DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O vazamento do Listão do Petrolão, ontem (19), foi “seletivo”, segundo definiu um destacado integrante do Ministério Público Federal. Ele garantiu que há pelo menos outros dez nomes a serem acrescentados aos 28 políticos destinatários de parte do dinheiro roubado da Petrobras. Entre os que não aparecem na lista, diz esse procurador, que não cita nomes, há um governador a ser reempossado no dia 1º.
O vazamento parcial evitará qualquer ação de nulidade, na medida em que o Listão do Petrolão jamais será confirmado oficialmente.
O vazamento foi recebido como “gentileza” do MPF a Dilma, que já não corre o risco de “desconvidar” ministros incriminados na Lava Jato.
O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) nega conexão ao Petrolão. Fez chegar isso a Dilma, ontem, de novo. Mas não escapará da degola.
O listão do Petrolão, com os 28 políticos suspeitos de envolvimento no Petrolão, deu o pretexto que Dilma sonhava para se livrar da pressão de partidos aliados pela nomeação de ministros. O PMDB foi o mais prejudicado com o vazamento: Henrique Alves (RN) já foi descartado, assim como Sérgio Cabral (RJ). E o presidente do Senado, Renan Calheiros, perdeu força como o mais influente dos padrinhos políticos.
Agora que Renan Calheiros enfrenta turbulências, apadrinhados como o ministro Vinícius Lages (Turismo) podem não continuar no governo.
Outro que perde força para indicar ministro ou ser ele próprio nomeado é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), citado na Lista do Petrolão.
A MP 656, aprovada na calada da madrugada de quarta (17) na Câmara, atende interesses empresariais, regulatórios, financeiros, etc, sem relação com o tema original: PIS/Pasep. E prevê isenção de impostos para as montadoras de carros Caoa Hyundai e Mitsubishi até 2019.
A ex-gerente Venina Velosa, que cansou de advertir a direção da Petrobras sobre a bandalheira instalada na empresa, ouviu ao telefone ameaças do tipo “Você está mexendo com gente grande…”.
Além de ameaças a ela e à filha, Venina Velosa contou que se viu com uma arma apontada para sua cabeça. Que tipo de gente faz isso? O que matou o ex-prefeito Celso Daniel como queima de arquivo.
Citado no Listão do Petrolão, o ex-governador Sérgio Cabral não deu as caras ontem em almoço da bancada do PMDB, no Rio, com o líder Eduardo Cunha, que faz campanha pelo comando da Câmara.
Parlamentares aliados do governo temem que Dilma decida esperar agora por outra lista, até mais substancial, dos delatados pelo megadoleiro Alberto Youssef, para só então anunciar novos ministros.
Empresários do Amazonas acham que a retomada das relações entre americanos e cubanos poderá servir, mais adiante, como rota do escoamento da produção do polo de Manaus para os Estados Unidos.
Com o número espantoso de políticos enrolados no Petrolão, que pode chegar a 70, se gritar “pega!” vai sobrar um?

NA COLUNA DIÁRIO DO PODER
RESPEITO AO DINHEIRO PÚBLICO
PEDRO SIMON DEVOLVE AO SENADO O VALOR DE R$ 1,4 MILHÃO
O SENADOR ESCLARECEU QUE PREFERIU FAZER A ECONOMIA DESSES RECURSOS PÚBLICOS PARA O SENADO
Publicado: 19 de dezembro de 2014 às 20:51
  Pedro Simon também foi responsável pela suspensão de um gasto com veículos (Foto: Cristina Gallo/ Agência Senado)
Pedro Simon também foi responsável pela suspensão de um gasto com veículos (Foto: Cristina Gallo/ Agência Senado)
O senador Pedro Simon, num de seus últimos gestos antes de deixar o Senado, devolveu à instituição R$ 1,4 milhão, verba referente a créditos de passagens aéreas. Pelas regras atuais da Casa, o senador poderia ter transformado os recursos em crédito junto às companhias aéreas, para utilização futura.
Ao justificar a iniciativa, esclareceu que preferiu fazer a economia desses recursos públicos para o Senado. Pedro Simon também foi responsável pela suspensão de um gasto com veículos, conseguindo a suspensão de contrato de aquisição de um automóvel oficial para cada senador utilizar em seu Estado.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
19/12/2014
 às 18:32 \ Direto ao Ponto
Não batem bem da cabeça devotos de uma seita que tem em Lula seu único deus, enxerga em FHC um demônio disfarçado de sociólogo e debita na conta da elite golpista (entidade formada exclusivamente por loiros de olhos azuis) todos os males do Brasil, passados, presentes e futuros. Só mentes em desordem conseguem berrar amém a todas as cantilenas cafajestes dos celebrantes de missas negras, concebidas para ensinar que, como os fins justificam os meios, não existem pecados nem abaixo nem acima da linha do Equador. Só ovelhas com defeitos de fabricação insanáveis podem ser tão subservientes a sinuelos sem siso e pastores sem vergonha.
Nada que venha de gente assim deveria surpreender brasileiros ajuizados. Mas o rebanho não para de expandir as fronteiras da vigarice e do oportunismo com manifestações de idiotia que surpreendem seres normais. O surto da semana foi provocado pela iminente normalização das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, tema da reportagem de capa de VEJA. Para o início do carnaval temporão da companheirada, bastou que o presidente dos EUA prometesse lutar pela imediata suspensão do bloqueio econômico ─ uma velharia que, se a decisão da Casa Branca for aprovada pelo Congresso, enfim descansará em algum museu da Guerra Fria.
Na terça-feira (16), os stalinistas de galinheiro que rosnam por aqui continuavam sonhando com a destruição do imperialismo ianque e a globalização da maravilha comunista inaugurada pelo ditador de Adidas e aperfeiçoada pelo caçula mais velho do Planeta. Na quarta, todos os adoradores da ilha-presídio festejaram o noivado de Barack Obama com Raúl Castro. De um dia para o outro, o que era o Grande Satã norte-americano virou o vizinho que todo país pede a Deus. Nada como a reconciliação entre o socialismo revolucionário e o capitalismo selvagem para abrir um sorriso de orelha a orelha na cara de todo marxista de galinheiro.
Nos anos 50, quando Fidel Castro lutava pelo poder, havia em Cuba um ditador cleptocrata a derrubar, uma economia asfixiada pela monocultura da cana e prostitutas demais em Havana. Na segunda década do século 21, há prostitutas demais na ilha inteira, um oceano de canaviais asfixiando a economia e uma ditadura comunista a sepultar. Vai cair de madura com o fim do bloqueio. Acabou o prazo de validade da última desculpa para as misérias da ilha algemada desde 1959 pela hegemonia dos liberticidas.
Os cubanos não demorarão a descobrir que o inferno capitalista é infinitamente mais agradável que o paraíso dos irmãos Castro. Se a ditadura resolver enquadrar os seduzidos pelo mundo civilizado, ninguém terá de fugir de Havana e enfrentar a perigosa travessia do Caribe. A embaixada americana estará logo ali.

19/12/2014
 às 15:39 \ O País quer Saber
O blog Impávido Colosso, nosso vizinho aqui no site de VEJA, apresentou mais cinco provas de que o Petrolão já é o maior escândalo político policial da história do Brasil. Confira aqui.

NO BLOG DO CORONEL
Saiu o primeiro listão de políticos do Petrolão: 28 são beneficiários na delação premiada de Paulo Roberto Costa.

Primeiro delator da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa citou em 80 depoimentos que se estenderam por duas semanas, entre agosto e setembro, uma lista de 28 políticos (clique na imagem para ampliar) – que inclui ministro e ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT), deputados, senadores, governador e ex-governadores.
O Estado obteve a lista completa dos citados. A relação inclui ainda parlamentares que integram a base aliada do Palácio do Planalto no Congresso como supostos beneficiários do esquema de corrupção e caixa 2 que se instalou na petrolífera entre 2004 e 2012.
Há nomes que até aqui ainda não haviam sido revelados, como o governador do Acre, Tião Viana (PT), reeleito em 2014, além dos deputados Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS). Entre os congressistas, ao todo foram mencionados sete senadores e onze deputados federais.
O perfil da lista reflete o consórcio partidário que mantinha Costa no cargo e contratos bilionários da estatal sob sua tutela – são 8 políticos do PMDB, 10 do PP, 8 do PT, 1 do PSB e 1 do PSDB. Alguns, segundo o ex-diretor de Abastecimento, recebiam repasses com frequência ou valores que chegaram a superar R$ 1 milhão – dinheiro que teria sido usado em campanhas eleitorais. Outros receberam esporadicamente – caso, segundo ele, do ex-senador Sérgio Guerra, que foi presidente nacional do PSDB e em 2009 teria pedido R$ 10 milhões para arquivar uma CPI da Petrobrás no Senado.
Sobre vários políticos, o ex-diretor da estatal apenas mencionou o nome. Não revelou valores que teriam sido distribuídos a eles ou a suas agremiações. Foram citados os ex-governadores do Rio Sérgio Cabral (PMDB), do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) e de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) – que morreu em um acidente aéreo em 13 de agosto, durante campanha presidencial.
Primeiro escalão 
A lista inclui também o ex-ministro Antonio Palocci (PT), que ocupou a Esplanada nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma; os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o atual ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e ex-ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Mário Negromonte (Cidades).
Os 28 nomes são exclusivamente de políticos que teriam sido beneficiários dos negócios da diretoria de Costa. A Polícia Federal e a Procuradoria da República trabalham com outros nomes de políticos que se relacionavam com os ex-diretores da estatal Renato Duque (Serviços) e Internacional (Nestor Cerveró).
As revelações foram feitas em depoimentos prestados por Costa à força tarefa da Lava Jato e fazem parte do acordo de delação premiada firmado pelo ex-diretor com o Ministério Público Federal em troca de redução da pena. Desde que sua delação foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal, ele cumpre prisão em regime domiciliar, no Rio.
Alguns nomes dessa lista também aparecem na relação fornecida pelo doleiro Alberto Youssef, que firmou acordo semelhante – ainda não homologado pelo ministro Teori Zavascki, do STF. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciar os envolvidos no esquema de desvios da estatal em fevereiro, quando tem início a nova legislatura (mais informações no texto abaixo).
A delação do ex-diretor da Petrobrás, já homologada pelo Supremo, estava com Janot desde novembro. Ele aguarda o teor do depoimento de Youssef para cruzar os nomes citados, o que deverá ser realizado até o início da próxima legislatura.
Foro
Na troca da composição do Congresso, alguns dos citados perdem foro privilegiado e passam a ser julgados pela Justiça de primeira instância. Por decisão do ministro Teori Zavascki, as investigações permanecem divididas entre a Suprema Corte e a Justiça Federal no Paraná, onde serão investigados os acusados que não têm mandato.
A lista de 28 nomes foi revelada por Costa exclusivamente no âmbito da delação premiada. Como são citados políticos com foro privilegiado, o caso foi parar no STF. Em depoimentos à primeira instância da Justiça Federal, o ex-diretor da Petrobrás não falou de políticos, mas citou que o PP, o PMDB e o PT recebiam de 1% a 3% sobre o valor dos contratos da estatal para abastecer caixa de campanha.
A investigação desvendou uma trama de repasses a políticos na estatal. A Lava Jato foi desencadeada em março e identificou a parceria de Costa com o doleiro Youssef. Na última fase da operação, deflagrada em 14 de novembro, foram presos os principais executivos e dirigentes das maiores empreiteiras do País, todos réus em ações penais por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, crimes de cartel e fraudes a licitações. (Estadão)

Petrolão: todos sabiam! Venina acusa e entrega provas ao MPF em depoimento.
A ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca (foto), que prestou depoimento durante cinco horas ao Ministério Público Federal em Curitiba, contou que está sendo ameaçada e entregou milhares de documentos, como emails e relatórios internos de auditoria à força tarefa de procuradores que investiga o cartel de empresas e o desvio de dinheiro de obras da estatal. Segundo o advogado Ubiratan Mattos, que representa Venina, ela reafirmou que toda a diretoria da Petrobras sabia das irregularidades, incluindo Graça Foster, e os documentos devem ajudar a força tarefa nas investigações. 
Mattos explicou que Venina decidiu ajudar nas investigações depois de ver seu nome incluído entre os responsáveis pelas irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, ao lado de Pedro Barusco Filho, da diretoria de Engenharia e Serviços, que mantinha contas no exterior a serviço do esquema. Barusco é ligado a Renato Duque e assinou acordo de delação premiada para minimizar punição, além de se prontificar a devolver cerca de R$ 100 milhões mantidos fora do país. - A vilã não é Venina. Ela está do lado da ética e sempre denunciou internamente. A diretoria toda sempre soube, incluindo a Graça (Foster) - disse Mattos. 
O advogado afirmou que Venina passou a ser intimidada por telefone após a primeira denúncia, com recados como "você está mexendo com gente grande". - Havia um processo de desconstrução da imagem da Venina. Colocar o nome dela ao lado de Pedro Barusco é um absurdo - afirmou Mattos. ( O Globo)

O discurso mentiroso do PT, o partido que criou e mantém o Petrolão, mas que fala como se o maior esquema de corrupção do país não tivesse sido criado por ele.
Rui Falcão com Dilma e Lula: "o PT não é uma organização de santos". Sim, é uma organização de muitos bandidos!
É de um cinismo sem precedentes a entrevista concedida pelo presidente do PT, Rui Falcão, ao jornal Valor Econômico de hoje. A começar pela seguinte declaração: "nós nunca dissemos que éramos uma organização de santos". Nem precisava dizer. O país inteiro, depois do Mensalão, sabe que o PT é uma "organização criminosa", segundo definiu a procuradoria geral da República. E uma "organização criminosa" que continuou atuando, criando o Petrolão, um esquema de roubo sem precedentes que está quebrando a Petrobras. 
Nas mãos mafiosas do PT, a empresa perdeu mais de R$ 600 bilhões do seu valor. Vale pouco mais de R$ 100 bilhões. E deve mais de R$ 300 bilhões. Está quebrada. Desacreditada. Roubada, novamente, pelas maiores lideranças políticas desta"organização criminosa", conforme divulgado hoje pelo jornal Estado de São Paulo.
Leiam a declaração que Rui Falcão deu ao Valor sobre a roubalheira na Petrobras:
Eu acho (que a crise da Petrobras está se estendendo muito). Eu estou preocupado com esse patrimônio que representa 13% do PIB brasileiro e que foi vitima de um processo de corrupção que se arrasta por décadas, que tem contribuído para todo tipo de especulações, com outros interesses. Todos nós estamos de acordo. O PT soltou uma nota pedindo apuração até as últimas consequências, punição aos corruptos e corruptores, mas pedindo para preservar a empresa. A Petrobras propiciou o renascimento da indústria naval, que de 5 mil empregos tem mais de 100 mil empregados hoje, tem uma política de conteúdo nacional que cria uma reação em cadeia inclusive para o desenvolvimento industrial do país. Mas a empresa está em risco por causa da especulação, porque há interesses de acabar com o regime de partilha, a exclusividade da Petrobras e com a política de conteúdo nacional. No paralelo, se você torna inidôneas todas as grandes empresas que são fornecedoras ou prestadoras de serviço da Petrobras, não terá outro caminho a não ser trazer grandes empresas do exterior pra cá. Trazer as sete irmãs pra cá para dividir as concessões.
Esta declaração contém tanta esperteza e tanta mentira que choca qualquer brasileiro honesto. Primeiro, a tentativa de dizer que o Petrolão não é uma criação do PT. É a velha tática de culpar a oposição dos crimes lesa pátria que o petismo comete e cometeu.
Dizer que o PT quer investigação depois de ontem, quando os petistas Humberto Costa e Gleisi Hoffmann, juntamente com os peemedebistas Renan Calheiros e Romero Jucá, reuniram-se a portas fechadas para combinar o resultado de uma CPI mista no Senado, que aprovou um relatório onde não culpa nenhum político? É muita falta de vergonha na cara! É um acinte!
Renascimento da indústria naval? Ora, estes navios e plataformas produzidas no Brasil causaram tremendos prejuízos ao país, seja por custarem o dobro, seja por gerarem um propinoduto sem precedentes, como é o caso P-57, amplamente denunciado na Operação Lava-Jato, que fez com o que o MPF indiciasse, no Rio de Janeiro, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Esta "indústria naval" está parada, demitindo milhares de empregados porque a Petrobras não paga as contas e porque os seus donos estão na cadeia.
É nauseante ver o presidente do PT tentando faturar em cima do nacionalismo, quando o seu partido roubou desavergonhadamente esta empresa que era o maior patrimônio nacional até que o seu partido colocou as mãos criminosas em cima dela. O regime de partilha nada mais é do que a perpetuação do propinoduto em toda a exploração do pré-sal. Se a Petrobras participa da exploração, o PT e seus aliados podem continuar metendo a mão nas compras, na definição dos preços do óleo, na manipulação das licitações, como a Operação Lava Jato está comprovando a cada dia, em novas descobertas e novas denúncias.
A empresa não está em risco por causa da especulação, conforme declara o cínico Rui Falcão. Ela está quebrando porque o seu partido, o PT, segundo a delação premiada de vários envolvidos, montou um imenso esquema de corrupção dentro da estatal. Há nomes. Há documentos. Há testemunhas. Há montanhas de provas. Há centenas de milhões comprovadamente roubados para manter o projeto petista de poder. E para enriquecer seus próceres. O tesoureiro do PT será novamente indiciado. Será condenado. Será mais um tesoureiro do PT a ir para o fundo de uma penitenciária. 
Mas o que mais choca é a defesa que Rui Falcão faz dos corruptores. Das empreiteiras que pagaram as campanhas e a compra da base aliada no Congresso. E o faz porque enxerga neles apenas os doadores do seu partido. Os seus financiadores. Os fornecedores dos meios financeiros para que a "organização criminosa" chamada PT continue existindo, quando o certo seria que fosse fechada e colocada fora da lei, de uma vez por todas. Qual o problema de empresas multinacionais trazerem decência aos negócios da Petrobras, se o BNDES cria multinacionais para atuar em outros países, à custa de falta de capital para investir no Brasil? Ou o PT também montou algum propinoduto ainda desconhecido nestas obras internacionais?

Oposição deve ao país um balanço da Copa.
Final de ano é época de balanço. O fiasco dentro do campo não pode fazer com que esqueçamos o fracasso da Copa do Mundo para a economia do país. E a Oposição deve ter coragem de fazer este balanço didático e pedagógico. É preciso deixar gravado na memória dos brasileiros a corrupção sem freios que chegou a superfaturar o Mané Garrincha, em Brasília, em mais de R$ 400 milhões, segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal. É preciso deixar registrado para a história a promessa das obras que não foram feitas, mais aquelas que não foram finalizadas, além das várias que tiveram seus preços inflados pela corrupção. Mas há outras mentiras como a de que haveria um enorme ganho com a movimentação turística. Pois bem. Mesmo recebendo um milhão a mais de turistas, que deixaram aqui U$ 2,5 bilhões segundo estimativas nunca fechadas, esta conta continua aumentando o seu déficit. Em novembro, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora com o que os estrangeiros gastaram aqui dentro fechou com U$ 17,1 bilhões de saldo negativo, contra U$ 16,6 bilhões em novembro de 2013. No ano da Copa, o prejuízo já aumentou em U$ 500 milhões! Diante da magnitude deste número, vemos o quanto este evento foi inócuo e o quanto de lorota havia nos estudos da FGV, Sebrae e Ministério do Turismo. A Oposição tem a obrigação de contar a história real da Copa do Mundo, no que se refere ao fiasco econômico. Até porque vem aí a Rio 2016, que vai custar ainda mais caro. Todos os indicadores apontam para a repetição dos mesmos erros. É dever da Oposição dar o grito de alerta.

Depois de subsidiar as empreiteiras do Petrolão e os principais doadores da campanha da Dilma, o BNDES reduz financiamentos e sobe os juros.
Os juros do BNDES para amigos do governo Dilma fizeram nascer, por exemplo, a JBS, que foi a principal doadora das campanhas do PT com mais de R$ 160 milhões e cujo monopólio fez a carne subir 20% em 2015.

Em reunião nesta sexta (19) com Dilma Rousseff, o ministro Guido Mantega (Fazenda) e seu sucessor, Joaquim Levy, decidiram elevar as principais taxas de juros para empréstimos de longo prazo a empresas no país, a TJLP e a do PSI (Programa de Sustentação do Investimento). A TJLP, adotada em 90% dos empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), será de 5,5% no primeiro trimestre de 2015. Hoje, está em 5% ao ano. 
É a primeira elevação desde outubro de 2003, início do governo Lula (2003-2010), quando os juros de longo prazo estavam em 12% ao ano. Ela foi sendo reduzida até atingir 5%, em janeiro de 2012. No caso do PSI, a taxa final ao tomador está entre 4% e 8% ao ano e passará para uma faixa entre 6,5% e 10% ao ano. 
Essa linha, criada na crise de 2009, terá R$ 50 bilhões adicionais em 2015, recursos que já estão com o BNDES. Em 2014, foram repassados R$ 80 bilhões. O saldo hoje do programa está em R$ 378 bilhões. O percentual de financiamento dos bens vai cair de até 100% para até 70%. 
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, o governo considerou que era chegado o momento de reduzir o subsídio do governo a esse tipo de crédito e melhorar o resultado das contas públicas. "São taxas atrativas comparadas com as de mercado, mas foram ajustadas para que se mantenha a premissa de subsídios zero", afirmou, acrescentando que as taxas são compatíveis com uma meta de superavit primário de 1,2% do PIB para 2015 e de 2% em 2016 e 2017. 
Ao falar em subsídio zero, o governo se refere apenas ao fim da obrigação de o Tesouro remunerar o BNDES pelo risco desse crédito e da margem de ganho do banco. Essa despesa foi de R$ 18 bilhões desde 2009. Segundo Caffarelli, o banco tem outros recursos, como retorno de empréstimos já concedidos, para usar no PSI. O percentual valerá até 31 de março, quando será revisto pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), formado por BC, Fazenda e Planejamento.(Folha de São Paulo)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
19/12/2014
 às 16:16
Estamos chegando ao fim de 2014, ano em que horror e maravilha se encontram. O horror é de todos conhecido a esta altura. O Estado brasileiro está sendo assaltado, espoliado, dilapidado.
O Estado, meus caros, reúne tudo e nada ao mesmo tempo: nele estão as instituições, o ordenamento jurídico, os direitos assegurados, as expectativas de direito, os valores que nos permitem conviver de forma mais ou menos harmoniosa, etc. Mas, quando falamos em Estado, as pessoas desaparecem, somem, perdem, como dizia o poeta, a sua carnadura concreta.
Sim, o Estado, numa democracia, nada mais é do que o conjunto dos interesses dos cidadãos traduzido numa ordem abstrata. Estados existem para servir aos indivíduos, não o contrário. Ora, mas são tantos os interesses, tão distintas as inclinações, tão diversas as convicções, tão várias as ideologias, que cabe a pergunta: “Pode um ente abarcar tamanha largueza?”.
A resposta: pode, sim! E tanto mais o fará quanto menos fizer. Vale dizer: o Estado mais presente é o menos presente. Um Estado gigante deixa de ser um árbitro para ser uma parte do jogo. E produzirá injustiças em penca. Precisamos de um estado mais forte e mais presente na Segurança Pública, na Educação e na Saúde. E precisamos que ele saia com urgência da operação da Economia propriamente dita. Ao fazê-lo, ele deixa de articular as diferenças e passa ser uma espécie de gendarme em favor de uns poucos privilegiados.
A roubalheira na Petrobras, à diferença do que diz a presidente Dilma, não é apenas obra de indivíduos, de pessoas. É mais do que isso: a roubalheira na Petrobras é fruto de um modelo de gestão, de um sistema, de um modo de entender a coisa pública, como deixou claro o ministro Gilmar Mendes em entrevista exclusiva ao programa “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan.
Não estamos sendo assaltados apenas por uma quadrilha. Estamos sendo assaltados, também, por farsantes ideológicos — o que significa, então, a farsa dentro da farsa. Sob o pretexto de produzir justiça social, um bando destrói o patrimônio brasileiro e compromete o futuro do País. Pior para todos nós, mas especialmente para os pobres.
Mas eu falei que o ano de 2014 também traz sinais de maravilha. Percebo um saudável despertar das consciências; noto que é crescente o inconformismo como esse estado de coisas; meus radares detectam uma insatisfação saudável com aqueles que se querem donos do nosso destino. Ao mesmo tempo em que as safadezas da Petrobras nos deixam estarrecidos, elas também nos informam que, de verdade, donos do nosso destino somos nós mesmos.
A Democracia não comporta salvadores da pátria; a Democracia não comporta demiurgos; a Democracia não comporta discursos salvacionistas. A cada dia, mais gente se mostra insatisfeita com esse jogo rasteiro do “nós contra eles”, da política exercida como guerra de todos contra todos, o que, como vemos, só atende aos interesses de ladrões e vigaristas ideológicos.
Sabem por que a Petrobras se tornou aquele antro? Porque os que passaram a decidir seus destinos agem como vencedores de uma guerra sem regras. À moda de tempos idos, de pouco apuro moral e ético, acreditam que a vitória lhes dá o direito de saquear, de estuprar, de humilhar, de eliminar os sobreviventes.
A sociedade está aprendendo a reagir e ganha as ruas não para demonizar pessoas, mas para reivindicar o cumprimento das leis definidas pelo jogo democrático.
Este blog é parte dessa luta e se orgulha muito disso. Não serve a este ou àquele, mas pensa e se posiciona sem falsos pudores. Não tem receio de chamar as coisas e as pessoas pelos seus respectivos nomes. Não ofende, mas confronta. Não agride, mas diz “não” quando julga ser o caso. Não concede, mas diz “sim” quando também julga ser o caso. Não trai jamais seus leitores porque não esconde o que pensa; não se refugia no conforto de uma posição nem-nem; escolhe sempre um caminho.
E nós seguiremos adiante: com alegria, com determinação, com destemor — já que a coragem não deve ser tomada como atributo de homens raros. É só uma obrigação.
Por Reinaldo Azevedo


NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 20/12/2014 - 06:00
Dilma Rousseff está muito preocupada com a corrupção. Isso ficou nítido na cerimônia em que ela recebeu no TSE o diploma de presidente reeleita. Num discurso de 16 minutos e 17 segundos, a presidente citou a ‘Petrobras’ oito vezes. Pronunciou a palavra ‘corrupção’ seis vezes. Isso sem contar uma menção a ‘irregularidades’ e outra a ‘malfeitos’. A lama prevaleceu com folgas sobre a ‘inflação’, lembrada pela oradora uma mísera vez. Pouca gente reparou. Mas foi um discurso histórico.
Doze anos depois da chegada do PT ao poder federal, Dilma estufou o peito como uma segunda barriga e bradou: “Chegou a hora de firmarmos um grande pacto nacional contra a corrupção, envolvendo todos os setores da sociedade e todas as esferas de governo. Esse pacto vai desaguar na grande reforma política que o Brasil precisa promover a partir do próximo ano.”
Dilma avisou que “a guerra contra a corrupção” não será fácil. Não, não. Absolutamente. “A corrupção, como outros pecados, está entranhada na alma humana”, disse ela. Exige “permanente vigilância”. Prepare-se, a presidente conta com a sua ajuda. A tarefa não é de responsabilidade apenas das instituições ou do governo, alertou Dilma. A missão é de “toda a sociedade.”
Dilma deixou claro que os brasileiros podem contar com ela: “O que mais quero oferecer ao meu país é a luta renovada…” Reiterou seu “compromisso com a ética”, potencializado pelo seu “exemplo de integridade e de honestidade pessoal.” Daí a sua inabalável “determinação de apurar e punir todo tipo de irregularidades e malfeitos.”
Abre parênteses: em matéria de honradez, Dilma trava com seu antecessor uma renhida disputa. Difícil saber qual dos dois é mais íntegro. Na semana passada, discursando para militantes petistas, Lula havia se comparado aos antagonistas tucanos: “Eu vou contar uma coisa pra vocês”, declarou. “Não sou melhor do que ninguém. Mas se enfiar todos eles, um dentro do outro, eles não são mais honestos do que eu. Não são!” Fecha parênteses.
Antes que alguém tente desmerecer o pacto proposto por Dilma, é bom que se diga: a exemplo de Lula, ela sempre defendeu o combate à corrupção. O que atrapalha a dupla é que suas frases não conseguiram passar do estágio da retórica para a prática. Acontece o mesmo com a reforma política. Todo mundo apoia, desde que as mudanças não eliminem as mumunhas nem desmontem os esquemas.
No gogó, o governo brasileiro é o mais bem-intencionado do mundo. A transição da saliva para o fato é que faz desandar a receita. A pirataria na Petrobras apenas potencializou a pantomima, aproximando o Brasil do escárnio. Não é culpa do PT e dos seus aliados, esclareceu Dilma: a corrupção “não é defeito ou vício, como querem alguns, exclusivo de um ou outro partido.”
Dilma já não culpa o PSDB. Tampouco menciona o legado tóxico de FHC. Ela agora insinua que o verdadeiro culpado é o colonizador português: “Estamos purgando, hoje, males que carregamos há séculos. Assim como a mancha cruel da escravidão ainda deixa traços profundos na desigualdade social, o sistema patrimonialista de poder, que atravessou séculos e séculos da nossa História nos deixa uma herança nefasta, cujo traço mais marcante é, ainda, a não dissolução plena dos laços nocivos entre o que é público e o que é privado.”
Dilma avisou que vai “convidar todos os Poderes da República e todas as forças vivas da sociedade para elaborarmos, juntos, uma série de medidas e compromissos duradouros.” Mas a presidente pede a você que não espere muito da iniciativa dela: “não é um conjunto de novas leis que irá resolver, por si só, este grave problema. É preciso uma nova consciência, uma nova cultura fundada em valores éticos profundos.”
É preciso que você faça a sua parte, alertou Dilma. A “nova consciência” ética não vai jorrar de uma jazida do pré-sal. Ela terá de “nascer dentro de cada lar, dentro de cada escola, dentro da alma de cada cidadão e ir ganhando, de forma absoluta, a esfera pública, as instituições – e todos os núcleos de decisões, tanto no âmbito público como no âmbito privado.”
A redenção não virá do dia para a noite. A presidente fez as contas. “Temos que criar uma nova consciência de moralidade pública e imbuir deste espírito as atuais e as próximas gerações. Sei que esse é um trabalho de mais de uma geração.” Quer dizer: se Dilma não estiver enganada, dentro de 30 ou 40 anos o Brasil será um país de mostruário. “Quero ser a presidenta que ajudou a tornar este processo irreversível”, prontificou-se a reeleita.
Durante a campanha eleitoral, Lula levou a cara à propaganda da televisão para declarar que o segundo mandato de Dilma será muito melhor do que o primeiro. Para que o segundo reinado fique ainda mais perfeito, será necessário providenciar um vilão. Mas tem que ser um vilão inquestionável, desses que a maldade está na cara.
Um vilão assim exibiria um riso cínico no canto da boca antes de, por exemplo, entregar diretorias da Petrobras ao Paulo Roberto Costa, ao Renato Duque, ao Nestor Cerveró e aos seus padrinhos políticos do PP, do PT e do PMDB. Um vilão genuíno entregaria o comando da Transpetro ao Sérgio Machado, homem do Renan Calheiros, sem deixar dúvidas sobre a indecência do seu ato.
A exemplo do que sucedera na gestão Lula, o que atrapalha o governo de Dilma é o excesso de qualidades dos gestores públicos e dos seus apoiadores. São um bando de patriotas simpáticos, fazendo vilanias com as melhores das intenções. Frequentam um mundo no qual não existe diferença entre aplicar o orçamento público em benefício da sociedade ou mandar a verba para uma conta numerada na Suíça.
Ao atribuir toda a amoralidade governamental à herança ibérica, Dilma açula a imaginação dos brasileiros. Ah, como seria diferente o Brasil se naquele 22 de abril os portugueses tivessem sido escorraçados de nossas praias. Uma nação habitada apenas por índios teria vantagens e desvantagens. Para começar, você e sua carga genética europeia ou africana não existiriam. Em compensação, também não existiriam os renans, os sarneys e outras greis. E ninguém seria obrigado a conviver com o cinismo. Ou com propostas de pacto anticorrupção. Que às vezes são a mesma coisa.













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