DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 23-4-14

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA DE 23-4-14
Prosseguem paralisadas em Fortaleza as obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo, entre as quais a dos túneis da Avenida Paulino Rocha, na rotatória do Castelão, e da Avenida Santos Dumont, sob a Via Expressa, na Aldeota.
Depois de seis reuniões, o Sindicato das Empresas Construtoras (Sindicon) e o dos Empregados, o Sintepav, não chegaram a um acordo.
O primeiro oferece 9% de aumento salarial, isto é, 60% acima da inflação;
O Sintepav exige 13%, ou 131% a mais do que o INPC dos últimos 12 meses, que é de 5,62%.
O túnel da Paulino Rocha é essencial para o acesso rodoviário ao Castelão, palco de seis jogos da Copa do Mundo.
E agora, José?

Quem viajou na semana passada do Ceará para o Piauí pela BR-020 viu quanta diferença de qualidade há no lado cearense e no piauiense dessa rodovia.
No primeiro, a lástima está exposta pelos buracos.
No segundo há o que o motorista chama de tapete.
Será o Dnit do Piauí melhor do que o do Ceará?

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES DE 22-4-14
https://www.youtube.com/watch?v=MVdqKfKwTCE
Inquietos com a teimosia do ainda deputado federal André Vargas, que se recusa terminantemente a comparecer ao próprio velório, os companheiros intensificaram a ofensiva destinada a induzi-lo a deitar-se o quanto antes no caixão. “O envolvimento do deputado com um doleiro não encontra justificativa para ter acontecido e acaba impactando no PT e na política”, tornou a recitar nesta terça-feira a senadora Gleisi Hoffmann. O que espera a oposição para liquidar a conversa fiada com dois ou três contragolpes?
O revide poderia começar com a tradução para o português do Brasil de outra criação da novilíngua companheira: “envolver-se com um doleiro”. A expressão significa “tornar-se amigo e comparsa de um bandido para passear de jatinho entre uma e outra negociata no Ministério da Saúde, na Petrobras ou qualquer espaço da máquina federal provido de cofres indefesos”. Caprichando no dilmês vulgar, Gleisi também faz de conta que o prontuário de Vargas ”acaba impactando no PT e na política”.
Coisa de 171 
O que a senadora está tentando é terceirizar um escândalo produzido, dirigido e protagonizado por um deputado federal do PT, estrela do elenco completado pelos parceiros de quadrilha. Para não ficar tão mal no retrato, Gleisi procura dividir os estragos causados pelo caso de polícia com quem não tem nada com isso. Politicamente moribundo, André Vargas virou um zumbi pesado demais para gente muito viva que o ajudou a eleger-se em 2010. É o caso de Gleisi e de seu marido Paulo Bernardo, ministro das Comunicações.
“André Vargas é um grande deputado”, diz Paulo Bernardo no vídeo acima, gravado há menos de quatro anos. “Tem sido um grande parceiro no Congresso. É fundamental para ajudar o Paraná e os seus municípios, os nossos municípios, a conseguirem recursos no governo federal”. Revelada a metodologia usada por Vargas para embolsar dinheiro público, o colega de palanque quer escapar do velório. Se teme ficar sozinho, pode convidar para o evento o senador Roberto Requião, do PMDB paranaense, outro animado cabo eleitoral do despachante de doleiro.
“O André é a garantia da defesa do interesse público”, jura Requião no vídeo abaixo. “É a garantia do apoio do governo da Dilma. É um grande articulador. Na última eleição, o André praticamente articulou o apoio ao PT… a nós do PMDB… à minha candidatura no segundo turno. E essa capacidade de articulação do André Vargas será importante para a Dilma (…), será importante pra mim no Senado, que preciso contar com companheiros firmes e com capacidade de articulação na Câmara Federal”.
As jogadas do articulador trapalhão já o despejaram da vice-presidência, vão confiscar-lhe o mandato e, se a Justiça cumprir seu dever, permitirão que mate a saudade de José Dirceu com uma temporada na Papuda. É compreensível que o sempre loquaz Requião tenha perdido a voz. Deverá recuperá-la quando criar coragem para jurar que o vídeo que celebra o “companheiro firme” é mais uma montagem da imprensa golpista.
https://www.youtube.com/watc

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO DE 23-4-14
Ao contrário de aposentados e pensionistas, o secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, não tem de que reclamar, a julgar pelos hábitos caros como motos Harley Davidson. Site de médicos peritos do INSS, perito.med.br, apurou que Gabas ocupa cargos que podem render dezenas de milhares de reais mensais, segundo algumas estimativas bastante conservadoras.
Gabas recebe como técnico do seguro social, secretário-executivo do Ministério da Previdência e outras boquinhas em conselhos estatais.
No conselho fiscal da confederação do comércio (CNC), Gabas ganhou belo jeton do chefão Antonio Oliveira Santos, que garantiu “blindagem”.
Há 33 anos agarrado à chefia da CNC, Antônio Santos teve as contas rejeitadas pelo TCU (2010 e 2011) e está agora na mira da CGU.
Gabas embolsa remuneração do conselho e no “board” da Dataprev (órgão do ministério que chefia) e na Novacap, do governo do DF.
Com a presidenta Dilma em queda livre nas pesquisas, o encontro com o MC Chaveirinho seria para aprender a descer até o chão?
Petistas do Senado parecem cachorros perdidos em dia de mudança, ante as denúncias contra a Petrobras. Na reunião da bancada, ontem, os senadores pareciam perplexos e sem ter o que dizer. Ou fazer.
Enfrenta um martírio quem quiser conhecer as tabelas de remuneração dos servidores federais, no Portal da Transparência. O link denuncia a sinceridade do site, exibindo a mensagem “Conteúdo não localizado”.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), respondeu a um ofício da ministra Rosa Weber, do STF, negando que esteja enrolando para instalar a CPI da Petrobras. Mas está.
O ex-presidente socialista português Mario Soares aumenta a idade e diminui o juízo. Agora ele prega a derrubada “por bem ou por mal” do governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, dos rivais do PSD, que tenta tirar Portugal da bancarrota na qual seu PS meteu o país.
Nem maquiagem dará jeito: em dia de chuva forte no Rio, os turistas terão que praticar o “rain jump” – salto à distância do meio-fio à rua, que viram bolsões de água suja em quase todos os bairros da cidade.
A assessoria do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), informou que os empréstimos do Proinveste só foram liberados após encontro com a presidenta Dilma e o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). Adversária de Richa, Gleisi Hoffmann reteve análises mais de um ano.
O líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte, questiona a Aneel sobre o pretendido aumento de 18% nas contas de luz da Celpe, apesar do péssimo serviço e da imprudência da empresa de energia, que teria levado umas 60 pessoas à morte por choque nas ruas de Pernambuco.

NO BLOG DO CORONEL DE 23-4-14
Em reunião ocorrida em Brasília na manhã desta terça-feira dirigentes do PT avisaram o deputado licenciado André Vargas (PT-PR) que, se ele não renunciar ao mandato, será expulso do partido. Vargas resistiu e desafiou a cúpula petista. "Não renuncio. Agora vou até o fim e vou fazer o meu sucessor na vice-presidência da Câmara", afirmou, numa referência ao deputado Luiz Sérgio (RJ).
O presidente do PT, Rui Falcão, disse a Vargas que as denúncias de irregularidades envolvendo o nome dele desgastam ainda mais a imagem do partido, já abalada com o escândalo do mensalão. "Você já deveria ter renunciado para evitar tudo isso", afirmou Falcão, em tom duro.
A reunião, na sede do PT, foi marcada pela tensão. A portas fechadas, o presidente do PT pediu a Vargas que abra mão do mandato para não prejudicar o partido e as campanhas eleitorais de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo; de Gleisi Hoffmann à sucessão no Paraná e da própria presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.
Diante da resistência de Vargas - que levou para a reunião os deputados José Mentor (SP) e Luiz Sérgio (RJ) -, dirigentes petistas deixaram claro não haver dúvida sobre sua expulsão do PT, uma vez que o caso já está com a Comissão de Ética da legenda. Vargas também é alvo de processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que investiga suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, por suspeitas de lavagem de dinheiro e outros crimes.
"Nós sabemos que você não vai conseguir sustentar sua versão dos fatos no Conselho de Ética e no plenário da Câmara", disse Falcão a Vargas. "Ele tem o direito de se defender e nós vamos ajudá-lo", rebateu Mentor. Nos bastidores do partido e do governo, Luiz Sérgio, Mentor e o deputado Cândido Vaccarezza (SP) são chamados de "tropa de choque" de Vargas.
Protelação
A pedido do deputado licenciado, o petista José Geraldo (PA) apresentou, na tarde desta terça, pedido de vista no processo disciplinar contra o ex-vice-presidente da Câmara. Com a manobra, ele conseguiu ganhar tempo e adiar a análise do caso para o dia 29.
Pressionado pelo PT e por ministros, Vargas só renunciou até agora à vice-presidência da Câmara. Integrante da corrente "Construindo um Novo Brasil", majoritária no partido, ele está disposto a fazer de Luiz Sérgio o seu sucessor, desafiando o grupo de Rui Falcão, que prefere no cargo o deputado José Guimarães (PT-CE). (Estadão)

Há pouco (22), no Senado Federal, que discutia o açodamento do governo em aprovar o Marco Civil da Internet, assistiu a uma atitude antidemocrática protagonizada pelo senador do PT do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias. Uma verdadeira baixaria de um político forjado nas ruas, a quem falta classe, aquela classe de uma boa escola.
O senador Aécio Neves discursava na tribuna pedindo uma discussão mais ampla sobre o tema, tal a sua importância para a sociedade, quando foi intempestivamente interrompido pelo senador Lindbergh Farias, que aos berros, impediu que Aécio Neves desse prosseguimento à sua fala. Este, atacado, desmascarou o senador petista diante de todos, afirmando que ele estava chegando naquele momento e nem mesmo sabia o que estava sendo discutido. Que não participou das discussões e que estava ali apenas para tentar fazer uma exploração politiqueira sobre um tema de tão alta relevância para o país. Em resumo: deu uma chamada em regra no mal educado, de forma dura, mas educada. O senador petista teve que ser contido, pois ameaçava agredir fisicamente o senador tucano que, sentado, assistia divertido ao piti.
Muitos dos senadores atribuíram o desequilíbrio do senador aos inúmeros processos pelos quais responde no Rio de Janeiro. Outros, chegaram a afirmar que tal atitude debilóide de tentar colocar a Oposição como vilã na votação do Marco Civil na Internet teve como objetivo único agradar a presidente Dilma, que não apoia a sua candidatura ao governo do estado. A reação do senador Lindbergh chocou até mesmo os parlamentares da base aliada, que ficaram assustados com o seu desequilíbrio. Em tempo: Lindbergh Farias esteve ausente da maioria das sessões que discutiram o projeto no Senado.

https://www.youtube.com/watch?v=A2eivtHEdDI
O vídeo acima mostra a polícia moçambicana em ação. O texto abaixo foi retirado da Folha de Maputo. Está em português do Moçambique, nosso irmão lusófono. Clique aqui para acessar o original da notícia. 
"Um contingente da Polícia da República de Moçambique (PRM) está a caminho do Brasil onde vai reforçar o efectivo de segurança montado para o Campeonato Mundial de Futebol a iniciar em Junho próximo.
De acordo com fonte do Comando-Geral da Polícia, citado pelo Notícias, o efectivo moçambicano estará sob comando das autoridades brasileiras e a sua principal missão será garantir segurança nos estádios de jogos e na protecção das selecções que ali estarão alojadas. Explicou que a protecção a ser dada pelos agentes nacionais será às selecções no hotel, durante os treinos e no percurso para os estádios de jogos. Eles farão parte de um comando conjunto.
Um dos estádios de destaque onde a participação policial moçambicana se fará sentir durante a competição, será no Estádio do Maracaná. Construído para a Copa do Mundo da FIFA de 1950 e imortalizado como palco da inesquecível final entre Brasil e Uruguai, um dos capítulos mais marcantes da história do torneio, este estádio reassume a condição de protagonista no Brasil 2014.
O Estádio de Maracanã vai acolher o maior número de partidas da competição, sete confrontos ao todo, e nele será disputada a final da copa a 13 de Julho, com os agentes moçambicanos privilegiados para reforçar o controlo de segurança.
Renovado para este Mundial, o Estádio, que ficou conhecido como “O Maior do Mundo” – chegou a receber 200 mil torcedores e detém vários dos maiores recordes de público da história do futebol, tem agora capacidade para 73.531 espectadores e continua sendo o maior do Brasil.
Refira-se que estarão no Mundial as seguintes selecções: GRUPO A – Brasil, Croácia, México e Camarões; GRUPO B: Espanha, Holanda, Chile e Austrália; GRUPO C: Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão; GRUPO D: Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália; GRUPO E: Suíça, Equador, França e Honduras; GRUPO F: Argentina, Bósnia, Irão e Nigéria; GRUPO G: Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos; GRUPO H: Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul."

NO BLOG DO NOBLAT DE 23-4-14
Éfrem Ribeiro, O Globo
Após três dias sem energia elétrica, moradores do município de Palmeirais — a 108 km de Teresina, no Piauí — atearam fogo em um prédio da Eletrobras. O município ficou sem comunicação por causa da falta de energia e muitas pessoas se revoltaram contra a estatal.
Ninguém ficou ferido durante o ataque e não houve presença policial para conter a população. Por meio de nota, a empresa informou que acionará a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Federal (PF) para que os responsáveis pelo ato sejam punidos. 

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO DE 23-4-14

NO BLOG DO JOSIAS DE 23-4-14
O PT reedita no microcosmo partidário um debate antigo: o que prevalece na formação de um delinquente, a cultura ou a genética? As opiniões vão de um extremo ao outro. Há os que apostam na influência do ambiente e os que acham que o bandido nasce feito.
Nos casos que envolvem crimes cometidos por miseráveis, os especialistas ainda não conseguiram responder se a sociedade é responsável ou não. No caso do PT, não há dúvidas. Se há alguém que pode ser chamado de um produto do meio é o deputado André Vargas.
Vargas é um filho da cultura mensaleira, que admite usar todos os estratagemas ilegais para atingir os subterfúgios ilegítimos. O companheiro pode escorar sua defesa nas suas circunstâncias. A culpa é do PT, que o estimulou a ser o que é com todas as facilidades, a impunidade e a cumplicidade que assegurou aos filiados do mensalão.
Se a cúpula da legenda, condenada pelo STF e recolhida ao xilindró, não perdeu as regalias partidárias e o poder político, Vargas só podia esperar tolerância e incentivo de uma cultura política cada vez mais caracterizada pela amoralidade. Pilhado com a mão no bolso do doleiro Alberto Yossef, o mínimo que o companheiro merecia era que o PT sentisse remorso do que fez com ele e se apiedasse.
Deu-se, porém, o oposto. O PT adotou com André Vargas a política do mata-e-esfola. Ameaça expulsá-lo da legenda caso não renuncie ao mandato de deputado. Espremido nesta terça-feira (22) por Rui Falcão, presidente do PT federal, Vargas estufou o peito como uma segunda barriga e anunciou: “Não renuncio”.
Abespinhado, Falcão acusou Vargas de prejudicar com sua má reputação as campanhas de Dilma Rousseff ao Planalto, de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo e de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Vargas deu de ombros. Natural. Se a história recente do PT ensinou alguma coisa é que nenhum companheiro paga pelo que fez. O amigo do doleiro cobra apenas respeito à tradição.
Ao condenar José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, o STF impusera ao PT um desafio. Afora a necessidade de reformular a lorota segundo a qual o mensalão é uma “farsa”, o partido fora convidado a decidir o que fazer com seu estatuto. Ou expulsava de seus quadros os sentenciados ou rasgava o documento.
As hipóteses em que a pena de expulsão deve ser aplicada estão listadas no artigo 231 do estatuto do PT. O item de número VII anota que o filiado será expurgado do partido quando houver “condenação por crime infamante ou por práticas administrativas ilícitas, com sentença transitada em julgado.”
Em 2005, quando o mensalão foi pendurado nas manchetes, Lula declarou-se “traído” e o PT expulsou o tesoureiro Delúbio. Em 2011, já na condição de ex-presidente, Lula esforçava-se para empinar a tese da “farsa” e Delúbio, à época ainda uma condenação esperando para acontecer, foi readmitido na legenda. Dirceu e Genoino jamais foram submetidos à Comissão de Ética partidária. Ao contrário, são celebrados como “guerreiros do povo brasileiro”.
Diferentemente da cúpula mensaleira, André Vargas ainda está solto. O STF ainda nem deliberou sobre o pedido da Procuradoria da República para que seja aberto um inquérito contra ele. É nessa condição que o deputado reivindica do PT o direito de se defender no Conselho de Ética da Câmara, por ora o único foro em que está sendo processado. E o PT, tomado de súbita intransigência: negativo, companheiro. Aos mensaleiros, tudo. Aos amigos de Youssef, os rigores do estatuto.
Louve-se a resistência de André Vargas. Sem nada que o redima, o lobista do doleiro ganhou nova serventia. Tornou-se uma denúncia de carne e osso do meio apodrecido que o produziu. O excesso de promiscuidade e a aliança do PT com o amoralismo produziram um Vargas. Ao ameaçá-lo de expulsão depois de ter servido refresco aos mensaleiros, o partido se desobriga de examinar suas próprias culpas. O petismo mergulhou numa fase nova. Vive a fase do pós-cinismo.

Desafiado pelo PT, que fechou questão contra a proposta de emenda à Constituição da reforma política, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu pagar para ver. “Se querem assim, vamos para o confronto”, disse. “Vou levar a proposta ao plenário e vamos votar. Quem for contra que mostre a cara.”
Henrique afirmou não acreditar que o PT consiga obstruir a votação. “A maioria da Casa quer votar. Com essa posição radical, eles vão se isolar”. Ele evoca a polêmica criada em torno da CPI da Petrobras para realçar o que definiu como “incoerência” do petismo.
No caso da CPI, o PT tenta cercear o direito constitucional da minoria de investigar a Petrobras sob o argumento de que a maioria do Legislativo deseja incluir na investigação outros enroscos —o cartel dos trens e do metrô de São Paulo e o porto pernambucano de Suape, por exemplo. Na apreciação da reforma política, o PT quer impor a sua vontade minoritária ao desejo da maioria.
E Henrique: “Quando é uma CPI, fazem um absurdo desses. CPI tem que ter fato determinado, as regras são claras. Já fui obrigado a rejeitar CPIs porque tinham vários fatos. Agora, querem incluir três, quatro assuntos numa CPI só. Para isso, a vontade da maioria serve. Para a reforma política, a maioria não serve, porque o PT só quer reforma com voto em lista e financiamento público de campanha. Fora disso, nenhuma reforma politica presta para o PT. Não querem nem discutir, não querem votar. Isso não é democrático.”
O PT decidiu comprar briga contra a reforma política defendida por Henrique Alves num encontro de sua Executiva Nacional. Sob a presidência de Rui Falcão, o colegiado se reuniu quando o presidente da Câmara estava em viagem oficial à China. Conforme noticiado aqui há cinco dias, a legenda aprovou o “fechamento de questão”, uma ferramenta prevista nos seus estatutos, para obrigar os filiados a seguir a posição da legenda, sob pena de expulsão.
A proposta que Henrique deseja votar foi elaborada por um grupo de tabalho pluripartidário criado por ele em junho do ano passado. Participaram 25 deputados. Produziram uma proposta que pode ser lida aqui. Ironicamente, o grupo foi coordenado pelo petista Cândido Vaccarezza (SP). E teve a participação do também petista Ricardo Berzoini (SP). Ex-presidente do PT, Berzoini é, hoje, ministro das Relações Institucionais. Responde pela coordenação política do Planalto.
“O Vaccarezza foi indicado por mim”, recorda o presidente da Câmara. “O Berzoini foi uma indicação do partido. Participou das discussões até o final. Discordou de algumas coisas. Aprovou outras. Querer agora impedir que o Parlamento discuta a proposta só porque não tem o que o PT quer não é, definitivamente, uma atitude democrática. Vou levar a proposta ao plenário.”
Antes de chegar ao plenário, a PEC precisa vencer dois obstáculos. O primeiro é a votação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Nessa fase, não se discutirá o mérito da PEC, mas apenas sua “admissibilidade”. Os membros da CCJ dirão se a proposta foi redigida seguindo as boas técnicas legislativas e se não contém nenhuma afronta à Constituição.
Na sequência, a PEC seguirá para uma comissão especial. Nesse colegiado, os deputados poderão alterar o conteúdo da proposta. Só então o presidente da Câmara poderá exercer sua prerrogativa de incluir a matéria na pauta de votações do plenário. Algo que Henrique Alves deseja fazer na primeira quinzena de maio, provavelmente no dia 13.
“Essa votação é um compromisso nosso”, declara. “Quem for contra que vote contra. Vamos aprovar o que for possível. O que não dá é para deixar de examinar porque um partido é contra e quer impedir que os outros votem. O Parlamento quer debater, quer travar uma disputa de ideias. Radicalizar num tema como esse não faz o menor sentido.”
Nas palavras do presidente da Câmara, “o PT está se tornando um partido estigmatizado. Adota posições radicais e acaba se isolando no plenário. É sempre assim. Depois, não sabem por que ficam isolados.”
Henrique arremata: “A reforma é muito ampla. Acaba com o voto obrigatório e com a reeleição. Promove a coincidência das eleições. Altera o processo eleitoral. Trata do financiamento de campanha. Está tudo lá. O PT é contra? Pois que vote contra. Veremos o que será derrotado ou aprovado. Eles sempre disseram que queriam votar uma reforma política. Chegou a hora.”

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM DE 22-4-14
Este artigo de Nivaldo Cordeiro está muito que transcrevo após este prólogo está muito bom. Sobretudo, realista. Ressalta dois fatos: o evidente enfraquecimento do PT frente ao eleitorado e a viabilidade evidente da candidatura de Aécio Neves, embora isso não represente uma alternativa à direita ou ao centro. Aécio é do PSDB - Partido da Social-Democracia Brasileira e, portanto, de um espectro político nos moldes da esquerda européia, algo que a filosofia política conceitua como “socialismo fabiano”. 
Mas o simples fato de haver a oportunidade concreta em mais de uma década de alternância no poder, fato que por si só oxigena a democracia, já é um ganho excelente. Além do fato, é claro, que Aécio Neves reúne todas as condições requeridas pra o cargo. Já foi deputado, Presidente da Câmara Federal, Governador de Minas Gerais e atualmente é Senador e presidente do PSDB. Além do fato de que o PSDB reúne o melhor quadro de técnicos qualificados, sobretudo na área econômica que está na UTI em decorrência da loucura do socialismo revolucionário e corrupto do PT. 
Esta portanto será a eleição decisiva para o Brasil. Esqueçam essas bobagens de anular o voto e de usar as redes sociais para futricas políticas irresponsáveis. Esta será uma eleição decisiva para tirar o Brasil desse marasmo em que foi lançado pela brutal incompetência do PT e, sobretudo, pela ameaça de golpe comunista que vem sendo alinhavado por Lula e seus sequazes. Isto não é brincadeira. Dêem uma olhada na Venezuela!
Encareço os estimados leitores que leiam o artigo de Nivaldo Cordeiro, que é economista, analista político, escritor e ativista político incansável nas redes sociais. A análise que ele formula é perfeita. O título original do artigo que está publicado no excelente site Mídia Sem Máscara, é “O Enfraquecimento Político do PT”. Leiam: 
Observar a cena política brasileira nesse ano eleitoral tem sido surpreendente. Ninguém, ao virar do Ano Novo, poderia afirmar com alguma chance de sucesso que poderia haver alternância de poder. Certo: tirar socialistas radicais e pôr no lugar os socialistas fabianos não parece grande coisa à primeira vista. Resta a pergunta: qual a alternativa? A direita não tem candidato, nem mesmo o centro, representado pelo PMDB, tem candidato. Mais uma eleição de triunfo total da esquerda se desenha.
Não obstante, penso que a alternância será muito positiva. Primeiro, porque será a garantia de que o processo democrático vai continuar, sem que a tentação golpista do PT possa se consumar. Eu sempre me lembro que Hitler, até 1933, era quase inofensivo. Depois que empolgou o poder terminou em genocídio. O mesmo aconteceu nas experiências socialistas em toda parte, a mesma que o PT que fazer por aqui, ao abrigo e na liderança do Foro de São Paulo. Então não é possível descansar enquanto a opção do puro e simples continuísmo for a maior possibilidade. Nenhum brasileiro informado e responsável poderá querer tal coisa.
A alternativa viável é Aécio Neves, um legítimo representante das oligarquias regionais que, pragmaticamente, pratica discurso à esquerda. Mas bem vimos as suas últimas declarações, muito corajosas, falando que a realidade nacional poderá exigir medidas duras. Aécio, como membro da elite tradicional, não quer ver o circo pegar fogo. Provavelmente faria um governo a meio do caminho do que faria o seu avô e o que fez Fernando Henrique Cardoso.
A agenda contra-revolucionaria seria retardada um pouco se ele ganhasse. Acho que Aécio daria prosseguimento a ela, ainda que em ritmo mais lento. Mesmo que pessoalmente queira, não conseguiria segurar os socialistas do PSDB e seus aliados na marcha da revolução. E não tem como segurar o STF, que tomou o freio nos dentes e desandou a legislar. Viveremos mais dez anos, pelo menos, de revolução fabiana com Aécio. Rever o processo exige que o centro e a direita se unam para produzir um candidato viável diante dos socialistas. Essa realidade precisará ser construída.
Não penso que chorar o leite derramado resolva alguma coisa. Não adianta anular voto e nem esbravejar contra a realidade nua e crua. Ela é o que é. A direita não tem nome algum. Nem o centro político. Penso ser do interesse de todos os brasileiros a alternância agora, mesmo que entre pares socialistas. O totalitarismo ameaçará a nação se houver continuísmo.
A possibilidade de alternância do poder, tirando o PT e adiando qualquer tirania, é precisamente o racha no PMDB. No Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral, já foi consumado. Na Bahia, quarto maior colégio, também. Minas Gerais tem o candidato da terra, que naturalmente poderá ser o mais votado. Em Pernambuco igualmente, com Eduardo Campos tirando votos do campo petista. Esses movimentos enfraqueceram para valer a candidatura oficial. Nisso se funda o que estou aqui dizendo. O eleitorado paulista, o maior colégio eleitoral, sempre deu seu voto contra o PT, em maioria.
Pior do que a queda de popularidade de Dilma Rousseff em todos os institutos de pesquisa é o racha nas elites, para o PT. Vimos que o empresariado está quase na oposição, porque oposição não pode ser. Mas é evidente que rachou. O reflexo está nas decisões do PMDB, de não apoiar o PT em colégios importantes. Fica cada dia mais evidente a desintegração das instituições no Brasil. E também da economia, posto que os petistas, ao contrário da gente do PSDB, aposta no desenvolvimentismo, não dando bola para os perigos da inflação e lutando convictamente para engrandecer ainda mais o Estado todo-poderoso. A economia brasileira está ficando inviável e isso custará muito em termos de crescimento econômico e desordem na atividade produtiva. A situação já está de difícil correção e o empresariado acordou para o drama. O jeito é tirar o PT.
De qualquer modo, tudo indica enfraquecimento do PT diante do eleitorado. Essa é a maior notícia política dos últimos tempos.


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