O AQUI E O AGORA DO CONSUMISMO

25/10/2014 às 10:18 \ Eleições Brasil
Saldão eleitoral
Saldão eleitoral

O título desta coluneta é uma paráfrase de uma frase antológica de marketing político. James Carville, o marqueteiro do presidente americano Bill Clinton cunhou a frase “é a economia, estúpido”!, na vitoriosa campanha eleitoral de 1992. João Santana, o marqueteiro de Dilma Rousseff agora apela para a classe C. E não vou esconder meu desejo para que o sucesso não se repita.
Esta aposta de João Santana poderá até ser um sucesso em termos eleitorais, mas prenuncia o fracasso do projeto PT de governo (nem estou adicionando aqui a questão institucional na esteira do Petrogate). Trata-se de um fracasso já levado às últimas consequências na Venezuela e na Argentina. Não queremos ser eles amanhã. Para ser mais preciso, na segunda-feira, o day aftereleitoral.
Ao longo da campanha eleitoral brasileira, eu citei muito o El País. Na véspera da votação, eu quero prestar uma homenagem ao jornal espanhol, trazendo um texto a respeito dos perigos estúpidos que rondam o Brasil em função desta aposta eleitoral de João Santana. O texto é de um jornalista argentino do La Nación (que, por sinal, endossou Aécio Neves). Aqui, a íntegra em português do texto de Carlos Pagni.
Em um texto com o bom título 'A Esquizofrenia Populista', Pagni ressalta que “a campanha eleitoral do Brasil exibe uma dualidade que é constitutiva do populismo em toda a América Latina”. Houve uma rápida mobilidade social no Brasil e a propaganda do PT se dirige a este segmento, o fiel da balança na votação deste domingo. É o aqui e agora do consumismo e da preservação a qualquer preço da baixa taxa de desemprego. Ótima estratégia de campanha eleitoral, mas aqui vai alerta de Pagni:
“No Brasil aparece atenuada uma deformação que na Argentina e na Venezuela é caricatural. Em seu afã por sacralizar o presente, o populismo se desliga do futuro. Premia o consumo, não a poupança. O gasto, em vez do investimento. E se empenha mais em ampliar subsídios do que em criar trabalho genuíno. Nessas prioridades estão as sementes de sua decadência”.
***
Colher de chá para o jornal espanhol El País, por sua cobertura da eleição brasileira.

Da Veja on line de 25-10-2014.

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