DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Operador do PMDB no Petrolão, o lobista Fernando Soares, mais conhecido como “Fernando Baiano”, frequentava a antiga e luxuosa Academia da Praia, localizada na Barra da Tijuca, onde possui um apartamento, no Rio. O lobista se dizia sócio majoritário da academia. O empreendimento, agora chamado BodyTech, foi vendido em abril de 2013 a Alexandre Accioly, amigo pessoal do senador Aécio Neves.
Levado pela PF para depor na operação Plateias, Marcelo Perillo não é irmão do governador de Goiás. Os avôs deles eram primos de 2º grau.
Delatores do Petrolão que se cuidem. Roberto Jefferson, o delator do mensalão do governo Lula, é um dos poucos ainda na cadeia.
Destino preferido de Dilma nas férias, a Base Naval de Aratu (BA) é caso raro nas Forças Armadas: recebeu mais de R$ 1 milhão para compra e construção de instalações mais… confortáveis.
Presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto da Silva Jr. foi o executivo do ano com o prêmio “O Equilibrista” de 2013, do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças. Faz todo o sentido, agora.
Manhã cedo, quando foram pegar figurão de Rondônia para conduzi-lo a depor sob vara, policiais não encontraram sua mulher, que vive em outra cidade. Surpreenderam-no em outra companhia. Masculina.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), da Comissão Mista Orçamentária, inventou viagem ao Vietnã na semana do debate sobre a maquiagem da meta fiscal. E ainda vai levar três deputados e o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Tudo por nossa conta.
…a dificuldade de encontrar um nome para a Fazenda mostra que o governo não tem quadros. No máximo, posters empoeirados de Che Guevara.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Publicado na edição impressa de VEJA
J.R. GUZZO
Os leitores de VEJA têm o direito de perguntar a si mesmos o que, afinal de contas, estão fazendo de tão errado assim. Ouvem dizer o tempo todo, do governo e do seu sistema de suporte, as coisas mais horríveis a respeito da revista que gostam de ler ─ tanto gostam que continuam a lê-la, semana após semana, sem a menor obrigação de fazer isso. Haveria aí alguma tara secreta, ou outro tipo qualquer de desvio de conduta? A pregação espalhada diariamente pelos mecanismos de propaganda a serviço do governo parece sugerir que existe, sim, uma doença muito séria com esses cidadãos: como poderiam, caso fossem pessoas sadias, buscar informação e outros itens de interesse num veículo que faz parte das leituras proibidas pelo Santo Ofício do PT?
Ainda na véspera da última eleição, a presidente da República, em pessoa, prometeu que iria processar a revista “na Justiça”, aparentemente com uma ação penal, por crimes não especificados e, segundo ela, gravíssimos. Até agora não entrou com ação nenhuma, é verdade, mas e daí? O que importa é afirmar que o leitor está sendo cúmplice de uma publicação “criminosa” ─ e como tal, segundo a filosofia do ex-presidente Lula, torna-se nazista, inimigo do Menino Jesus e participante de um golpe de Estado para derrubar Dilma Rousseff e o governo popular do PT.


NO BLOG DO CORONEL
A Lei Anticorrupção, em vigor desde 29 de janeiro deste ano, mas ainda à espera de regulamentação pela presidente Dilma Rousseff, não pode ser utilizada para punir os desmandos de empresários e empreiteiras envolvidos no atoleiro de corrupção na Petrobras, mas parte de suas inovações, como a possibilidade de acordos de leniência com corruptores, deve ser colocada em prática pela CGU para mapear detalhes da trama criminosa, exigir ressarcimento dos cofres públicos e fixar multas milionárias às companhias malfeitoras. “No caso da Lava Jato, as empresas podem chegar a um acordo, denunciar quem praticou os atos e quem recebeu dinheiro da corrupção, restituir os cofres públicos, pagar altas multas como pena e então não ser impedidas de participar de novas licitações”, explica Navarro.
Responsável por mediar as prováveis negociações, o ministro Jorge Hage já recebeu pedido de uma das empresas citadas na Lava Jato para firmar um acordo de leniência e da holandesa SBM Offshore, que admitiu ter pago propina a funcionários da Petrobras. No governo, a estimativa é que as demais empresas citadas na operação da Polícia Federal recorram ao mesmo caminho para conseguir manter a condução de obras e evitar o risco de serem declaradas inidôneas. Nos Estados Unidos, um dos países que serviu de inspiração para a elaboração da lei anticorrupção, 95% dos casos de irregularidades envolvendo empresas acabam em acordo, segundo estatísticas apresentadas pelo governo brasileiro.
Apesar de poder ser utilizada parcialmente contra as empresas citadas na Lava Jato – na prática, como estímulo a acordos de leniência –, a aplicação completa da lei, inspirada em modelos da Alemanha, Reino Unido, França, Estados Unidos, Chile, Colômbia e México, esbarra há quase um ano na paralisia do Palácio do Planalto, que não regulamentou trechos importantes da nova legislação. Sem um decreto presidencial, a Lei Anticorrupção permanece sem parâmetros para dosimetria de multas a empresas corruptoras ou para atenuantes a companhias que tiverem aderido a políticas de governança e integridade. 
Depois de ter prometido, no início do ano, a regulamentação rápida da lei, o ministro Jorge Hage voltou a dizer nesta semana esperar que a pendência seja resolvida “brevemente”. Diante de um escândalo de outra galáxia, como bem classificou o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, é difícil entender a resistência de Dilma. (Revista Veja)

Chegou a hora de Vaccari, o tesoureiro petista do mensalão e do petrolão.
Vaccari, o tesoureiro histórico do PT.
Desde 2005, quando eclodiu o escândalo do mensalão, uma palavra é capaz de tirar o sono dos militantes do PT: tesoureiro. Foi a ligação entre o responsável pelas finanças do partido, Delúbio Soares, e o empresário Marcos Valério que levou à ruína de líderes históricos do PT, como José Dirceu e José Genoino. “Presidente, o Delúbio vai botar uma dinamite na sua cadeira”, afirmou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, em junho de 2005, ao relatar uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva meses antes. 
O desfecho do mensalão é conhecido. Dirceu, Genoino, João Paulo Cunha e o próprio Delúbio acabaram condenados e presos. Lula enfrentou sua maior crise política, e seu mandato ficou sob risco. Transcorridos nove anos, o rastilho de pólvora do petrolão, o escândalo de corrupção na Petrobras, ameaça chegar até o Palácio do Planalto. A dinamite agora atende pelo nome de João Vaccari Neto, sucessor de Delúbio na Tesouraria do PT.
Nos últimos dias, o nome de Vaccari ressurgiu com força nas investigações sobre o petrolão. Mesmo diante da cautela com que o juiz federal Sergio Moro vem conduzindo as apurações da Operação Lava Jato, a quantidade de citações a Vaccari e as evidências que o ligam ao esquema sugerem que ele, mesmo sem ter sido indiciado pela Polícia Federal, será um dos próximos alvos da operação. 
Sem compromisso com a cautela que rege o bom processo judicial, a CPI mista da Petrobras, no Congresso Nacional, quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Vaccari, numa vitória da oposição. “Como o tempo da Justiça é outro, a CPI tem a função de investigá-lo, porque Vaccari é o elo direto do esquema com o PT”, afirma o senador José Agripino (DEM-RN), um dos líderes da oposição no Congresso. Assim como Delúbio cuidou das contas da campanha de Lula em 2002, Vaccari atuou nas finanças das campanhas de Dilma, em 2010 e neste ano. A quebra de seu sigilo preocupou o Palácio do Planalto.
Um advogado que atua na defesa dos presos na Lava Jato e é ligado ao PT disse a ÉPOCA que o futuro de Vaccari está atrelado aos depoimentos de Renato Duque, o ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, cuja prisão preventiva foi decretada na semana passada pelo juiz Sergio Moro. 
Em seu despacho, Moro disse que ele (Duque) tem uma “fortuna” em contas secretas no exterior. Com base na delação premiada do executivo Julio Camargo, da empresa Toyo Setal, os investigadores identificaram uma empresa offshore, a Drenos, controlada por Duque e com contas na Suíça. Camargo afirmou ter pagado propina a Duque. Em seu depoimento, Duque negou.“Se Duque contar tudo o que sabe, não há como Vaccari resistir”, diz o advogado. (Revista Época)

Humberto Costa, pitbull da Dilma e do PT no Senado, levou R$ 1 milhão de propina, segundo delação premiada.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), recebeu R$ 1 milhão do esquema de propinas e corrupção na Petrobrás para sua campanha em 2010, segundo afirmou o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa em um dos seus depoimentos da delação premiada.
O petista integra uma extensa lista de políticos acusados pelo ex-diretor da Petrobras na delação por meio da qual espera ter sua pena reduzida. Dos depoimentos sigilosos, já vieram à tona outros nomes de supostos beneficiários de dinheiro de propina dos contratos da Petrobras, como o da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, também do PT, o do ex-senador, já morto, Sérgio Guerra, do PSDB, e o do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, que também já morreu.
Gleisi e Campos teriam recebido o dinheiro, por meio de intermediários, para campanhas políticas. Guerra teria recebido o dinheiro para abafar as investigações de uma CPI sobre a Petrobrás instalada no Congresso Nacional no ano de 2009. Gleisi, o PSDB e o PSB negam ter recebido propinas, assim como o líder do PT no Senado.
No caso de Humberto Costa, o ex-diretor da estatal disse que o dinheiro foi solicitado pelo empresário Mário Barbosa Beltrão, amigo de infância do petista e presidente da Associação das Empresas do Estado de Pernambuco (Assimpra). Paulo Roberto Costa afirmou que o dinheiro saiu da cota de 1% do PP – Partido Progressista que tinha o controle político da diretoria Abastecimento da estatal. 
Ainda segundo o ex-diretor, outras unidades da companhia foram loteadas para o PT (Serviços) e o PMDB (Internacional). Cada diretoria arrecadava 1% de cada grande contrato. A Diretoria de Serviços, sob o comando político do PT, realizava todas as licitações das demais unidades e, por isso, o partido ficava com os outros 2% sobre os contratos da estatal, segundo o ex-diretor de Abastecimento.
Paulo Roberto Costa assumiu o cargo em 2004, por indicação pessoal do então deputado José Janene (PP-PR), que integrava a base aliada do Palácio do Planalto na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Janene, que foi réu no processo do mensalão, morreu em 2010. Segundo o delator, o PP decidiu que tinha que ajudar na candidatura de Humberto Costa, razão pela qual teria cedido parte de sua comissão. Paulo Roberto Costa afirmou ainda que, se não ajudasse, seria demitido. 
Humberto Costa foi eleito em 2010, o primeiro senador pelo PT de Pernambuco. Antes, havia exercido cargo de secretário das Cidades de Pernambuco (2007 a 2010) no governo Eduardo Campos e foi ministro da Saúde no primeiro mandato de Lula, de janeiro de 2003 a julho de 2005. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás relatou que conheceu Humberto Costa ainda no Ministério da Saúde. Em sua delação, Paulo Roberto Costa disse que “um amigo” de Humberto Costa, o empresário Mário Beltrão, lhe pediu colaboração de R$ 1 milhão para a campanha do petista ao Senado, em 2010.
Ele não soube informar como ocorreu o repasse do dinheiro, mas declarou que o empresário lhe confirmou o pagamento. Disse, também, que o seu contato era sempre com Mário Barbosa Beltrão, que dirige a Associação das Empresas do Estado de Pernambuco, “entidade sem fins lucrativos” e que anuncia como meta “a prestação de serviços aos seus associados e a defesa dos seus interesses legítimos junto aos órgãos governamentais”. Assimpra criou o “Grupo de Trabalho pelo Desenvolvimento de Pernambuco” que promove reuniões mensais “com a participação de empresários, políticos, formadores de opinião, com a finalidade de discutir os problemas de Pernambuco e apontar soluções”.
A lista de parlamentares que teriam sido beneficiados pelo esquema da Petrobras, segundo a delação de Paulo Roberto Costa, tem 32 nomes, entre deputados e senadores. Parte das revelações do ex-diretor da estatal petrolífera foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, antigo parceiro de José Janene – ambos apontados como mentores da Lava Jato. O doleiro está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato, desde 17 de março. Paulo Roberto Costa está em regime de prisão domiciliar, em seu apartamento, no Rio. (Estadão)

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