:53
O Juiz Sérgio Moro é, de fato, meritíssimo, no tratamento e no superlativo. Mas mesmo ele pode errar, não é? E o erro de um homem cheio de méritos pode ter mais importância do que o do erradio contumaz.
Admiro Sérgio Moro, mas não os seus erros. Vamos ver.
A defesa dos diretores da OAS tentou tirar seus clientes da cadeia, onde estão em regime de prisão preventiva. O Superior Tribunal de Justiça pediu a Moro que detalhasse os motivos por que Agenor Franklin Magalhães Medeiros, José Ricardo Nogueira Breghirolli, José Adelmario Pinheiro Filho e Mateus Coutinho de Sá devem continuar presos. O juiz enviou, então, ao STJ cópias de depósitos milionários da OAS em contas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, que teriam sido usadas para lavagem de dinheiro. Os depósitos, diz Moro, são antigos, mas indícios de que o esquema vigorou até 2014.
Ok. O Juiz poderia ter parado por aí. Mas não. Foi muito além de suas sandálias e emendou um troço absurdo. Prestem atenção: “A única alternativa eficaz para afastar o risco à ordem pública seria suspender os atuais contratos da OAS com a Petrobras e com todas as outras entidades da Administração Pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos. Somente dessa forma, ficaria afastado, de forma eficaz, o risco de repetição dos crimes. Entretanto, essa alternativa não é provavelmente desejada pelo acusado ou por sua empresa e teria, sem cautelas, impactos negativos para terceiros, como demais empregados e para aqueles dependentes ou beneficiados pelas obras públicas em andamento”.
Moro reconhece, como se vê, que a sua alternativa acabaria desempregando muita gente e punindo inocentes. Logo, saída não é. Confesso que, para mim, não está claro por que os diretores da OAS, se determinados a delinquir, não podem fazê-lo mesmo dentro da cadeia. Eles têm todas as condições de passar instruções a terceiros se quiserem. Mas esse não é o ponto que me incomodou.
O juiz estabelece o preço para libertar os empresários: a extinção de todos os contratos da OAS com o Setor Público, em qualquer esfera. Olhem aqui: um erro é um erro. A condição imposta por Moro seria uma pena extrajudicial para conceder um habeas corpus de uma prisão que ainda é preventiva. Lamento: esse particular não é um bom exercício do Direito. Mais: não entendi por que a OAS teria de ser obrigada a suspender todos os seus contratos com o Setor Público, mas a Petrobras, que centralizou a corrupção, não está obrigada a suspender todos os seus contratos com o Setor Privado.
Não conheço os diretores da OAS. Nunca os vi mais gordos. Se um décimo do que se noticiou até agora for verdade, a empresa enfiou o pé na jaca. Que os responsáveis paguem por seus crimes. Mas não posso condescender com antecipação de pena, determinada de forma extrajudicial e aplicada a pessoas em prisão preventiva. Não posso condescender com uma exigência que puniria inocentes em larga escala. Não posso condescender com esse viés, já apontei aqui, que transforma as empresas privada em vilãs, mas que preserva a Petrobras.
Que todos os culpados paguem pelo que fizeram na forma da lei. Mas na forma da lei. Não valeria a pena jogar fora o estado de direito nem que fosse para caçar bandidos. Parece que o Juiz dispõe de argumentos para manter o seu ponto de vista sem ter de apelar para saídas heterodoxas.

28/01/2015 às 21:01
Então… Sabem quanto custou, em valor de mercado, só nesta quarta (28), a despencada das ações da Petrobras? R$ 13,9 bilhões. Caiu de R$ 128,7 bilhões para R$ 114,8 bilhões. Em 2010, segundo a Bloomberg, a estatal valia R$ 380,2 bilhões. Querem pôr a coisa de outro modo? Pois não! Em quatro anos, R$ 265,4 bilhões foram para o ralo, o que corresponde a 2,3 vezes o que a empresa vale hoje. Parece-me que isso diz muito do modo petista de fazer as coisas.
A operação de divulgação do balanço não poderia ter sido mais desastrada. A expectativa no mercado era imensa. As apostas sobre as perdas variavam de US$ 5 bilhões a US$ 20 bilhões. O comando da empresa, sob a liderança de Graça Foster, resolveu não fazer nada e ainda acusar, o que soou como acintoso, lucro.
Se a empresa tivesse admitido o prejuízo pelo topo, talvez as ações tivessem caído, como consequência, algo em torno de 11%. Como a direção da estatal resolveu enfiar a cabeça no buraco e fazer de conta que nada aconteceu, as ações… caíram algo em torno de 11%.
R$ 265,4 bilhões, até agora, só na Petrobras. É o custo PT.

NO O ANTAGONISTA
N de Nestor
Brasil 29.01.2015
É espantoso que Nestor Cerveró, preso pela Lava Jato e acusado de desviar milhões de reais da Petrobras, ainda pense em preservar sua imagem, impedindo que uma fábrica de máscaras de Carnaval reproduza seu rosto. Mas ele é um homem cheio de dengos. A PF apreendeu em seu apartamento um documento listando a compra na Amsterdam Sauer de 98 diamantes redondos e uma jóia em ouro amarelo com a letra N, de Nestor. 
A PF apreendeu também, segundo a Folha de S. Paulo, uma carta de 2012 em que Cerveró disse que não aceitaria a "pecha de ter sido o causador único do desastre" de Pasadena. A única maneira de evitar essa pecha é contar quem participou com ele da roubalheira. Se ele fizer isso, pode ter a chance de, um dia, sair da cadeia e pavonear aquele N pelas ruas do Rio de Janeiro.
 
N de ouro amarelo

Não vai ter Olimpíada
Brasil 29.01.2015
Sérgio Moro disse o que tinha de ser dito: as empreiteiras incriminadas na Lava Jato devem ser imediatamente afastadas de todas as obras públicas.
A Folha de S. Paulo, hoje, mostra que o governo, em vez de seguir o caminho recomendado por Sérgio Moro, faz o exato contrário. Dos R$ 37,7 bilhões previstos para as obras da Olimpíada, as empreiteiras envolvidas na Lava Jato vão embolsar R$ 27,5 bilhões. Ou 73% do total.
O pastor da Igreja Universal que assumiu o ministério dos Esportes, George Hilton, e o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff que vai assumir a Autoridade Pública Olímpica, Edinho Silva, devem estar felizes. Mas o Estado, além de se tornar cúmplice, mais uma vez, das empreiteiras corruptoras, terá uma penca de obras inacabadas pelas mãos, porque muitas dessas empresas vão falir nas próximas semanas ou nos próximos meses.
A OAS já deu dois calotes e teve sua nota rebaixada pela Moody's para D - ou Default. A Odebrecht perdeu o grau de investimento. A Andrade Gutierrez está no patamar de Angola. A Queiroz Galvão e a Mendes Junior despencaram.
Quantas delas sobreviverão à Lava Jato é incerto. O que se sabe, desde já, é que elas não podem ganhar mais um tostão de dinheiro público. E que, desse jeito - repetindo o bordão da Copa do Mundo -, não vai ter Olimpíada.


 
Rio 2016 na lama


Sergio Moro fala nos autos. Leiam e divulguem
Brasil 28.01.2015
Um juiz só deve falar nos autos: o bordão deveria ser seguido à risca, mas no Brasil só se seguem as linhas tortas. Sergio Moro, contudo, é exceção. Imperturbável, técnico, avesso ao histrionismo, ele é o exato contrário de Joaquim Barbosa, que perdeu a admiração de boa parte dos brasileiros com a mesma velocidade com que a ganhou.
À frente de um bravo pelotão da Justiça Federal do Paraná, Sergio Moro vem desenrolando o maior escândalo da história do Brasil, inclusive a futura, arriscaríamos dizer, com alguma esperança. Por isso mesmo, vem sendo bombardeado por advogados, no interior do Judiciário venal (O Antagonista sabe e um dia dará os nomes) e pela imprensa petista, tanto a comprada com o dinheiro público como a vendida à ideologia.
Um juiz só deve falar nos autos, e Sergio Moro o fez hoje, naquela que foi a declaração mais importante do dia. Depois de Dilma Rousseff, a ex-guerrilheira de esquerda, dizer de maneira atabalhoada e oblíqua que as empreiteiras envolvidas no escândalo precisam ser preservadas, o comandante da Operação Lava Jato lavou a nossa alma ao responder ao Superior Tribunal de Justiça sobre a necessidade de manter presos os executivos da OAS. Extraímos dois momentos da fala de Sergio Moro, sempre nos autos: 
a) "A falta de reação institucional diante de indícios da prática sistemática e duradoura de graves crimes contra a Administração Pública mina a confiança da sociedade na integridade da lei e da Justiça. Os problemas se avolumam e os custos para sua resolução se tornarão cada vez mais maiores."
b) "A única alternativa eficaz para afastar o risco à ordem pública seria suspender os atuais contratos da OAS com a Petrobras e com todas as outras entidades da Administração Pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos. Somente dessa forma, ficaria afastado o risco de repetição dos crimes. Entretanto, essa alternativa não é provavelmente desejada pelo acusado ou por sua empresa e teria, sem cautelas, impactos negativos para terceiros, como demais empregados e para aqueles dependentes ou beneficiados pelas obras públicas em andamento."
Sereno, irônico, direto, sem prosopopeias — assim é Sergio Moro.

O sujeito de 97 milhões de dólares se enrola mais
Brasil 28.01.2015
Pedro Barusco, ex-gerente-executivo de Serviços e Engenharia da Petrobras, enrolado no Petrolão, foi outro a ter os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça do Rio de Janeiro, no caso da lambança com a Andrade Gutierrez.
Barusco é aquele sujeito que conseguiu juntar com o esforço do seu trabalho 97 milhões de dólares.

Homem de Dirceu também tem os sigilos quebrados
Brasil 28.01.2015
Entre os ex-funcionários da Petrobras que tiveram o sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça do Rio de Janeiro, está Renato Duque, o homem de José Dirceu no Petrolão.

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