DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 29-5-2014

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Do mesmo jeito que a presidenta Dilma usou a mídia para queimar os homens de Lula – Gilberto Carvalho e Franklin Martins –, o ex-presidente usou a mesma tática. Partiu dele a iniciativa de criticar a atitude de Aloizio Mercadante (Casa Civil) com o secretário-geral Gilberto Carvalho, seu olheiro no Planalto. E Lula já avisou: se a fritura de Gilberto e Franklin não parar, ele dará entrevista que criará problemas à reeleição de Dilma.
Lula anda irritado com a gula de Mercadante por poder no Planalto, e com a omissão de Dilma, que não dá um “chega pra lá” no ministro.
O atual ocupante da Casa Civil tem mais influência nas decisões do que José Dirceu nos seus melhores dias. E isso é um perigo, prega Lula.
Mercadante chegou a sondar nomes para substituir Gilberto Carvalho na Secretaria-geral da Presidência, mas Lula abortou a operação.
A presidenta Dilma não engole Gilberto Carvalho, que declarou que as vaias dirigidas a ela na abertura da Copa não partiram só da elite.
Como já adiou uma vez sua aposentadoria, o ministro Joaquim Barbosa caiu na desconfiança de colegas do Supremo Tribunal Federal, que já duvidam se ele renunciará mesmo na sexta (1º) ou continuará na Presidência até novembro, quando termina seu mandato. A única certeza dos ministros é que Joaquim não aceita se submeter ao comando do seu principal desafeto, o atual vice-presidente Ricardo Lewandowski.

NO BLOG DO NOBLAT
G1
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo recomendou ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que apresentem projetos para a imediata implementação do racionamento de água nas regiões atendidas pelo Sistema Cantareira.
A Sabesp informou, em nota, que descarta uma medida tão drástica e reitera que o racionamento prejudicaria grande parcela da população, sobretudo aquela mais carente. Também afirmou que, com base nas medidas já adotadas, garante o abastecimento até 2015.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Eh! José Eduardo Cardozo! Esse não me surpreende nunca! Eu até acho surpreendente que alguém jamais consiga… surpreender! Mas é o caso dele. Reportagem de Dimmi Amora na Folha desta terça (28) informa que esse valente fez pressão no TCU — Tribunal de Contas da União — para adiar a votação do relatório que condenou a operação que resultou na compra da refinaria de Pasadena. Segundo o jornal, “Cardozo acompanhou o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, que tinha audiência previamente agendada com o presidente do órgão, ministro Augusto Nardes. A visita do ministro da Justiça não estava prevista”.
Muito bem! Adams estava lá como parte das suas atribuições. Ele afirma, e tem razão, que o advogado-geral pode, por lei, acompanhar processos que digam respeito a estatais, inclusive no TCU. A assessoria de Cardozo tentou enrolar o jornal, afirmando que cabe ao ministro “acompanhar regularmente todos os casos que dizem respeito a atividades ordinárias da pasta — o que justifica a atuação junto aos órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário por meio do titular da Pasta, secretários e diretores”.
Tá. Agora só resta a Cardozo explicar por que acompanhar e pedir o adiamento de um julgamento no TCU seriam uma “atividade ordinária do ministério”. É evidente que ele sabe que não é. Era o ministro errado no lugar errado.
Aliás, a compra da refinaria de Pasadena está sendo investigada também pela Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça, cujo titular é Cardozo. O temor óbvio: se o ministro se dispõe a deixar a sua cadeira para fazer o que não lhe compete — pressionar o TCU —, é de se indagar do que é capaz com um órgão pendurado na sua pasta, não é mesmo?
A coisa é feia, muito feia. Já informei aqui, com exclusividade, e relembro: Luiz Inácio Lula da Silva chamou José Múcio, hoje titular do TCU e seu ex-ministro das Relações Institucionais, para uma conversa em São Paulo. Queria interferir no julgamento. Uma cadeira no STF chegou a ser prometida para um membro do tribunal, acreditem! Houve gente que até se viu tentada a cair na conversa. O preço: embolar o meio de campo e impedir a votação do relatório do ministro José Jorge, que condenou 11 diretores da Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena, apontando prejuízo de US$ 792 milhões.
E pensar que Cardozo já chegou a ser apresentado por alguns simplórios como a melhor face do PT. Imaginem do que não é capaz a pior…

Os petistas acreditam que conseguirão mudar a realidade silenciando os críticos. É o que pretende o partido quando, por exemplo, cria uma lista negra de jornalistas. É o que pretende o partido quando transforma num grande escândalo o que escândalo não é: a avaliação de um banco enviada a parcela de seus clientes. E é o que pretende o partido quando pede para tirar da Internet — com liminar favorável, concedida pelo TSE — textos de uma consultoria que trata justamente dos riscos decorrentes da eventual reeleição de Dilma Rousseff.
Atenção, leitores! Vocês podem gostar ou não dos jornalistas. Podem gostar ou não da análise do banco; podem gostar ou não da opinião da consultoria. Aprovar e reprovar considerações alheias são parte do jogo democrático. O que não é do jogo é censurar as vozes dissonantes ou, pior ainda, tentar impedir o simples debate.
O caso da consultoria é eloquente. Ela se chama “Empiricus”. É conhecida por usar uma linguagem, digamos, abusada para os padrões normalmente muito sóbrios e vazados em tecniquês de seu pares no mercado. A empresa recorreu à ferramenta Google Ads para anunciar alguns de seus textos, e dois deles caíram na preferência dos internautas: “Como se proteger de Dilma” e “E se Aécio ganhar”. O PT recorreu ao TSE, que mandou retirá-los do ar. Em entrevista ao site de VEJA, o autor dos textos, Felipe Miranda, afirmou que a medida não intimidará seu trabalho. “O que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso.”.
Na mosca! Se vocês entrarem na Internet, certamente encontrarão textos de 2010 alertando, acreditem!, para o “risco Serra”. É… Não fiquei maluco, não! Alguns amiguinhos do PT oriundos do “mercado” afirmavam que o então candidato tucano é que poderia representar a instabilidade, já que era um crítico da política econômica. E, obviamente, ninguém pensou em recorrer à Justiça.
Isso que faz o PT é cerceamento do debate. Qualquer pessoa que aposte no esclarecimento e no livre trânsito das ideias tem de lamentar a decisão do ministro Admar Gonzaga. O que fará o PT? Caçará e cassará todos os textos de consultoria que não estejam de acordo com a sua leitura da realidade? Além da lista negra de jornalistas, haverá também a de consultores, de bancos, de empresas? Daqui a pouco, o PT vai tentar patrulhar as cartomantes.
Isso me lembra certo blogueiro pançudo que, em novembro de 2010, chegou a defender que os 3% que achavam o governo “ruim ou péssimo” fossem identificados. Fascistas!
Olhem aqui: se os petistas não estão contentes com a existência de consultorias que dizem o que eles não querem ler, não faltará quem se disponha a produzir o que eles gostam de ler. O que dizer, por exemplo, dos tais blogs sujos, fartamente financiados com dinheiro público, cujo objetivo é defender o governo, difamar a oposição e atacar a imprensa independente?
Nesse caso, sim, estamos diante de uma excrescência: afinal, o dinheiro que sustenta a consultoria é privado, mas o que financia os tais blogs é público.

NO BLOG DO CORONEL
Ontem Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, comentou pela primeira vez publicamente sobre a avaliação que o Banco Santander enviou a um grupo de clientes um informativo que associava a sua reeleição à piora do quadro econômico no país. A presidente classificou o episódio como “inadmissível”, e disse que estuda as providencias a tomar. Disse que terá uma resposta bem clara sobre o banco.
— Sempre que especularam não se deram bem. Acho inadmissível um país que está entre as maiores economias aceitar qualquer interferência. A pessoa que escreveu a mensagem (do Santander) fez isso sim e isso é lamentável é inadmissível para qualquer candidato — disse.
O Banco Santander refletiu o que todo o mercado projeta. Basta ver que às vésperas de publicação de pesquisas, possíveis quedas de Dilma fazem a bolsa subir e o contrário faz o pregão despencar.
Ontem, pela nona vez consecutiva, os economistas ouvidos pela pesquisa Focus, que é do Banco Central, reduziram a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), desta vez para apenas 0,9%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira. Na edição anterior do relatório, a expectativa era de 0,97%.
A previsão de alta do PIB em 2014 continuou em 1,5%, mesmo número indicado nas últimas quatro semanas. Para o ano que vem, a expectativa do mercado é que a indústria cresça 1,7%, mesma taxa indicada na semana passada.
Em relação à inflação, que tem demonstrado tendência de queda, puxada pelo alívio no preço dos alimentos, a mediana das projeções recuou pela segunda vez consecutiva. Agora, a expectativa é de que o IPCA, índice que mede a inflação oficial no país, feche o ano em 6,41%, contra previsão anterior de 6,44%. O número, no entanto, ainda é próximo do teto da meta do governo, de 6,5%.
ECONOMIA CONTINUA ENCOLHENDO
Neste mês, o Banco Central divulgou que a atividade econômica encolheu 0,18% em maio. Foi o pior resultado do IBC-Br, conhecido informalmente como o “PIB do BC”, desde dezembro do ano passado. O resultado fortaleceu as expectativas de que o PIB do segundo trimestre venha fraco.
A estimativa é apenas um dos dados que indicam que o Brasil pode crescer menos neste ano, o que tem preocupado o mercado e o governo. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI), cortou a previsão de crescimento do Brasil (assim como fez em relação à atividade econômica mundial) para apenas 1,3%. Antes, o próprio governo havia admitido que o PIB deve crescer 1,8%, contra projeção anterior de 2,5% para este ano. (Extraído de O Globo)

No Palácio do Planalto, uma central de elogios a companheiros e ataques a adversários. Paga com dinheiro público.
Fernando Ramos trabalha com "mídias sociais" no Palácio do Planalto

Registros na página sobre o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) na Wikipédia sugerem que o responsável pela inclusão de elogios, a partir de um computador da Presidência, foi o servidor Fernando Ramos da Silva, que ocupa o cargo de coordenador-geral de produção e divulgação de informações do Palácio do Planalto.
Conforme a Folha revelou nesta segunda (28), um endereço de IP --similar a uma "impressão digital" na internet-- registrado em nome da Presidência foi usado para, de forma anônima, incluir elogios e retirar trecho sobre uma suspeita de envolvimento em corrupção na página de Padilha, candidato do PT ao governo paulista.
As três mudanças feitas logo após a que foi realizada de dentro do Planalto são assinadas por "Fernandoramosdf" --mesmo apelido que o servidor usa em outras redes sociais. Uma delas tem conteúdo idêntico à alteração que foi feita, anonimamente, pelo IP da Presidência. Ramos também é responsável por editar o Blog do Planalto.
No texto, alterado em 10 de dezembro do ano passado, Padilha é descrito como "defensor do SUS e do acesso universal ao sistema, sobretudo de pessoas mais carentes". Também foram incluídos links a páginas oficiais, levando a textos positivos, como a do Ministério da Saúde e a do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O texto incluído refere-se à presidente Dilma Rousseff como "presidenta", termo pelo qual ela prefere ser chamada --e que é adotado oficialmente pelo governo federal. Informa, ainda, que Dilma desculpou-se com um médico cubano hostilizado. Na palavras incluídas, o profissional foi "vítima de preconceito e xenofobia quando chegou com grupo de outros médicos cubanos" ao Ceará.
Procurado pela Folha, o coordenador-geral de produção e divulgação de informações do Planalto, Fernando Ramos da Silva, não respondeu se ele é o responsável pelas alterações. "Você vai ter que falar com a secretaria de imprensa, viu?", afirmou. Após nova tentativa da reportagem, ele ignorou a pergunta mais uma vez. "É o pessoal do atendimento de imprensa que tem que ver."
Procurado desde a última sexta-feira (25) para comentar as alterações na página do ex-ministro Padilha, o Palácio do Planalto não respondeu às perguntas enviadas por e-mail e sugeriu que o pedido fosse feito por meio da Lei de Acesso à Informação.
OUTROS CASOS
Pesquisa com os IPs registrados em nome do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e da Presidência mostra que onze deles foram usados para editar artigos na Wikipédia como o do MPL (Movimento Passe Livre) e o do ex-governador de São Paulo José Serra. O Serpro disse que não poderia comentar por motivos legais, porque a empresa e seus servidores "são obrigados a guardar sigilo quanto a elementos manipulados". (FSP)

Dilma guarda R$ 152 mil em casa. Um trabalhador que ganha salário mínimo precisaria poupar toda a sua renda de 17 anos e 5 meses para juntar este valor.
Perguntada, na sabatina realizada criminosamente no Palácio do Alvorada, por que guardava R$ 152 mil em dinheiro, em casa, Dilma respondeu:
- Uma parte disso a gente deposita ao longo do ano. São coisas que a gente incorpora. Sete anos da minha vida eu vivi fugida. Durante muito tempo eu dormi de sapatos. Eu dou dinheiro pra minha filha, eu gosto de guardar dinheiro em casa, eu sou assim. Já me perguntaram isso, eu falei que eu sou desse jeito, eu sou assim. Na minha época o valor fundamental era que a gente ia transformar o Brasil. Já vivi muito tempo sem dinheiro, com dinheiro, ninguém vai mudar meu jeito de ser assim, ser mineira, eu guardo dinheiro em casa mesmo.
Guardar tanto dinheiro em casa com uma inflação de quase 7% ao ano é burrice ou inteligência. Burrice porque perde mais de R$ 10 mil ao ano, fora o rendimento que poderia receber. Inteligência porque este dinheiro pode ser apenas uma proteção para se, durante a campanha, algum dinheiro gasto não tiver origem conhecida, a presidente poder dizer que pagou do próprio bolso. 


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